sexta-feira, 25 de julho de 2014

Branca de Neve e os 7 anões diplomáticos

Por Israel Blajberg
Transcrito do Pletz

Branca de Neve e os 7 anões diplomáticos
A linguagem cifrada diplomática é cheia de nuances, que devem ser interpretadas com cautela, como é o caso da famosa expressão que às vezes aparece em convites para recepções – “Segue-se Vin d”Honneur” – que os diplomatas costumam interpretar como “Não haverá jantar”.

A menos que fatos concretos (e indesejáveis) ocorram a futuro, queremos crer que as declarações do porta-voz do Governo de Israel e a Nota 168 do Itamaraty datada de 23 jul 2014 não serão entrave ao bom relacionamento entre as nações amigas, deplorando que interpretações confusas as tenham super-valorizado negativa e injustamente. 

Aroeira


Nosso maravilhoso pais nunca foi, não é nem nunca será um anão diplomático. Somos o Brasil dos BRICS, da melhor Copa do Mundo, da convivência entre todos, seja qual for a religião ou a cor da pele, enquanto as chamas do ódio se espalham pelo mundo contra Israel e os judeus, aqui a vida segue, todos trabalhando sob o dístico ORDEM e PROGRESSO. 

Brasil pais admirado pelo mundo inteiro, o único da América do Sul que enviou soldados para combater o nazi-fascismo na Europa, 25 mil homens, dos quais quase 500 jamais retornaram.

Sponholz


É importante destacar que na Nota do Itamaraty nº 159 de 17/07/2014, que não teve a mesma repercussão, o Governo brasileiro expressou profunda preocupação e solidariedade com as vítimas em Israel, condenando o lançamento de foguetes e morteiros de Gaza. Mesmo assim, não foi de surpreender o desapontamento israelense com a segunda nota brasileira, afinal Israel tem o Brasil na mais elevada consideração. Certamente, tais notas devem ser creditadas exclusivamente a orientação do atual governo que está a frente da Nação Brasileira no momento, passível de discordâncias de posição internas, eventualmente vencidas no intervalo entre as duas notas, agravado pela situação em Gaza, que cada vez mais foge ao controle.

Somos brasileiros, orgulhosos da cidadania, de fé mosaica, tementes a Deus, o Grande Arquiteto do Universo, ciosos da herança imemorial dos antepassados bíblicos, que habitaram em tempos remotos a Terra Santa cada vez mais sofrida. Há que saber ler nas entrelinhas as manifestações de governo do Brasil e de Israel. O Estado de Israel é uma nação tradicionalmente amiga do nosso Brasil. 

Thiago Lucas


Também somos amigos dos estados árabes, incluída a Autoridade Palestina, com excelente intercambio bilateral seja no comercio, na educação, nas artes, na cultura, e até na defesa, não fossemos uma terra que recebeu a ambos os povos de braços abertos, e isso desde que Cabral aqui aportou.

Consta até que sob as velas onde pontificava a Cruz de Cristo, nas caravelas navegaram um numero ate hoje não conhecido de cristãos-novos (há quem diga que o próprio Almirante, natural de Belmonte, conhecida terra deles). O sofrimento não tem bandeira, seja do filho do árabe, do filho do cristão, ou do filho do judeu. Assim, há que acolher as iniciativas sinceras que pretendam somar aos esforços para que um dia se faça a tao sonhada paz, e de Jerusalém venha a luz para todas as nações, como reza a Bíblia.

Arturo Rosas


Ressalte-se que o porta voz muito justamente qualificou nosso pais de “gigante econômico e cultural”. O Brasil é realmente a grande nação da qual muito devemos nos orgulhar, e isso já tinha sido dito por Stefan Zweig em 1942, quando escreveu BRASIL PAIS DO FUTURO. Devemos lembrar que o Brasil deu ao mundo o Barão do Rio Branco e Oswaldo Aranha, para citar apenas dois expoentes da nossa diplomacia, cuja contribuição determinou a partilha da Palestina, sem a qual talvez nem estivéssemos escrevendo este texto agora.

Esperamos que o nosso governo, sonhador do socialismo, como era o kibutz, não venha a se comportar mais a frente como outros governos ideologicamente hostis a Israel, que também começaram escrevendo notas e chamando de volta embaixadores. Israel é um relevante parceiro do Mercosul, as duas nações tem muito a contribuir entre si. Que imediatamente retorne nosso Embaixador em Tel-Aviv, que este episodio se encerre por si mesmo, que não macule as boas relações entre a pátria de Oswaldo Aranha e a de Yitzhak Rabin, que partiu deste mundo ouvindo os acordes de “… somos … um pais tropical… abençoado por Deus…” transmitido pelos alto-falantes em volta da praça de Tel Aviv.

Zé Dassilva


Esperamos que Branca de Neve não precise mais se preocupar com porta-vozes ou notas. O Brasil não lhe dá trabalho, ela já está bastante ocupada com os verdadeiros anões diplomáticos mundo a fora, anões míopes, horrorosos e violentos, lamentavelmente muito mais do que 7… não apenas estados constituídos, mas grupos alimentados pelo ódio e pela intolerância.