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A crise e os novos tempos
Apenas dizer que Karl Max tinha razão, quando se analisa o terremoto que abala o sistema financeiro mundial, não é suficiente para sair do vulgo e penetrar as profundidades da questão. O que sei é que, se dessa crise atual não sair uma nova ordem político-econômica, com vigência na sociedade mundial, vou apostar que numa próxima crise não teremos um terremoto somente, mas uma enxurrada de meteoros incomensuráveis, bem ao estilo de Impacto Profundo. Como disse Einstein ao lhe perguntarem como seria uma terceira guerra mundial: "A terceira, não sei, mas a quarta será a pau e pedra".
Apenas dizer que Karl Max tinha razão, quando se analisa o terremoto que abala o sistema financeiro mundial, não é suficiente para sair do vulgo e penetrar as profundidades da questão. O que sei é que, se dessa crise atual não sair uma nova ordem político-econômica, com vigência na sociedade mundial, vou apostar que numa próxima crise não teremos um terremoto somente, mas uma enxurrada de meteoros incomensuráveis, bem ao estilo de Impacto Profundo. Como disse Einstein ao lhe perguntarem como seria uma terceira guerra mundial: "A terceira, não sei, mas a quarta será a pau e pedra".
Alguém tinha de fazer a trapalhada para comprovar a falibilidade do sistema. O inesperado, porém, é que esse alguém foi nada mais, nada menos, que a comunidade-mor do capitalismo internacional e da democracia inviolável e ufanista. Lembra-me aquele conto em que "o pobre ficou rico, e o rico, ridículo", que cai como uma luva sobre a sociedade antes considerada a mais rica e sólida do planeta. Um passo histórico para o estabelecimento de um sistema seguro para todos, igual e universalista, em futuro próximo.
Aposto que, na próxima "encarnação" da sociedade global, o sistema financeiro será apenas um viés de um sistema econômico sólido, regulamentado e fiscalizado pelo Estado, com leis equivalentes para o corpo planeta Terra. Não como no comunismo, com o Estado monopolizando todas as operações de mercado, produção e comércio, mas atento à movimentação do dinheiro como elemento de propulsão do sistema produtivo, jamais da especulação financeira, que cria o regime cruel em que, enquanto o papel gira nos balcões das bolsas, as máquinas esfriam os motores nos campos e nas indústrias.
Não há dúvida de que o dragão de toda essa dèbacle foi a especulação e a ganância, que alimentam o super-lucro fácil, sem produzir um palito de fósforo, o que gera, por via indireta, a fome, a pobreza e a desigualdade entre os países. E a trapalhada no mercado imobiliário foi o mal necessário, para mostrar que, no ramo especulativo, as pilastras são frágeis e, ruindo, leva todo o templo de roldão. E no templo, com os dogmas globalizados, estamos todos nós.
A globalização vigente, que vejo como o estado bruto e incipiente de um sistema geral, único e universal, teve que começar pela economia, onde a queda é maior e a necessidade dos ajustes exige crescer em sabedoria e igualitarismo. E aí será para valer: se um de nós cair, cairemos todos. Portanto, as regras serão claras e invioláveis. Quando o capital tornar-se apenas um agente bendito da produção, da ciência, da tecnologia e da formação dos homens, aí, sim, a riqueza será de todos os habitantes deste planeta. Cada qual com sua cultura, sua educação seus costumes, mas todos com casa, comida e roupa lavada.
Andres Viriato é jornalista.