no Política e Economia na Real
Fogo amigo em alta combustão
O PMDB assanhou-se a ponto de chamar o PT para "a briga" a fim de não perder a presidência da Funasa, hoje nas mãos de afilhado de Henrique Alves.
No auge da controvérsia, desabou na imprensa matéria dando conta que a CGU, em investigação, levantou suspeita sobre no mínimo R$ 500 mi dos gastos efetuados pela fundação nos últimos anos, quando esteve debaixo das asas peemedebistas.
Johil Camdeab
O deputado Eduardo Cunha, do PMDB/RJ, tão glutão quanto audacioso, faz ameaças públicas de retaliação ao governo no Congresso, se perder o controle de Furnas, conquistado por ele depois de ajudar a derrotar a prorrogação da CPMF, em 2007.
Por coincidência, esta semana, uma misteriosa e providencial mão, fez saber ao distinto público que a companhia, cuja sede fica no RJ, enfrenta denúncias de prejuízos financeiros causados pelo aparelhamento político da atual gestão. A oposição, ainda lambendo suas feridas eleitorais, não tem fontes para esse tipo de informação.
Prazo de vencimento
A tal reforma ministerial que Brasília discutia ser necessária antes mesmo da posse dos novos ministros de Dilma já tem três candidatos potenciais a encabeçar a lista dos substituídos, daqueles que deverão ser convidados a não mais fazer "sacrifícios" em Brasília : Fernando Haddad, da Educação; Luiz Sérgio das Relações Institucionais e Pedro Novais, do Turismo.
Johil Camdeab
A saída do jovem Pedro Abramovay do Ministério da Justiça mostra, por um lado, que Dilma não se esquece do passado e, na hora certa, dá o troco.
Desde a edição da revista "Veja" que revelou a queixa dele quanto aos pedidos de Dilma e Gilberto Carvalho, que a relação estava azedada.
Mas a demissão revela outro lado da história. De fato, demonstra aquilo que já é voz corrente em Brasília, que José Eduardo Cardozo pretende tirar todo mundo do ministério que tem em seu DNA a indicação de Márcio Thomaz Bastos. A julgar pelas últimas movimentações, tem obtido êxito.
E mostra, ainda, que Dilma quer marcar mais uma diferença entre ela e Lula, que sempre foi de tergiversar muito antes de afastar companheiros que o desagradavam ou eram surpreendidos em estripulias. Abramovay foi o "efeito demonstração" : nem passou pelas frigideiras comuns em Brasília, foi direto para o fogo.