Por André Carvalho (*) em 13 de julho de 2013
Onde anda você
A República Democrática Federal da Etiópia, um dos países mais antigos do mundo, está localizada na região conhecida por Chifre da África, onde, dizem os cientistas, surgiu o homo sapiens. Foi lá, em Adis Abeba, sua capital, que o mais esperto dos homo sapiens brasileiros, o bípede Luiz Inácio, esteve no período em que se disputavam, por aqui, as finais da Copa das Confederações.
Passou desapercebido da grande imprensa e do público em geral a ausência do ex-presidente em evento tão importante, logo ele, um incansável arroz de festa, fanático torcedor do Sport Club Corinthians Paulista e grande apreciador do esporte bretão ao ponto de haver governado o Brasil, por irritantes oito anos, amparado em metáforas, jargões e lógica futebolística.
Inácio fez escola! Evidente que no sentido figurado, pois sempre esteve distante da questão educacional que emperra o país e o processo evolutivo de seus compatriotas e correligionários. Entretanto, a referência futebolística que nos legou, diferentemente da referência ética, é tão poderosa que dona Dilma, num momento de injustificada euforia e arrasadora incongruência, garantiu que seu governo tem (sic) o padrão felipão.
O ícone do atual governo é um gaúcho tirado a macho, um ex-jogador de futebol regular, um treinador irritadiço nas entrevistas que concede e grosseiro nas respostas que entabula e, não custa lembrar, o maior responsável por levar o Palmeiras à segunda divisão do futebol brasileiro, no ano passado.
Merecidamente foi campeão mundial e vencedor da Copa das Confederações. Acontece que nestas duas campanhas Felipão teve um elenco de qualidade o que não ocorre com a equipe titular do Palácio do Planalto, com os reservas da esplanada dos ministérios e nem mesmo com a sua torcida organizada.
Óbvio que a Presidente, instruída por seu demoníaco marqueteiro, buscou faturar uns pontinhos com a vitória da seleção brasileira sobre a poderosa Espanha, no Maracanã, onde sequer deu as caras, quebrando uma tradição e um protocolo em competições internacionais dessa magnitude. Aos olhos do mundo civilizado mais uma desfeita do bando que nos governa.
Dona Dilma fugiu do campo de jogo por duas razões conhecidas: a estrepitosa vaia que recebeu na abertura da competição e as manifestações de rua que colocaram em xeque seu governo, sua competência e a honestidade dos companheiros de partido e dos políticos em geral. Razão semelhante deve ter levado seu criador a sumir do mapa, refugiando-se nos confins africanos onde estão alguns dos seus atuais amigos e ouvintes deslumbrados.
Para muitos é um alívio ter o Lula distante. No entanto, não duvido que a militância do PT, liderada por Rosemary Noronha e secundada por outros fanáticos do gênero e por beneficiários de bolsas mil, aproveitando a fase de manifestações populares e desfaçatez política que atravessamos, saia às ruas cantando uma parceria de Vinícius de Moraes e Hermano Silva.
E por falar em saudade
Onde anda você,
Onde andam os seus olhos,
Que a gente não vê...
E por falar em paixão,
Em razão de viver
Você bem que podia me aparecer,
Nesses mesmos lugares,
Nas noites, nos bares,
Onde anda você...
Pensando bem, não acredito que aconteça! Rose anda acabrunhada, a militância abestalhada e o cara abichornado ou em excursão providencial ao redor do mundo, suando em bicas, falando baboseiras, mas inatingível por apupos, assovios e xingamentos que certamente o consagrariam como o político mais vaiado da história deste país.
Nada como um dia após o outro…
(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.