Não fosse a mudança de folhinha e o espoucar de fogos na mudança de mais uma noite de verão, e o ano novo seria apenas mais uma alteração comum em nosso calendário gregoriano. Lá se vão anos e anos e todos os votos são os mesmos, todas as promessas de mudanças pessoais as mesmas, e todos continuam os mesmos de velhos anos - traidores de si próprios e dos que o cercam no convívio diário.
Não sei como será 2008 mas sei, tenho certeza de que a imprensa e outras instituições não deixarão passar batidos os 40 anos do período mais cruel para a vida brasileira. Foi o auge da ditadura que veio com o golpe militar, com o surgimento do AI-5, apagando a última e tênue chama que ainda ardia no fim do túnel do espectro democrático brasileiro.
Era Médici, era de ferro e fogo no Brasil e, de roldão, envolvendo países do Cone Sul da Sul América, na qual a justiça italiana quer agora remexer e levar a julgamento algozes do Chile, Uruguai, Argentina, Paraguai e mais treze brasileiros. Foram casos que envolveram cidadãos italianos, que agora recorrem à lei internacional.Ainda para 2008: acabo de ler, via Francepress, que o ditador Fidel Castro, do alto dos seus debilitados 81 anos, acha-se com saúde suficiente para encarar uma reeleição (sic). Não é piada, ele falou reeleição mesmo, tudo "democraticamente", como costuma acontecer sempre na única ditadura que ainda resiste no continente.
Cuba é ótima, mas para intelectuais, artistas e políticos da esquerda brasileira que jamais morariam lá, porque não podem largar o filé que o regime capitalista lhes proporciona em plagas brasileiras.
Quanto às previsões de babalorixás, tarólogos, pais e mães-de-santo e outros charlatães do gênero, prefiro acreditar em mais um especial de Roberto Carlos no dia de Natal, e na clássica "amanhã, se não chover, fará tempo bom". Pensando bem, juízo e bom senso não faz mal a ninguém, a qualquer hora de qualquer ano.