Luz, câmera... ação! Há quase um século os produtores americanos despejam nas salas de cinema uma quantidade impressionante de filmes de guerra que fascinam espectadores em todo o mundo. Mas será que esses aficionados sabem que muitas dessas obras jamais veriam a luz do dia sem o apoio do Departamento de Defesa dos Estados Unidos?
Imagem: Nos bastidores de O mais longo dos dias: em 1964, o produtor Darryl F. Zanuck filma in loco o desembarque das tropas aliadas na Normandia.
Que este, ao conceder ajuda às produções, cuida de sua imagem junto ao público, favorece sua política de recrutamento, exerce censura e apresenta a guerra como uma solução necessária?
Produzir um filme custa caro. Preocupados em economizar, alguns cineastas pedem todo tipo de ajuda ao Pentágono: imagens de arquivo, assessoria técnica, acesso a equipamentos de última geração, autorização para filmar em instalações militares etc.
Para isso, os criadores submetem seus roteiros a um dos muitos escritórios do Pentágono responsáveis por fazer a ponte entre os militares e Hollywood. Após várias leituras atentas do roteiro, os oficiais das Forças Armadas decidem dar ou não o sinal verde para a produção.
Os termos da colaboração são então inscritos em um contrato restritivo: “A produção deverá ajudar os programas de recrutamento das forças armadas. (...) A companhia produtora consultará o Departamento de Defesa para todas as cenas militares durante a preparação, filmagem e montagem”.
Segundo Philip Strub, assessor especial de mídia e entretenimento do Departamento de Defesa, “é nosso interesse participar da produção de filmes”.
Durante o período entre-guerras proliferaram filmes que exaltavam a superioridade militar americana e procuravam convencer o público de que os Estados Unidos deveriam enfrentar a escalada do totalitarismo do Velho Continente.
Finalmente, em 7 de dezembro 1941, o bombardeio da frota americana em Pearl Harbor pela aviação japonesa iria convencer definitivamente os americanos de que seu país deveria entrar de cabeça na Segunda Guerra Mundial.
Hollywood se mobilizou. Atores como James Stewart, Robert Montgomery, Tyrone Power, Douglas Fairbanks e Clark Gable alistaram-se no exército.
Em 1942, o presidente Franklin D. Roosevelt institucionalizou as relações com Hollywood com a criação do Office of War Information (Escritório de Informações de Guerra) e convidou John Ford e Frank Capra a colocarem seus talentos a serviço do esforço de guerra.
Capra assumiu a direção dos serviços cinematográficos do exército, e Ford foi enviado ao Pacífico para cobrir em primeira mão o conflito.
Bastidores:
Os Boinas Verdes - em 1968 John Wayne pediu ao presidente americano que intercedesse junto ao exército para que este o ajudasse a adaptar para o cinema o romance The green berets (Boinas Verdes), no intuito de inspirar “uma atitude patriótica nos americanos”. Bingo!
O exército lhe forneceu tudo que desejava, além de uma doação de vários milhões de dólares. Reacionário até não poder mais, o filme é uma apologia da luta armada conduzida no Vietnã.
Apocalipse Now - Em 1979, Francis Ford Coppola dirigiu o clássico Apocalypse Now. Inspirado no romance O coração das trevas, de Joseph Conrad, o filme relata a aventura do capitão Willard (Martin Sheen), incumbido de matar um “Boina verde” desertor, o coronel Kurtz (Marlon Brando), que liderava um exército de rebeldes.
Coppola pediu auxílio ao exército americano para financiar os altos custos de produção do filme, mas sua solicitação foi recusada. O motivo? Pedir a um soldado que execute outro é contrário à ética militar. O Pentágono lhe pediu que mudasse a palavra “executar”, o que o obrigaria a transformar toda a história. O diretor não aceitou e partiu rumo às Filipinas para filmar algumas cenas, alugando material do exército do ditador Ferdinando Marcos.
Top Gun - de Tony Scott (1986), marcou várias gerações. Com seus cabelos engomados e sorrisos carniceiros, os personagens do filme restabeleceram o prestígio do exército americano. O longa-metragem recebeu total apoio da Marinha, sob a condição de valorizar o papel dos militares que atuam em alto-mar.
Top Gun fez tanto sucesso que o exército instalou escritórios de recrutamento na saída dos cinemas!
A caçada ao outubro vermelho - O filme narra a história de um comandante russo, interpretado por Sean Connery, que, em vez de atacar os Estados Unidos com um submarino nuclear , o entrega aos antigos inimigos.
A produção contou com grande apoio da Marinha americana, que chegou a abrir a base de Norfolk para as filmagens. Para completar, Fred Thompson, o ator que interpreta o almirante Joshua Painter do USS Enterprise, é um senador republicano carismático na vida real.
O exército lhe forneceu tudo que desejava, além de uma doação de vários milhões de dólares. Reacionário até não poder mais, o filme é uma apologia da luta armada conduzida no Vietnã.
Apocalipse Now - Em 1979, Francis Ford Coppola dirigiu o clássico Apocalypse Now. Inspirado no romance O coração das trevas, de Joseph Conrad, o filme relata a aventura do capitão Willard (Martin Sheen), incumbido de matar um “Boina verde” desertor, o coronel Kurtz (Marlon Brando), que liderava um exército de rebeldes.
Coppola pediu auxílio ao exército americano para financiar os altos custos de produção do filme, mas sua solicitação foi recusada. O motivo? Pedir a um soldado que execute outro é contrário à ética militar. O Pentágono lhe pediu que mudasse a palavra “executar”, o que o obrigaria a transformar toda a história. O diretor não aceitou e partiu rumo às Filipinas para filmar algumas cenas, alugando material do exército do ditador Ferdinando Marcos.
Top Gun - de Tony Scott (1986), marcou várias gerações. Com seus cabelos engomados e sorrisos carniceiros, os personagens do filme restabeleceram o prestígio do exército americano. O longa-metragem recebeu total apoio da Marinha, sob a condição de valorizar o papel dos militares que atuam em alto-mar.
Top Gun fez tanto sucesso que o exército instalou escritórios de recrutamento na saída dos cinemas!
A caçada ao outubro vermelho - O filme narra a história de um comandante russo, interpretado por Sean Connery, que, em vez de atacar os Estados Unidos com um submarino nuclear , o entrega aos antigos inimigos.
A produção contou com grande apoio da Marinha americana, que chegou a abrir a base de Norfolk para as filmagens. Para completar, Fred Thompson, o ator que interpreta o almirante Joshua Painter do USS Enterprise, é um senador republicano carismático na vida real.
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