ilustração de Tonho Oliveira
Quem informa é o Contas Abertas
Discussões duras e grosseiras foram algo que não faltou nos últimos dias no plenário do Senado. Por coincidência ou não, o órgão empenhou (reservou em orçamento) R$ 16,1 mil para a compra de 100 fones de ouvido de cabeça durante a semana, período mais crítico da crise no Legislativo.
Resta a dúvida que a nota de empenho (documento emitido para a aquisição do material) não responde: seria uma tentativa para tapar os ouvidos dos nobres senadores e evitar mais bate-bocas ou apenas uma aquisição casual para algum departamento específico da instituição? Brincadeiras à parte, a segunda opção é a mais provável, claro.
Fora isso, o Senado também reservou R$ 102 mil para contratação de empresa especializada em fornecimento de materiais de expediente e papelaria, “à medida que houver necessidade” (conforme informa a nota de empenho). Não seriam mais papelões, seriam?!
Já a Presidência da República (PR) se interessou por equipamentos de ginástica. O órgão comprometeu quase R$ 30 mil para a compra de nove equipamentos de condicionamento físico:
- um leg press horizontal sentado, com bateria de peso na lateral,
- um aparelho rosca scoth sentada, “com base de apoio posicionada de maneira que reduza a pressão sob os braços e melhore a estabilidade, pegadas que se ajuste a qualquer comprimento de antebraço, estrutura em aço carbono”, e outros sete equipamentos para glúteo, tríceps, panturrilha, entre outros. Afinal, malhar é saudável e aumenta a qualidade de vida! A Presidência ainda reservou R$ 2,1 mil para a compra de 600 tubos aromatizadores de ambientes e R$ 1,5 mil para a compra de 300 detergentes neutros de 5 litros cada. Afinal (de novo), a limpeza também tem de estar entre as prioridades... O Supremo Tribunal Federal (STF), por sua vez (e mais uma vez este ano), comprometeu recursos para a compra de poltronas. Agora, foram R$ 242 mil para a aquisição de 60 delas, de diferentes modelos, e 80 espaldares com braço regulável. O companheiro de Judiciário, Superior Tribunal de Justiça (STJ), preferiu telefones e pilhas. Foram R$ 11 mil para a compra de 10 aparelhos telefônicos com multi funções e R$ 2,5 mil para a compra de 2,3 mil pilhas, entre elas 70 recarregáveis. Resta botar pra funcionar...