Por André Carvalho (*)
btreina@yahoo.com.br
A metamorfose
Ela não me desperta emoções e, sim, um sentimento de desconforto quando a vejo frente às câmeras de televisão, o que vem ocorrendo com certa frequência. Surge a ministra na telinha e já espero por uma resposta mal humorada, um esbregue qualquer, uma rajada de metralhadora ou a explosão de um coquetel molotov.
A metamorfose
Ela não me desperta emoções e, sim, um sentimento de desconforto quando a vejo frente às câmeras de televisão, o que vem ocorrendo com certa frequência. Surge a ministra na telinha e já espero por uma resposta mal humorada, um esbregue qualquer, uma rajada de metralhadora ou a explosão de um coquetel molotov.
Nem mesmo sua recente metamorfose estética facial, capaz de arregimentar amores e ódios de uma maneira poucas vezes vista, amainou meus horrores. Dilma se metamorfoseou assim como Elza Soares, Ângela Bismark e tantas outras celebridades, pois, afinal, a imagem vale mais que o conteúdo. Ficou mais jovem? Mais suave? Mais desanuviada? Não sei! Meu senso estético é amorfo. Percebo apenas uma Dilma “esticada”, muito esticada, assim como um elástico distendido. Por vezes creio que certos rostos tendem ao rompimento, tal o estado de repuxo da tez. São as modernidades!
Como toquei na questão do conteúdo, fico imaginando se a ministra ouviu e acompanhou o “maluco beleza” Raul Seixas em suas propostas de mudança: “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo, sobre tudo“. Assusta-me a velha opinião formada da ministra, que defendia a tomada do poder via luta armada, com o terrorismo, a guerrilha e o sequestro servindo de meios. Pouco difere do PCC – Primeiro Comando da Capital. Na verdade, muda somente o tipo de poder a ser conquistado.
O tema transformação tem em Franz Kafka um mestre. Judeu nascido em Praga, então cidade do império austro-húngaro, ele é o autor da polêmica obra A Metamorfose cujo protagonista Gregor, caixeiro viajante, percebe ao acordar certa manhã, que está se transformando num grande inseto de dorso duro e inúmeras patas. Espanto, conformismo e rejeição da família levam Gregor a assumir sua condição de metamorfoseado. Considerações de ordem prática, filosófica e psíquica compõem o escopo do enredo.
Analogicamente, creio que Dilma, a guerrilheira, é o Gregor de Lula e que seu acordar deu-se no exato instante em que José Dirceu caiu em desgraça, por seus próprios pensamentos, palavras e obras, deixando vago o espaço de chefe de governo. Dilma acordou para o poder e foi adquirindo cada vez mais costas largas a despeito de toda uma leva de familiares petistas a rejeitar-lhe o dorso forte. Como um bom inseto a ministra picou e envenenou a muitos, com dossiês e investigações paralelas, numa metamorfose tamanha que, em certas ocasiões, mais parecia a chefa da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) do que uma guerrilheira nata.
E o que pensar das muitas patas imaginadas por Kafka para seu personagem Gregor? Em nossa metamorfoseada seriam elas os PAC’S criados por Lula? Tentáculos que se movem como apêndices de insetos – frágeis e longos – porém capazes de saltos incríveis, performances espetaculares, arremetidas escandalosas? Se meu caro leitor mirar em 2010, certamente entenderá que sim.
Seguindo em frente e revendo meu “olhar” entendo que o rubi do cabelo não combina com a franja, a pálpebra do olho esquerdo ficou caída, sobraram umas rugas no canto do olho direito e uma leve papada sob o queixo. Não sei se cirurgia plástica tem garantia contra defeitos de resultado!!! Aguardamos, no mínimo, um “recall”.
(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.
Como toquei na questão do conteúdo, fico imaginando se a ministra ouviu e acompanhou o “maluco beleza” Raul Seixas em suas propostas de mudança: “eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo, sobre tudo“. Assusta-me a velha opinião formada da ministra, que defendia a tomada do poder via luta armada, com o terrorismo, a guerrilha e o sequestro servindo de meios. Pouco difere do PCC – Primeiro Comando da Capital. Na verdade, muda somente o tipo de poder a ser conquistado.
O tema transformação tem em Franz Kafka um mestre. Judeu nascido em Praga, então cidade do império austro-húngaro, ele é o autor da polêmica obra A Metamorfose cujo protagonista Gregor, caixeiro viajante, percebe ao acordar certa manhã, que está se transformando num grande inseto de dorso duro e inúmeras patas. Espanto, conformismo e rejeição da família levam Gregor a assumir sua condição de metamorfoseado. Considerações de ordem prática, filosófica e psíquica compõem o escopo do enredo.
Analogicamente, creio que Dilma, a guerrilheira, é o Gregor de Lula e que seu acordar deu-se no exato instante em que José Dirceu caiu em desgraça, por seus próprios pensamentos, palavras e obras, deixando vago o espaço de chefe de governo. Dilma acordou para o poder e foi adquirindo cada vez mais costas largas a despeito de toda uma leva de familiares petistas a rejeitar-lhe o dorso forte. Como um bom inseto a ministra picou e envenenou a muitos, com dossiês e investigações paralelas, numa metamorfose tamanha que, em certas ocasiões, mais parecia a chefa da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) do que uma guerrilheira nata.
E o que pensar das muitas patas imaginadas por Kafka para seu personagem Gregor? Em nossa metamorfoseada seriam elas os PAC’S criados por Lula? Tentáculos que se movem como apêndices de insetos – frágeis e longos – porém capazes de saltos incríveis, performances espetaculares, arremetidas escandalosas? Se meu caro leitor mirar em 2010, certamente entenderá que sim.
Seguindo em frente e revendo meu “olhar” entendo que o rubi do cabelo não combina com a franja, a pálpebra do olho esquerdo ficou caída, sobraram umas rugas no canto do olho direito e uma leve papada sob o queixo. Não sei se cirurgia plástica tem garantia contra defeitos de resultado!!! Aguardamos, no mínimo, um “recall”.
(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.