quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Escultura de água.

"As limitações dos órgãos da visão humana são enormes. Estamos condenados pela nossa natureza a receber apenas uma pequena gama do espectro electromagnético (a que chamamos luz visível), a distinguir um reduzido número de cores ou a ser enganados por movimentos rápidos devido ao efeito de persistência retiniana.

É assim a fotografia de alta velocidade. Não é arte, apesar da beleza surpreendente de algumas das suas imagens; é pura técnica, resultado do disparo no tempo certo de um frio aparelho fotográfico perfeitamente sincronizado com o movimento e com a iluminação precisa.
Sabemos que a arte não depende dos meios com que é produzida mas sim da razão por que é feita. Um domínio total dos meios parece, pois, ser necessário para extrair da matéria toda a sua "alma". É o que faz Martin Waugh. Mas a sua matéria - a água - é amorfa e, sobretudo, efémera. A fotografia de alta velocidade permite-lhe captar a beleza fugaz de um momento irrepetível. Tudo é então cuidadosamente planeado: a iluminação, as cores, o ângulo, a profundidade de campo, a velocidade de obturação, o instante exacto... "


Texto e imagens tirados do excelente Obvious