Por André Carvalho - escrito em 25 de maio de 08
btreina@yahoo.com.br
MORUBIXABA
Em escrito da semana passada defendi a transformação do Brasil em um sultanato, de forma a resolver a questão do terceiro, quarto e quinto mandatos presidencial. Como sultão Lula seria vitalício e manteria todo o seu poder e sua mítica, transformando o Brasil em coisa das arábias. Esse negócio das arábias começou com o Procurador Geral da República quando denunciou os quarenta mensaleiros ao Supremo Tribunal Federal. O Procurador, na ocasião, sugeriu: “são quarenta ladrões, só falta o Ali Babá”.
Dois dos meus três leitores reclamaram veementemente, argumentando ser o sultanato um modelo ultrapassado e de difícil entendimento para o brasileiro comum. Dois de três representa uma dízima periódica de 66,6666666%. Com pesquisa não se brinca!!! Atordoado com tamanho índice de rejeição, e, em busca de ajuda, liguei para um novo amigo, o Natalino, mas fui informado da sua incomunicabilidade. Sozinho, parti para repensar minha proposta.
Com os neurônios em estado de sofreguidão cheguei à humilde convicção que, melhor do que sultanato seria transformar o país numa Reserva Indígena, resolvendo, de pronto, uma montanha de problemas, inclusive a guerra civil que se trava em Roraima. A idéia tem fundamento bíblico; “Do pó viemos, ao pó voltaremos”. Há também uma nesga de ecológico naturalista, pois é sabido que o índio respeita o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para sua sobrevivência. Não sei como ficarão a Petrobras, a Vale e os madeireiros, mas isso é outro problema.
A vitaliciedade do Lula estaria garantida com sua ascensão ao posto de MORUBIXADA abrindo caminho para uma vasta reconfiguração da sociedade e do governo. Muitas coisas mudam muito e outras tantas mudam pouco. Por exemplo. Se, de repente, todos nós virarmos índio, acaba a segregação racial e a política compensatória de cotas voltada para as minorias. Acaba também o bolsa família, pois índio vive da caça e da pesca e não precisa de dinheiro pra nada. Gravata cai em desuso, substituída por vistosos cocares. “Topless” deixa de ser exclusividade de passista de escola de samba e se incorpora aos usos e costumes da mulherada, preferencialmente daquelas entre dezoito e trinta anos. Abaixo disso é pedofilia e acima é, é, é... bom, deixa pra lá. É da cultura indígena a pintura corporal e o uso abundante de plumas, brincos, colares e pulseiras, assim como já fazem nossos tatuados, nossas modelos, jogadores de futebol, travecos, dondocas e rainhas de bateria, não necessariamente, nesta mesma ordem. Portanto, nada a reclamar e pouco a mudar.
A genealogia sim, teria muito trabalho para sobrenomear as pessoas segundo a tradição indigenista, que considera os fenômenos da natureza, da geografia e do misticismo como elementos fundamentais no destino dos seres viventes, daí a necessidade de agregá-los ao prenome. Num rápido exercício de futurologia teríamos: Marta Devaneio Noturno, Aloísio Pétala de Flor, Dirceu Fênix Tropical, Genoino Águas do Araguaia, Marco Aurélio Rufo do Diabo, Tarso Bigode de Urso, etc.
A organização do poder indígena é simples, enxuta e descomplicada. Apenas três figuras. O cacique morubixaba, o pajé e o chefe guerreiro. No primeiro e mais importante posto, teremos, claro, o Lula Águia Pernambucana, enquanto que para chefe guerreiro ninguém se compara ao Jobim Sol dos Pampas. Quanto ao pajé, a briga é séria, pois o que não falta é curandeiro e mestre em pajelança. Vejo que pela capacidade de antecipar o futuro em cada lançamento do PAC e pelo profundo entendimento com o morubixaba, a indicação da tribo recairá sobre Dilma Trovão Celeste. Aguardemos.
Restou uma dúvida cruel: se índio não usa cueca, como serão transportados os fartos dólares que compõem nosso meio circulante?
Perguntar não ofende!
btreina@yahoo.com.br
MORUBIXABA
Em escrito da semana passada defendi a transformação do Brasil em um sultanato, de forma a resolver a questão do terceiro, quarto e quinto mandatos presidencial. Como sultão Lula seria vitalício e manteria todo o seu poder e sua mítica, transformando o Brasil em coisa das arábias. Esse negócio das arábias começou com o Procurador Geral da República quando denunciou os quarenta mensaleiros ao Supremo Tribunal Federal. O Procurador, na ocasião, sugeriu: “são quarenta ladrões, só falta o Ali Babá”.
Dois dos meus três leitores reclamaram veementemente, argumentando ser o sultanato um modelo ultrapassado e de difícil entendimento para o brasileiro comum. Dois de três representa uma dízima periódica de 66,6666666%. Com pesquisa não se brinca!!! Atordoado com tamanho índice de rejeição, e, em busca de ajuda, liguei para um novo amigo, o Natalino, mas fui informado da sua incomunicabilidade. Sozinho, parti para repensar minha proposta.
Com os neurônios em estado de sofreguidão cheguei à humilde convicção que, melhor do que sultanato seria transformar o país numa Reserva Indígena, resolvendo, de pronto, uma montanha de problemas, inclusive a guerra civil que se trava em Roraima. A idéia tem fundamento bíblico; “Do pó viemos, ao pó voltaremos”. Há também uma nesga de ecológico naturalista, pois é sabido que o índio respeita o meio ambiente, retirando dele somente o necessário para sua sobrevivência. Não sei como ficarão a Petrobras, a Vale e os madeireiros, mas isso é outro problema.
A vitaliciedade do Lula estaria garantida com sua ascensão ao posto de MORUBIXADA abrindo caminho para uma vasta reconfiguração da sociedade e do governo. Muitas coisas mudam muito e outras tantas mudam pouco. Por exemplo. Se, de repente, todos nós virarmos índio, acaba a segregação racial e a política compensatória de cotas voltada para as minorias. Acaba também o bolsa família, pois índio vive da caça e da pesca e não precisa de dinheiro pra nada. Gravata cai em desuso, substituída por vistosos cocares. “Topless” deixa de ser exclusividade de passista de escola de samba e se incorpora aos usos e costumes da mulherada, preferencialmente daquelas entre dezoito e trinta anos. Abaixo disso é pedofilia e acima é, é, é... bom, deixa pra lá. É da cultura indígena a pintura corporal e o uso abundante de plumas, brincos, colares e pulseiras, assim como já fazem nossos tatuados, nossas modelos, jogadores de futebol, travecos, dondocas e rainhas de bateria, não necessariamente, nesta mesma ordem. Portanto, nada a reclamar e pouco a mudar.
A genealogia sim, teria muito trabalho para sobrenomear as pessoas segundo a tradição indigenista, que considera os fenômenos da natureza, da geografia e do misticismo como elementos fundamentais no destino dos seres viventes, daí a necessidade de agregá-los ao prenome. Num rápido exercício de futurologia teríamos: Marta Devaneio Noturno, Aloísio Pétala de Flor, Dirceu Fênix Tropical, Genoino Águas do Araguaia, Marco Aurélio Rufo do Diabo, Tarso Bigode de Urso, etc.
A organização do poder indígena é simples, enxuta e descomplicada. Apenas três figuras. O cacique morubixaba, o pajé e o chefe guerreiro. No primeiro e mais importante posto, teremos, claro, o Lula Águia Pernambucana, enquanto que para chefe guerreiro ninguém se compara ao Jobim Sol dos Pampas. Quanto ao pajé, a briga é séria, pois o que não falta é curandeiro e mestre em pajelança. Vejo que pela capacidade de antecipar o futuro em cada lançamento do PAC e pelo profundo entendimento com o morubixaba, a indicação da tribo recairá sobre Dilma Trovão Celeste. Aguardemos.
Restou uma dúvida cruel: se índio não usa cueca, como serão transportados os fartos dólares que compõem nosso meio circulante?
Perguntar não ofende!