quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Braxil, França e Argentina

Por Gaudêncio Torquato
Porandubas políticas

O termômetro do SIMPI
O SIMPI - Sindicato de Pequenas e Médias Indústrias - promove, a cada mês, a Pesquisa Indicador de Atividade da Micro e Pequena Indústria, a cargo do Instituto Datafolha. 



O índice de satisfação verificado no setor no mês de setembro, que engloba avaliação geral da empresa, faturamento e margem de lucro, caiu para 84 pontos. No mesmo mês no ano passado, o índice era de 112 pontos. A situação é gritante : a última rodada mostra que 94% dos empresários alegam que a crise econômica já afeta seus negócios. Mais um dado alarmante : 28% das microempresas correm real risco de fechar. O percentual de cortes de vagas no setor saltou de 19% para 27%, sendo que entre as micros 7% contrataram e 20% demitiram ; e dentre as pequenas, 29% contrataram e 53% demitiram. A avaliação negativa - com as respostas ruim e péssima - pulou de 31% para 36% ; o faturamento está ruim ou péssimo para 43%. O desânimo se expande no seio dos pequenos e micro empresários. O termômetro do SIMPI mostra as beiradas de uma classe média se aproximando do estado de penúria.



Direita francesa avança
A barbárie impetrada em Paris por três grupos terroristas do Estado Islâmico deflagrará uma abrangente onda contra imigrantes e refugiados dos conflitos no continente. Veremos o fortalecimento da direita radical de Marina Le Pen, que deverá tirar o Partido Socialista do segundo turno nas próximas eleições. 

O partido Os Republicanos, que substitui a União por um Movimento Popular, sob o comando do ex-presidente Nicolas Sarkozy, deve liderar o processo eleitoral nos dias de amanhã. Ou seja, veremos o enfraquecimento das siglas de esquerda, desta feita com o franco apoio dos jovens, revoltados com os ataques que vitimaram 129 pessoas e deixaram mais de 250 feridos. A xenofobia se expandirá. Muçulmanos enfrentarão ondas de repúdio e indignação.


Pergunta que está no ar : por que Paris, considerada um símbolo das liberdades e o jardim mais florido da democracia contemporânea, foi escolhida como território para a tragédia ? Exatamente por isso mesmo. Como símbolo da democracia - igualité, legalité, fraternité - a França é, para os terroristas, o cartão postal mais visível do momento. Ademais, o país é considerado o mais engajado na estratégia de combater o Estado Islâmico na Síria. O EI quis mostrar reação à liderança da França nas frentes do combate ao terror.



Macri vence Sciolli ?
Na Argentina, é bem provável a vitória do oposicionista Maurício Macri, ex-prefeito de Buenos Aires, contra o governista Daniel Sciolli, apoiado pela presidente Cristina Kirchner. 



Sciolli era franco favorito há meses. Perde a condição. A Argentina padece de profunda crise. O kirchnerismo dá sinais de esgotamento. Já Macri, caso vença, sinalizará mais um avanço da direita no continente. Sua visão profundamente comprometida com o liberalismo econômico seria o contraponto que os argentinos querem estabelecer com o populismo funcional da esquerda de Sciolli/Cristina.