terça-feira, 1 de janeiro de 2008

Previsões Previsíveis.



do cartunista solda







O ano que começa vai acabar. Durante todo ele, um monte de coisas acontecerá, outras tantas talvez sucedam ou não, enquanto muitas outras com certeza deixarão de ocorrer. Vai morrer gente que nunca morreu e, pra compensar, vai nascer gente que jamais nasceu.
Haverá felicidades e tragédias, mas não ao mesmo tempo e no mesmo local. Nem todos os aviões terão o mesmo número de decolagens e aterrisagens. Nem todas as represas represarão. Uns perderão o juízo, principalmente os juízes. A loucura enlouquecerá uns quantos, ao contrário do sossego, que sossegará bastante.
A pobreza vai ser altruísta, empobrecendo à maioria; a riqueza será egoísta, com a mesma minoria. Surgirão fatos nunca imaginados e suas versões imagináveis. Da política se poderá esperar tudo, do mesmo modo que dos políticos não se esperará nada.
A gentileza apanhará da grosseria na via pública. Semanas e meses passarão, enquanto várias formas suaves de desespero permanecerão. Poderá haver leite e mel caindo do céu, depende só de furacões erguendo apiários e tambos. A violência ficará contida às 24 horas do dia. Boas e más notícias serão dadas por mau e bom jornalismo, respectivamente.
Os ciclos da natureza andarão de monociclo. Milagres na economia não estão descartados, todos ocultos em mangas. Doenças incuráveis e curas improváveis duelarão por mais corpos. O amor ficará restrito aos amáveis e aos amantes. Mazelas sociais receberão mais atenção do governo para que não se desmazelem. Estou sendo otimista, crianças.