terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

“Podia passar mais rápido, por favor?”

Por Maria Helena RR de Sousa
Publicado no Blog do Noblat em 30JAN2015

“Podia passar mais rápido, por favor?”
Os próximos quatro anos, assim como o teleprompter... 

O discurso de dona Dilma na primeira reunião ministerial de seu segundo governo e o ansiado balanço da Petrobrás, que vieram à luz no mesmo dia, sofrem de mal idêntico: inutilidade.

Do primeiro, Ricardo Noblat fez uma análise perfeita: “Foi um discurso do ‘sem’. “Sem brilho. Sem novidades. Sem propostas de impacto. Sem coerência. Sem convicção. Sem nada”.

Arte de JARBAS


Do balanço sem o aval de uma consultoria independente, disse Fernando Zilvetti, professor da FGV, especialista em direito tributário: “O que a Petrobras apresentou e um papel em branco são a mesma coisa”.

Se pudéssemos dar no Tempo a mesma bronca que dona Dilma deu no encarregado do teleprompter, para vê-la aposentada o mais rápido possível, o Brasil sairia ganhando. Mas como isso nos é impossível, vamos tolerar por mais quatro anos a arrogância, o desrespeito, a bazófia de dona Dilma, conforme demonstradas durante sua primeira reunião ministerial de 2015.

Arte de KACIO


Confesso minha preocupação com o total afastamento da realidade com que age dona Dilma. Afinal, a campanha para a reeleição não foi há tanto tempo assim… e ela parece ter esquecido todos os embates que travou com Aécio Neves e também os vídeos inacreditáveis de sua propaganda: o prato de comida que sumia e outros detalhes infames. (Aliás, por falar em Aécio Neves, por onde anda a oposição?)

Ontem a presidente teve o desplante de dizer que os direitos trabalhistas são intocáveis e que não seria o seu governo, um governo dos trabalhadores, que iria revogá-los… mas… e lá vem o mas… “Vamos adequar o seguro-desemprego, o abono salarial, a pensão por morte e o auxílio-doença às novas condições sócio-econômicas do país”.

Arte de NEWTON SILVA


O que ela não diz é o que levou o Brasil a enfrentar essas “novas condições sócio-econômicas”. Dessa herança abominável ela não fala…

Sobre a Petrobras, a empresa brasileira que sempre encaramos como nosso maior tesouro e que agora se encontra numa situação tão vergonhosa que a imprensa estrangeira diz dela o que quer sem que ouça uma boa resposta, posto que essa não existe, sua situação é tão vexaminosa que a própria Graça Foster disse ser “impraticável quantificar os valores indevidamente reconhecidos”, ou seja, ninguém sabe o exato tamanho do rombo.

Arte de SPONHOLZ


Ainda assim dona Dilma pediu aos seus 39 ministros, mais os quatro assessores do coração citados na abertura do discurso, que “enfrentem o desconhecimento e a desinformação sempre e permanentemente. Reajam aos boatos. Travem a batalha da comunicação. Levem a posição do governo à opinião pública. Sejam claros. Sejam precisos e se façam entender. Nós não podemos deixar dúvidas”.

Não é um espanto? “Nós não podemos deixar dúvidas!”

Sabem de uma coisa? Dona Dilma é, como diria o saudoso Giovanni Improtta (José Wilker), simplesmente “felomenal”!