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segunda-feira, 5 de maio de 2014

A nau dos insensatos e o apagão

Por Merval Pereira.
Publicado em O Globo em 02MAI2014.
Transcrito do blog do Murilo

Nau dos insensatos
As intervenções pontuais do governo em setores da economia têm provocado consequências maléficas em outros, como, por exemplo, na questão elétrica. Ou na redução forçada dos juros, que acabou sendo revertida pela realidade, e hoje temos juros mais altos do que antes, para tentar controlar a inflação crescente.
 
Querendo reduzir compulsoriamente a tarifa de energia, o governo praticamente obrigou as empresas a aceitar uma renovação de contratos em novas bases, provocando prejuízos e impedindo que investimentos necessários fossem feitos.




As tarifas acabaram não caindo como o prometido em um pronunciamento propagandístico na televisão, e o governo está com um problema para o Tesouro enfrentar, que pode chegar a R$ 50 bilhões segundo algumas estimativas. O desequilíbrio financeiro em consequência da Medida Provisória 579, de 2012, já obrigou o governo a colocar R$ 18 bilhões no setor, para financiar a redução arbitrária da tarifa, afetando as contas públicas.

O malabarismo para financiar outros R$ 11 bilhões está provocando uma crise na Câmara de Compensação de Energia Elétrica (CCEE), com diretores pedindo demissão por não concordarem com essa contabilidade criativa, o que pode obrigar o Tesouro a garantir de alguma maneira esse empréstimo, anulando a tentativa de não aumentar o rombo nas contas públicas.
 
 
Depois desse imbróglio todo, ainda restará para o próximo governo um tarifaço e o perigo de um apagão. Caminhamos para uma situação semelhantes à ocorrida em 1998, com sinais trocados. Naquele ano de reeleição, o governo Fernando Henrique Cardoso adiou o mais que pôde a desvalorização do Real, que acabou vindo em janeiro de 1999, no primeiro mês do segundo mandato.

Agora, o governo tenta adiar um programa de racionamento de energia para não sofrer eleitoralmente, mas todos os especialistas advertem que se nada for feito o racionamento virá, com mais força, já em novembro deste ano, um mês depois de fechadas as urnas, seja quem for o eleito.
 


Uma herança maldita que Dilma pode estar deixando para si mesma, assim como o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, retarda uma campanha de racionalização do uso da água em São Paulo, para não ter prejuízos nas urnas. Corremos o risco de ter, fechadas as urnas, apagão de energia e água.

Tudo isso para dizer que soluções atípicas, como as que a presidente Dilma anunciou em cadeia nacional de rádio e televisão na véspera do Dia do Trabalho, não significam medidas racionais para o bem da população, e acabam produzindo efeitos contrários.

Mesmo a carga positiva que essas medidas populistas possam trazer para uma candidatura em risco é duvidosa. O aumento de 10% para os integrantes do Bolsa Família não fará com que mais beneficiários do plano votem em Dilma, a grande maioria já deve estar com ela. Mas fortalece a percepção do restante da população de que o programa social é utilizado como arma eleitoral, e aumenta o rombo nas contas públicas.
 


Prometer que a tabela do Imposto de Renda será reajustada no próximo ano no mesmo dia em que terminava o prazo para a declaração do IR deste ano parece uma burla ao cidadão comum. Além de o reajuste anunciado ser inferior à inflação, não parece lógico que o governo tome uma decisão dessas em ano eleitoral, para valer em um mandato que pode não ser o seu.

A garantia de continuar, além de 2015, com uma política de reajuste do salário mínimo com ganhos reais é uma vantagem para a candidatura governista, que os oposicionistas só equipararão caso a campanha eleitoral entre numa corrida demagógica que vencerá aquele que prometer mais coisas impossíveis de cumprir. Essa política, aliás, está sendo questionada no Supremo tribunal Federal.

O que se desenha ao final é um quadro de irresponsabilidade fiscal que se agrava com o populismo eleitoral. Como as medidas anteriores, essas também terão consequências indiretas em vários outros setores, provocando a alta da inflação futura e a necessidade de aumentar os juros mais ainda, neutralizando os benefícios que porventura trouxessem aos trabalhadores do Brasil. E assim a nau dos insensatos navega em águas turbulentas.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Especial Déjà vu - "Apagão didático"

Este artigo de André Carvalho foi postado neste blog em 21 de fevereiro de 2009. Em vista dos recentes, e diários, apagões de energia elétrica que Salvador, esta bela mas mal administrada cidade, vem sofrendo regularmente com qualquer ameaça de chuva no horizonte - e as águas de março mal deram o ar de sua graça - resolvi republicá-lo. Continua pertinente.

XXX



 Por André Carvalho (*)
btreina@yahoo.com.br



Apagão didático
O recente ”apagão” que atingiu mais de oitenta milhões de pessoas em dezoito estados brasileiros confirma a máxima do “aqui se faz, aqui se paga” expondo de forma didática como o feitiço pode virar contra o feiticeiro, mesmo sendo este um candidato a deus.


ique

Em 2001, durante o governo Fernando Henrique, a ausência de chuva nas cabeceiras dos rios secou os reservatórios das hidrelétricas e, como consequência, tivemos uma crise energética de grande monta. A partir daí a questão recebeu um tratamento específico, reconhecido como competente por quem entende do assunto, com o redesenho, inclusive, da nossa matriz energética.

A falta de chuva, circunstância que foge ao controle do homem foi desconsiderada pelo Partido dos Trabalhadores e por seu candidato na campanha de 2002, os quais, cinicamente, depositaram sobre os ombros do governo e do candidato situacionista a responsabilidade pela crise e ponto final. A campanha que elegeu Lula também “gravou” no candidato José Serra a marca de ministro da dengue.

Agora, a rebordosa veio com força, pois jamais o mosquito esteve tão ativo, transformando o Lula, este sim, no “presidente da dengue e do apagão”. Só não podemos falar abertamente porque com os deuses não se brinca. Veja o caso do Caetano Veloso, alvo de patrulhamento por dizer verdades sobre o analfabetismo e a grosseria do “cara”.

Há menos de três meses, dona Dilma, ex titular de Minas e Energia, e agora candidata petista, afirmou não haver possibilidade de blecaute. Para quem pleiteia o cetro, uma bobagem ímpar, até porque se sabia, naquela data, que “apagões” estavam ocorrendo de norte a sul e já ultrapassavam os cinquenta no ano. Isso com chuvas abundantes e termoelétricas em regime de “stand by”. Cabe perguntar: incompetência ou enganação? Como devemos tratá-la durante a campanha? Ministra do apagão ou ministra apagada?

Depois apareceu o Presidente dizendo que estávamos (seu governo) na fase do achismo em relação ao apagão. Com os reservatórios cheios, Inácio da Silva buscava ganhar tempo para entabular uma desculpa convincente que descaracterizasse a incompetência. Caso ainda exista, sua consciência deve estar pesadíssima.

Para fechar a ópera bufa em palco sombrio o Ministro Lobão declarou que o blecaute até que foi bom porque evitou um acidente maior. Lobão deve achar que somos chapeuzinhos vermelhos para acreditar em suas malandragens. Que nariz grande, que orelhas tortas, que olhos míopes, que boca enorme a dizer tolices. No entendimento dele um mal menor a evitar outro maior, no meu, um desentendido a proferir uma grande bobagem. Vá ser estúpido assim no raio que o apague Ministro...

Lula sempre acha que tem absoluta convicção de alguma coisa e tome blá, blá, blá. Na verdade são sete anos de achismo, o que desvirtua o debate sério das questões nacionais. Para a maioria do eleitor brasileiro, questões didáticas são de somenos importância e tendem muito mais para o enfadonho e desinteressante do que para o esclarecedor. Pão, circo, e mais recentemente, uma bolsa ou uma cota, preenchem o universo cognitivo de parte significativa da população.

Haja apagão!!!

(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Dilma Rousseff: ministra e MÃE do APAGÃO!

MOVIMENTO Dilma NÃO !!
29/10/2009
Ela diz: Não haverá apagão!


E o que acontece?


Apenas, 12 dias depois...
um blecaute atingiu 18 estados!

veja o vídeo abaixo


Neste link encontrarão um artigo de André Carvalho denominado Apagão didático que esclarece algumas coisinhas sobre o tema além de , claro, escrito no seu estilo peculiar.

terça-feira, 13 de abril de 2010

Casa de ferreiro, espeto de pau

Li no Ucho

Ex-ministro de Minas e Energia, senador Lobão é vítima de apagão em Imperatriz
O senador Édison Lobão (PMDB-MA), ex-ministro de Minas e Energia, foi vítima de um apagão elétrico na madrugada desta terça-feira (13).

 O avião da TAM em que viajava não conseguiu pousar por duas vezes na cidade de Imperatriz, pois o aeroporto e toda a região estavam às escuras.


Heringer

 Na primeira tentativa, o avião seguiu direto de Brasília para São Luís, a capital do Maranhão. Lobão então embarcou de retorno, pois o avião faria uma escala na segunda maior cidade do estado.

E mais uma vez o pouso foi proibido, porque o aeroporto continuava sem operar por falta de energia elétrica. Sem alternativa, Lobão foi obrigado a retornar à capital federal.

Em Imperatriz, o ex-ministro participaria da inauguração do novo estádio Frei Epifânio D’Abadia, cuja solenidade foi presidida pela governadora Roseana Sarney (PMDB). A obra foi iniciada pelo governador cassado Jackson Lago (PDT).

A ex-ministra Dilma não disse que apagões eram coisa do governo passado, ops, retrasado pois não havia planejamento? Pois aqui em Salvador, no bairro onde resido - Amaralina - têm faltado energia diariamente e mais de uma vez ao dia.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Mais um apagão no carnaval de Salvador

Foto: Ricardo Matsukawa/Terra

Um apagão no sistema público de iluminação deixou o circuito- Barra-Ondina do Carnaval de Salvador sem luz por volta das 22h40 deste domingo, quarto dia da festa baiana. A iluminação foi retomada às 22h47.

A falta de energia começou quando Daniela Mercury e Caetano Veloso faziam um dueto da música Carnavália em frente ao Expresso 2222, camarote de Gilberto Gil. Os camarotes mantiveram a iluminação durante o período.

A Coelba, companhia de fornecimento de energia de Salvador, foi procurada por seu serviço de atendimento gratuito e informou que o problema foi provocado pela pela queima de um transformador.

Terra

Esperamos que seja o último já que, se não me engano, é o 3º!

sábado, 14 de novembro de 2009

Froiidisplika

“Nós também temos uma outra certeza,
que não vai ter apagão.
 É que nós voltamos a fazer planejamento”.


Dilma Rousseff, há menos de um mês, em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, mostrando que não mente só sobre o passado e o presente.


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Miriam Leitão: Lições do apagão

Por Miriam Leitão

Lições do apagão
Sistema interligado é vulnerável a efeito dominó


O sistema brasileiro de energia é todo interligado. Isso traz um problema: qualquer problema que aconteça a falta de energia se espalha rapidamente num efeito dominó.

A interligação do sistema começou a ser feita pelos militares e depois do apagão de 2001, o Brasil reforçou essa ligação. A ideia é que se faltar energia num lugar se possa trazer de outro imediatamente. Mas na crise, como nesta noite, apagam-se estados inteiros. No mínimo dez estados ficaram às escuras e mais o Paraguai.



charge do Frank

O governo ainda bate cabeça. Não sabe dizer o que houve. Itaipu diz que não foi a hidrelétrica. O Ministro das Minas e Energia, Edson Lobão, diz que foi um fenômeno atmosférico em Itaipu, mas o Inpe mostra que não chovia sobre a região de Itaipu no momento. Enfim, o governo está perdidinho, horas depois, e não sabe dizer o que houve.

Pior, Lobão disse uma besteira enorme na entrevista: disse que o sistema brasileiro não era interligado no último apagão e depois disso passou a ser interligado. Errado. Ele é assim há décadas. É espantosa a falta de intimidade do ministro de energia com os assuntos da energia no Brasil. Isso é que dá ficar nomeando ministros de energia pelo grau de interligação que ele tenha com o sistema Sarney. Produz este blecaute de informação e de inteligência no sistema como um todo.



charge do Junião

A ministra Dilma Roussef que é a verdadeira manda-chuva da energia brasileira vivia batendo no peito e dizendo que agora nenhum problema aconteceria como em 2001 porque o sistema está todo planejado. Não está. O que há de diferente entre 2001 e agora é que São Pedro nos ajudou e os reservatórios estão cheios. Aí a culpa não é do raio, mas sim da falta de inteligência na administração do sistema interligado.

Ele precisa estar ligado para suprir a falta em algum ponto do sistema, mas precisa também saber se proteger do efeito dominó sendo capaz de isolar o problema. O professor Luiz Pinguelli Rosa falou na necessidade de planejar um ilhamento dos problemas para que eles não produzam essa queda de luz no Brasil todo.

O apagão está nos grandes jornais do mundo. Isso assusta o investidor. O governo precisa hoje de dar uma boa explicação, porque é da boa explicação que pode sair um planejamento que evite a repetição do problema. O que ficou claro é que o sistema é vulnerável.