terça-feira, 14 de abril de 2009

Billy The "Cat" Kid.





Por André Carvalho
btreina@yahoo.com.br
Billy The "Cat" Kid
Tudo o que se fala ou se escreve atualmente, qualquer que seja o tema ou o cenário, passa obrigatoriamente por Barack Obama e sua atuação à frente da nação mais poderosa do mundo. É um tal de “baraque pra cá baraque pra lá”, que só encontra paralelo em “michele pra cá michele pra lá”. O tempo de Sarkozy e Carla Bruni passou.

Como sou meio do contra, trago à baila outro americano: Billy the Kid!!! Nascido em 1859, “Bilinho”, como diriam os baianos, viveu apenas 21 anos, nos quais construiu a imagem de bandido e herói, dependendo do ponto de vista do observador – assim como nossos políticos.
Usou nomes falsos, roubou tudo o que podia, foi fiel ao patrão que lhe deu guarida numa fazenda, além de, mesmo fora da lei, manter amizade com o xerife Pat Garret. Billy the Kid foi retratado em dezenas de filmes, alguns deles sucesso de bilheteria.

Qual a razão para tanto blablablá? Simples: por estas bandas também temos um Billy. Não um Billy the Kid, mas um Billy the Cat. Nosso “Bilinho” tem somente quatro anos e não é um bandido, ao contrário, é vítima de falsidade ideológica perpetrada, aí sim, por um bandido.

Vamos aos finalmente: seu tutor – sim, porque “Bilinho” é filho de pais desconhecidos – Sr. Eurico Siqueira da Rosa, era dado ao milagre da multiplicação. Não de balas como o Billy americano, e sim de filhos, que não tinha, mas registrava, assim mesmo, no cadastro do programa Bolsa Família, do qual era o coordenador, no município de Antonio João no Estado do Mato Grosso do Sul. É como se fosse um mensalão de pobre!

Dada a facilidade em cadastrar qualquer um, nosso bandido Siqueira resolveu também incluir no benefício, o seu gato Billy, o que lhe rendeu, ao longo de sete meses, cento e quarenta reais à razão de vinte reais mensais. De miau em miau Bilinho fez a felicidade de seu dono, mas não sabemos se, por cooperar no orçamento doméstico, houve uma melhora na ração e nas condições da dormida, com lençois mais limpos, por exemplo.

As sociedades protetoras dos animais, sempre ativas, e os legisladores de Brasília, sempre aparvalhados, devem, em conluio técnico, estabelecer imediatamente no estatuto equivalente – há sempre um estatuto no Brasil – pesadas multas para quem usufruir, sem promover a contrapartida, de benefícios gerados por animais desprotegidos.

Para evitar fraudes, como as do Siqueira, defendo que o Governo Federal crie o Bolsa Animal, tendo o cuidado de esclarecer, logo no primeiro parágrafo, tratar-se de benefício dirigido aos animais irracionais e não aos outros.
Essa minha idéia ganhou corpo ontem, quando observei, perambulando pelo meio da rua, uma matilha composta por uns seis cachorros e uma cadela, maltrapilhos e fedorentos. O Bolsa Animal poderia cadastrá-los e tirá-los das ruas, proporcionando-lhes uma existência mais digna, quiçá uma inclusão digital com imagens no Youtube e certamente na propaganda política eleitoral.

Entendo que uma “oenegê”, ligada ao partido da vez, administraria os recursos, o cadastro animalesco e os benefícios. Na prestação de contas três rubricas: casa, comida e roupa lavada.

Está estranhando a roupa lavada? Refiro-me, amigo, à roupa de cama!!!
(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.