quinta-feira, 22 de maio de 2014

A performance da seleção afetará as eleições presidenciais?

BRASIL NO EXTERIOR
O que o mercado espera das eleições
Uma derrota da seleção pentacampeã de futebol no campeonato seria um golpe para a campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff - afirmou Luiz Carvalho, sócio- gerente da Tree Capital LLC sediada em Nova York, o que reforçaria as possibilidades de um novo governo que fosse mais amigável com os investidores depois do pior desempenho econômico de todas as administrações desde 1992.

Quando as pesquisas começaram a mostrar que Dilma está perdendo popularidade antes das eleições de outubro, as ações brasileiras registraram os melhores retornos do mundo em termos de dólares desde meados de março.


Torcedor no estádio do Maracanã; quem não quer a reeleição da Dilma terá que torcer contra a seleção na Copa do Mundo? (Bloomberg)

"Se tivermos um desempenho ruim na Copa do mundo, haverá maiores chances de ter um novo presidente", disse em entrevista ontem. "Tudo o que é ruim para a Dilma é bom para o mercado".

O fato de Carvalho, um torcedor que se lembra de como se sentiu quando tinha 8 anos e o Brasil venceu a Copa de 1970, estar disposto a considerar os benefícios de uma derrota no campeonato mostra o desespero dos investidores por uma nova liderança. O apoio a Dilma está caindo depois de 44 meses de uma inflação acima da meta, além dos protestos realizados no ano passado por brasileiros contrariados pelo fato de o governo estar gastando US$ 11 bilhões para sediar o campeonato de futebol em um país onde 7,2 milhões de pessoas ainda vivem com US$ 1,25 ou menos por dia.

A queda de Dilma nas pesquisas alimentou ganhos de até 40 por cento em empresas estatais como a Centrais Elétricas Brasileiras SA, com base na perspectiva de que uma nova administração seja menos intervencionista, de acordo com Luis Gustavo Pereira, 26, estrategista da corretora Guide Investimentos.

"A Copa do Mundo e as eleições são dois eventos que estão movimentando o mercado", disse ele por telefone de São Paulo. "Se o Brasil perder, isso pode provocar um impacto positivo nas ações. Mas torcer contra a seleção é pedir demais".

"Um cenário sem Dilma é muito melhor para o mercado", disse Carvalho da Tree Capital. "Mas é impossível torcer contra a seleção".