Publicado em 20NOV2014 no Mídia sem máscaras
O petismo e o Código Internacional de Doenças
Em sessão com clima de anúncio relevante, a presidente da Petrobras Graça Forster montou no cavalo encilhado dos escândalos e assumiu seu lugar à mesa dos trabalhos com fisionomia de atendente de UTI de Pronto Socorro, em final de turno, numa segunda de Carnaval. Do cabelo à ponta do nariz, tudo que podia desabar tinha desabado. Afinal, as horas antecedentes não haviam sido moleza. Todos os grandes senhores das empreiteiras nacionais, que eram recebidos com tapete vermelho nos gabinetes da empresa, estavam dormindo no chão do xadrez. Delações premiadas espocavam de toda parte e lembravam extrações da Loteria Federal. Às avessas. Milhões regurgitavam de todos os cantos.
Arte de Angeli
Os sólidos muros da impunidade tombavam pelo simples fato de que ainda há juízes em Curitiba e lá está o celebérrimo magistrado federal Sérgio Moro, a quem a capital paranaense já deve uma estátua no meio da Praça Carlos Gomes.
A presidente da empresa iria anunciar providências. Eram necessárias. Dois dias antes, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, chamado às falas, mostrou porque o antipetismo é tão indispensável ao país. Estas investigações, havia dito ele, não podem ser vistas "como o 3º turno da eleição presidencial". Chegará o dia em que esse petismo desabrido vai entrar para o CID-10 (Código Internacional das Doenças).
Arte de Sponholz
Voltando à Graça e aos perigos do petismo delirante. Qual o anúncio feito por aquela senhora de quem já se disse ser tão competente e familiarizada com a empresa que conhece como ninguém? Ela anunciou a criação de uma diretoria para fiscalizar as diretorias. Não é genial? É algo assim como uma presidência para fiscalizar a presidência. Pelo que se sabe, ninguém ainda foi cogitado e, principalmente, claro, não há partidos interessados.