sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Val Marchiori e o BB

Por Fernando Gabeira.
Transcrito do Besta Fubana

Valdirene Aparecida
Os jornalistas, às vezes, chamam a atenção para os nomes estranhos que surgem nos escândalos políticos. Surgiu agora o de Valdirene Aparecida, que, apesar de inadimplente, teria recebido um empréstimo do Banco do Brasil, com dinheiro do BNDES. Os nomes parecem estranhos no noticiário, porque são nomes de batismo, de modo geral, como é comum na Bahia, uma fusão dos nomes do pai e da mãe.

Arte de EDRA


Valdirene, por exemplo, muito provavelmente, é filha de Valdir com Irene. Tornou-se Val Marchiori, participou de um reality show, “Mulheres ricas”, e é apresentada como socialite. Vi alguns fragmentos do reality show. Valdirene não parecia apenas uma mulher rica, mas alguém fugindo intensamente dos hábitos da população mais humilde, marcados inclusive no seu nome composto: Valdirene, de Valdir e Irene, e Aparecida, talvez em homenagem à padroeira do Brasil.

Arte de BRUNO


Suas matérias de viagem eram custeadas por ela, que viaja em jatinho próprio. Val ofuscou Valdirene e conseguiu um espaço como apresentadora, repórter, blogueira e celebridade. Além disso, tinha grana para produzir as próprias matérias. Dizem os jornais que Valdirene e Aldemir eram amigos, viajavam juntos, e, juntos, decidiram pelo empréstimo no BB, onde Aldemir era presidente.

Arte de JBOSCO


Ele é um dos executivos ligados ao PT. Chegou ao máximo da carreira ao ser indicado para a presidência de uma Petrobras em transe. E teve esse caso na vida, uma loira como cliente bancária.

A senadora Marta Suplicy já registrou o problema da cor do cabelo no PT, ao afirmar que havia três candidatas mulheres à presidência, Dilma, Marina e ela. Mas observou que não tinha nenhuma chance, pois era a única loira.

Arte de LILA


No auge da crise internacional, Lula acusou os loiros de olhos azuis de terem arruinado a economia mundial. Se falou isso é porque, em alguma camada de seu inconsciente, acredita na maldade intrínseca dessa gente branca.

Valdirene também é loira. Sua trajetória de fuga da pobreza e a adoção entusiástica de um consumo de luxo aparentemente são sinais de afastamento da galáxia petista. No entanto, no fundo, têm tanto ela como o PT o mesmo deslumbramento com a riqueza.

Arte de AMORIM


A passagem de Lula pelo Copacabana Palace, no período eleitoral, mostra que ele tem os mesmos e talvez mais caros hábitos que a própria socialite.

A sensação que tenho é de que Lula gostaria de ter a mesma trajetória de Val Marchiori. Sua fúria contra os ricos e os loiros de olhos azuis esconde um grande desejo de imitá-los.

Arte de CLAYTON


No Brasil, há quem ganhe Bolsa Família, há quem ganhe bolsa Louis Vuitton do BNDES. A diferença, como tenho acentuado, é o sigilo do BNDES.

Sinceramente, espero que ela não se ofenda, mas a bolsa de Val Marchiori é uma mixaria perto do que os outros ricos empresários estão levando. E revela algo característico da burguesia brasileira, sobretudo aquela que o PT considera a elite do B porque o apoia, incondicionalmente. Eles esbanjam dinheiro.

Arte de NEWTON SILVA


Val tem dinheiro para viajar no próprio jatinho e financiar suas aventuras jornalísticas. Mas, quando precisa de uma graninha extra, vai ao Banco do Brasil, que, por sua vez, aciona o crédito do BNDES. Os donos da Friboi buscam dinheiro no BNDES e, ao mesmo tempo, destinam R$ 250 milhões à campanha do PT.

Arte de SINOVALDO


A trajetória de Aldemir e Valdirene passaria em branco para mim. Não me importo com a vida dos outros nem me disponho a patrulhar gastos alheios quando não se originam em dinheiro público.

No entanto, há uma trajetória comum dos ricos que orbitam em torno dos governos petistas e bolivarianos. Prosperam num discurso de amor à pobreza, mas, no fundo, querem apenas mais dinheiro.

Arte de SID


Valdirene é uma exceção. Nunca a vi elogiar a pobreza, nos poucos minutos em que a ouvi, jamais manifestou amor pelos pobres, algo que é muito comum nos nossos salvadores populistas.

Ao contrário, encarna apenas um espírito elitista, que quer se diferenciar através do consumo de luxo e escolhas sofisticadas.

O PT ama os pobres, tão falsamente como é possível amar os pobres, a Humanidade e outras grandes abstrações.

Arte de PAIXÃO


Mas Valdirene e Lula navegam no mesmo transatlântico de luxo que está se afundando e não nos deixam outra saída, exceto seguir tocando nosso piano, humildemente, enquanto a farsa não se revela em toda a sua amplitude.

O ideal seria tocar a sirene enquanto o drama se precipita sem as máscaras do carnaval. Mas isso é uma tarefa para se pensar na Quarta-feira de Cinzas.

Arte de AMARILDO


As últimas pesquisas sobre Dilma confirmam minhas intuições de repórter de rua. A confiança está desabando, e o edifício pode cair. Só nos resta repetir em escala nacional o conselho do prefeito do Rio aos moradores de área de risco: acreditem na sirene quando ela tocar.

Velhinho pé de valsa


Pensamento do dia



Dirigir o porsche de Eike é fácil,
quero ver é usar o óculos rayban de Cerveró.

(by whatsapp)

Cartuns do dia






Brasil está na lama, diz a The Economist

BRASIL NO EXTERIOR

Por Fernando Nakagawa.
Publicado em sua página no ESTADÃO em 26FEV2015


"Brasil no atoleiro" é capa da The Economist
A revista The Economist volta a dedicar a capa para o Brasil. Na edição latino-americana que chega às bancas nesta quinta-feira, 26, uma passista de escola de samba está em um pântano coberta de gosma verde com o título “O atoleiro do Brasil”.

Em editorial, a revista diz que a antiga estrela da América Latina “está na maior bagunça desde o começo dos anos 1990″. A capa da edição da Economist para o restante do mundo não tem o País como tema principal e dá destaque a outro assunto: o avanço dos telefones celulares.



A Economist diz em editorial que, durante a campanha, Dilma Rousseff “pintou um quadro rosa” sobre o Brasil e a campanha teve o discurso de que conquistas como o emprego, aumento da renda e benefícios sociais seriam ameaçados pela ”oposição neoliberal”.

“Apenas dois meses do novo mandato e os brasileiros estão percebendo que foi vendida uma falsa promessa”. 

Para a revista, “a economia do Brasil está em uma bagunça, com problemas muito maiores do que o governo admite ou investidores parecem perceber”. Além da ameaça de recessão e da alta inflação, a revista cita como grandes problemas o fraco investimento, o escândalo de corrupção na Petrobras e a desvalorização cambial que aumenta a dívida externa em real das empresas brasileiras.

“Escapar desse atoleiro seria difícil mesmo para uma grande liderança política. Dilma, no entanto, é fraca. Ela ganhou a eleição por pequena margem e sua base política está se desintegrando”, diz a revista.

A Economist nota que boa parte dos problemas brasileiros foram gerados pelo próprio governo que adotou uma estratégia de “capitalismo de Estado” no primeiro mandato. Isso gerou fracos resultados nas contas públicas e minou a política industrial e a competitividade, diz o editorial. A revista cita que Dilma Rousseff reconheceu parte desses erros ao convidar Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda. “No entanto, o fracasso do Brasil em lidar rapidamente com distorções macroeconômicas deixou o senhor Levy com uma armadilha de recessão”.

Entre as medidas para que o Brasil retome o caminho do crescimento sustentado, a revista diz que “pode ser muito esperar uma reforma das arcaicas leis trabalhistas”. “Mas ela deve pelo menos tentar simplificar os impostos e reduzir a burocracia sem sentido”, diz o texto, ao citar que há sinais de que o Brasil pode se abrir mais ao comércio exterior.

O editorial termina com a lembrança de que o Brasil não é o único dos BRICS em apuros e a Rússia está em situação pior ainda. “Mesmo com todos os seus problemas, o Brasil não está em uma confusão tão grande como a Rússia. O Brasil tem um grande e diversificado setor privado e instituições democráticas robustas. Mas seus problemas podem ir mais fundo do que muitos imaginam. O tempo para reagir é agora”.

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

A receita para quebrar o Brasil

Por Elio Gaspari.
Publicado na FOLHA em 22FEV2015


A receita para quebrar o Brasil
Em novembro a doutora Dilma sancionou um projeto refinanciando as dívidas de Estados e municípios. Coisa de R$ 500 bilhões, que deveriam ser pagos até 2039. Governadores e prefeitos que herdaram o espeto mexeram-se para mudar as condições de pagamento. No carro-chefe ficou o comissário de São Paulo Fernando Haddad. Argumentava que a cidade tinha perdido a capacidade de investimento. Mudando-se o sistema, sua dívida cairia de R$ 62 bilhões para R$ 36 bilhões. Como dinheiro não nasce em árvore, a Viúva perderá receita. Neste ano, seria uma mixórdia, apenas R$ 1 bilhão. Quem pagou tudo direitinho ferrou-se.

Arte de CLAUDIO


Esse assunto não tinha personagens satanizáveis nem podia ser tratado como um escândalo. Teve até o apoio do PSDB. Virou uma coisa boa.

Quatro anos antes, o mesmo Fernando Haddad estava no ministério da Educação e mudou as regras do Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior, o Fies. Vivendo na ponta que distribui dinheiro, baixou os juros para 3,4% ao ano, ampliou os prazos de pagamento para três vezes o tempo de duração do curso e relaxou as exigências para os fiadores. Criou-se a fiança solidária, bastando juntar três colegas da faculdade. De onde sairá o dinheiro emprestado a juros subsidiados e em condições imprevisíveis de retorno? Um palpite: da bolsa da Viúva.

Arte de IOTTI


Aquilo que poderia ser uma boa iniciativa virou uma estatização do risco do financiamento das universidades privadas. Esse tipo de crédito é socialmente necessário, desde que seja matematicamente sustentável. Faculdades estimularam seus alunos a migrar para o Fies e, com isso, o número de bolsistas passou de 150 mil em 2010 para 4,4 milhões em 2014. Os financiamentos pularam de R$ 1,1 bilhão para R$ 13,4 bilhões. Há faculdades onde os alunos que pagam as mensalidades tornaram-se uma raridade. Formaram-se conglomerados universitários, com ações na Bolsa. O repórter José Roberto Toledo mostrou que, entre 2012 e novembro de 2014, enquanto o Ibovespa caiu 18%, as ações do grupo Kroton, com um milhão da alunos, valorizaram-se em 500%. (Em 2014 o grupo recebeu R$ 2 bilhões do Fies, cifra inédita até para a Odebrecht.)

Arte de NEWTON SILVA


O ministro Cid Gomes quis colocar método na maluquice, exigindo padrões de desempenho acadêmico às escolas, notas melhores dos alunos para o acesso ao programa e associou parte do desembolso à formatura do jovem. Prenunciou-se uma "catástrofe". Ou, nas palavras de Gabriel Mario Rodrigues, presidente da guilda da escolas privadas, "o governo fez uma cagada", "o ministro não é do ramo" e "fala demais". Com toda razão, ele diz que "não podemos confiar no governo". Nem eles nem a torcida do Flamengo. Com a ajuda de parlamentares e de "gente trabalhando nas altas esferas" (em quem confiam), as empresas se articulam para desossar as medidas.

Arte de SPONHOLZ


Ganha um fim de semana na Guiné Equatorial quem acredita que esses financiamentos dados com critérios frouxos e fianças capengas fecharão a conta na bolsa da Viúva. Vem por aí outro rombo. Como aconteceu com a dívida dos Estados e municípios, certamente será renegociado, noutros governos. É assim que se quebra um país.

ACM Neto na Lagoa dos Patos



Atenção moradores da Pituba e Amaralina:

Hoje, às 19:00 o nosso prefeito ACM NETO 
estará presente à LAGOA DOS PATOS 
na rua Piauí, no bairro da Pituba.

Quem quiser reivindicar algo, aproveite!

Uma múmia numa estátua

Desde 21FEV circula na web uma notícia afirmando ter sido encontrada uma estátua chinesa do BUDA contendo em seu interior uma múmia, será verdade?



Pois bem, pesquisadores do Centro Médico Meander, em Amersfoort (Holanda) colaboraram em seu tempo livre sob a liderança de Erik Bruijn, um especialista no campo da arte e da cultura budista além de ser Curador do Museu do Mundo em Rotterdam.

Os especialistas receberam a múmia chinesa no hospital para exame interno (tomografia computadorizada e endoscopia) no dia 3 de setembro. A múmia fazia parte da exposição Mummies no início deste ano no museu local  e foi datada como sendo do século 11 ou 12.



A múmia suspeita-se que seja o corpo mumificado do mestre budista Liuquan, que pertencia à Escola de Meditação Chinesa. 

Com um endoscópio feito especialmente para este fim recolheram amostras de um material ainda não identificado e examinaram as cavidades torácica e abdominal. Foi descoberto também que entre todos os tipos de materiais utilizados no espaço onde não houvesse órgãos, encontraram-se pedaços de papel que são impressos com caracteres chineses antigos.



Foram retiradas e levadas para análise amostras de material ósseo para testes de DNA. Os resultados ainda não estão disponíveis.

A estátua com a múmia, que estava no Museu Drents na Holanda, ficará em exposição até maio de 2015 no Museu de História Natural em Budapeste, na Hungria.

Fontes

Voto Distrital: eu acredito... e você?





Clique no link abaixo e
assine a petição

http://www.euvotodistrital.org.br/#mobilize

Porta Aberta ao Juízo - LXII



Na adversidade o homem tem que pensar mais largo,
 pra não sucumbir à estreitezas do caminho.

[Gilberto Quadros]
{extraído do livro Porta Aberta ao Juízo}

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Lulla e seu discurso no Rio de Janeiro

Por Josias de Souza.
Publicado em seu blog em 25FEV2015


Preparado para a "guerra", Lulla ataca a semântica
Lula foi ao Rio de Janeiro na noite desta terça-feira para estrelar um “ato em defesa da Petrobras”. Ao discursar, fez o que os presidentes americanos costumam fazer quando precisam unir a nação em seu apoio: declarou guerra ao inimigo. 

“Eu quero paz e democracia, 
mas se eles querem guerra, 
eu sei lutar também.'' 

Provou que falava sério. Armado do microfone, fez sua primeira vítima. Fulminou a semântica.



Ao insinuar que a Petrobras virou escândalo pelas mãos de uma “elite que não se conforma com a ascensão dos mais pobres”, Lula deixou claro que o Brasil vive uma crise de significado. Mostrou que a crise é terminal ao dizer que irá às ruas para “defender a Petrobras e a reforma política”. Considerando-se que o orador avalizou as nomeações dos petrogatunos e governou por oito anos com o apoio de sarneys, renans, collors e malufs, fica claro que o vocábulo “significado” perdeu o significado.

O correto, se as palavras ainda valessem alguma coisa, seria Lula pedir perdão por ter levado a Petrobras ao balcão da baixa política. Mas como qualquer coisa quer dizer qualquer coisa, Lula chama o crime de “caca” e sai de fininho: 

Washington Quá-quá 
é o presidente do PT/ RJ


“Que vergonha eu posso ter se, no meio de uma família de 86 mil pessoas, uma pessoa comete um erro, faz uma caca. […] Não podemos jogar a Petrobras fora por causa de meia dúzia de pessoas ou 50 pessoas.''

O razoável, se a semântica não estivesse na UTI, seria Lula expiar o pecado de ter deflagrado a sangria que levou a Petrobras a perder o grau de investimento que fazia dela um porto seguro para quem quisesse investir. Mas como nada mais quer dizer coisa nenhuma, na hora em que a agência Moody’s dava a má notícia, Lula jactava-se: 

“Tenho orgulho da maior capitalização do capitalismo mundial, que foi a capitalização da Petrobras, que se tornou uma das empresas mais importantes do mundo.



Lula sustenta que “eles” — eufemismo para FHC e a mídia golpista — “continuam fazendo hoje o que sempre fizeram antes. A ideia básica é criminalizar antes, tornar bandido antes de ser investigado e julgado.” Pessoas que não sabiam de nada, como ele e Dilma, são tratadas com base na “tal da teoria do domínio do fato. […] É o pressuposto de que a mãe tem que saber que o filho é drogado ou não foi bem na escola e o boletim dele está ruim.

Para não dizer que Lula é um cínico, deve-se deduzir que ele é apenas mais uma vítima da crise de semântica. Alguém que chama o mensalão de fábula tem imunidade para comparar ladrões a filhos desgarrados e seus padrinhos a mães relapsas. É isso ou Lula adotou para se isentar de responsabilidade o velho adágio segundo o qual não se faz omelete sem quebrar os ovos. A frase aniquila qualquer princípio ético. Mas absolve tudo, do “Paulinho” manejando contratos ao Vaccari operando a caixa registradora.



Lula aconselhou Dilma Rousseff a levantar a cabeça. Apresentou-se como exemplo:

 “Sou filho de uma mulher analfabeta, de um pai analfabeto. E o mais importante legado que minha mãe deixou foi o direito de eu andar de cabeça erguida. E ninguém vai fazer eu baixar a cabeça neste país. Honestidade não é mérito, é obrigação.”

É reconfortante saber que Lula não perdeu a fronte alta que traz do berço. Com alguma sorte, ainda vai cruzar com um espelho qualquer hora dessas. E talvez perceba que a crise semântica fez dele um personagem sem nexo. 



Para ouvir a íntegra do discurso do “guerreiro'' copie e cole em seu navegador, o link abaixo.

https://soundcloud.com/institutolula/defender-a-petrobras-e-defender-o-brasil-ouca-a-participacao-de-lula-no-ato

O preço da fanfarronice dos governantes

BRASIL NO EXTERIOR


Por Reynaldo Azevedo.
Publicado em sua página na VEJA online em 25FEV2015

... eis o legado do fanfarrão...
Parecia roteiro de filme barato, mas era verdade. Nesta terça, enquanto Luiz Inácio Lula da Silva, cercado por milicianos truculentos, comandava um ato no Rio contra a Operação Lava Jato, contra a imprensa e contra a decência, a agência de classificação de risco Moody’s rebaixava uma vez mais, a exemplo do que fizera em janeiro, a nota da estatal, que já estava em Baa3, o último patamar do chamado grau de investimento. Agora, na Moody’s, a estatal está no grau especulativo — ou por outra: a agência está dizendo aos investidores do mundo inteiro que pôr dinheiro na Petrobras não é seguro. A agência está dizendo ao mundo inteiro que emprestar dinheiro para a Petrobras é arriscado.

Arte de AROEIRA


Desta feita, não foi uma queda qualquer: a Moody’s botou a Petrobras dois degraus abaixo de uma vez só. Em vez de cair para Ba1, o que já seria catastrófico, a empresa despencou para Ba2, e a agência ainda cravou um viés negativo no caso de uma futura avaliação. Só para vocês terem uma ideia: acima dessa nota, há outras… 11. Abaixo dela, apenas 9. Na Fitch e na Standard & Poor’s, a Petrobras está também a um rebaixamento apenas de passar para o grau especulativo.

Arte de CAZO


A partir de agora, tudo se torna mais difícil para a empresa. A maioria dos fundos proíbe investimento em empresas nessa categoria. Pior: em alguns casos, a ordem é se desfazer dos papéis, ainda que amargando prejuízos. Para se financiar dentro e fora do Brasil, a Petrobras terá de pagar juros mais elevados. E isso se dá num momento em que a empresa já teve de reduzir ao mínimo seus investimentos na área de exploração e refino de petróleo, suas atividades principais.

Arte de MARCO AURELIO


O mais impressionante é que o rebaixamento veio duas semanas depois de Dilma trocar toda a diretoria da Petrobras. Isso reflete a confiança do mercado na nova equipe. A operação foi desastrada. Com ou sem razão — e nós veremos —, o juízo unânime é que a governanta escolheu um presidente para maquiar no balanço as perdas bilionárias decorrentes da corrupção e da gestão ruinosa do PT.

Arte de OLIVEIRA


E não se enganem: atrás do rebaixamento da nota da Petrobras, pode vir o rebaixamento da nota do Brasil. Na própria Moody’s, já não é grande coisa. O país é “Baa2”. Ainda é “grau de investimento”, mas bem modesto. Se o país cair mais dois, vai para a categoria dos especulativos. O mesmo acontece na Fitch (BBB): um próximo rebaixamento (BBB-) poria o país a um passo da zona vermelha. Na Standard & Poor’s, a posição do país é mais preocupante: rebaixado em março, caiu de “BBB” para “BBB-“, mesma nota da Petrobras. Nessa agência, uma próxima queda conduziria o país para “BB+”, primeiro nível do grau especulativo. Foi o que já fez a agência britânica Economist Intelligence Unit na semana retrasada: o rebaixamento, de BBB para BB, lançou o Brasil no grupo dos potenciais caloteiros.

Arte de AMARILDO


Não obstante, naquele espetáculo de pornografia desta segunda, Lula vituperou contra a investigação e contra a imprensa e conclamou João Pedro Stedile a pôr seu exército na rua — sim, ele empregou a palavra “exército”. Aquele que a ex-filósofa Marilena Chaui disse “iluminar o mundo” quando fala ainda encontrou tempo para especular sobre a situação no Iraque. E disparou: “Já tem gente lá com saudade do Saddam Hussein, porque no tempo dele se vivia em paz”.

Arte de OLIVEIRA


Lula, este celerado, tem uma noção muito particular de paz. Pelo menos 300 mil pessoas, árabes, foram assassinadas pelo regime de Saddam. Nessa conta, não estão pelo menos 100 mil curdos, vítimas dos gases mostarda, sarin e tabun. É o que Lula chama de “viver em paz”.



Foi o regime criado por esse cara que quebrou a Petrobras. Agora os brasileiros começam a pagar a conta de sua irresponsabilidade, de sua ignorância e de sua estupidez.

Flagrantes inusitados


Solução para São Paulo

Vai ser ginecologista?


Sempre cabe mais um


Devagarzinho chego lá


Que esporte é esse?

Fonte - WEB

Lulla e sua estória catinguenta


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Os caminhões começam a parar o Brasil

Por Vinícius Torres Freire.
Publicado na FOLHA em 24FEV2015


Caminhões de crise
Caminhoneiros bloqueiam estradas pelo país desde sábado, quando eram poucos. Ontem, atrapalhavam o tráfego em pelo menos sete Estados. A situação era pior no Sul, no Paraná e em Santa Catarina. Algumas fábricas de alimentos pararam a produção. A BRF até soltou nota, em que dizia haver paralisações em 11 Estados. Em outros tempos, os caminhoneiros já quase pararam o país, que ora anda congestionado por muitos maus humores.

Arte de JEAN


Algum efeito grave do movimento caminhoneiro? Não. Mas convém prestar atenção. Há brotos de várias crises; a presidente espalha cascas de banana e pisa nelas com gosto ou distraída.

Há manifestações pelo "impeachment" de Dilma Rousseff marcadas para o domingo, 15 de março. No começo do ano, isso era coisa de birutas marginais. Agora, há mais birutas, mas não só, que além do mais contam com apoios do centro da política, senadores, tucanos, por exemplo. De resto, o mau humor em relação à presidente explodiu em diversas direções, sendo cada vez mais suprapartidário.

Arte de SON SALVADOR


Em breve, haverá mais notícias explosivas. A Procuradoria Geral da República vai divulgar o listão de políticos que passaram no vestibular do Petrolão. Ainda no que parece ser o distante final de março, a gente vai saber se os governos vão decretar racionamentos de eletricidade e água. Nesse ínterim, haverá mais gente a receber contas carésimas de luz, a ver o salário acabando mais cedo, mais desempregados.

Pode não dar em nada. Mas o ambiente está tenso. Considere-se a revolta dos servidores públicos do Paraná contra Beto Richa (PSDB), que, reeleito, começou a baixar um pacotaço de arrocho a fim de enfrentar a ruína do Estado, herança maldita que o tucano deixou para si mesmo. Há pequenas manifestações dispersas das dezenas de milhares de desempregados e trabalhadores sem pagamento das obras arruinadas pela crise da Petrobras. No dia 10, uns 200 deles, do Comperj, pararam a ponte Rio-Niterói.

Arte de NANI


Ontem, os protestos dos caminhoneiros não eram coisa grande. No ano tumultuado de 1999, de desvalorização caótica do real, arrocho e marchas contra FHC, as várias associações e sindicatos de caminhoneiros quase pararam o país entre julho e agosto. Era uma desordem, pois os caminhoneiros não têm liderança nacional, são muito divididos (note-se: muitos dos mais organizados apoiaram o tucano Aécio Neves na eleição do ano passado).

Em agosto de 1999 horrível de FHC, houve protestos de ruralistas, pois os fazendeiros queriam renegociações de dívidas, comuns pré-boom de commodities. No final daquele mês, houve a marcha dos 100 mil pelo "fora, FHC", liderada pelo PT e que contava com apoio de parte do PMDB. Em setembro, 56% dos brasileiros achavam que o governo de FHC eram ruim/péssimo (no caso de Dilma, são 44%).

Arte de JARBAS


Os caminhoneiros de agora querem frete maior, diesel e pedágios mais baratos, mudanças nas leis da jornada de trabalho, entre outras reivindicações picadas e diversas, pois não há direção central no movimento.

Muitos dos autônomos parecem desesperados. Empresas menores e autônomos também falam em devolver os montes de caminhões comprados com dinheiro do BNDES. Mesmo com juros baixos, não conseguem pagar as prestações.

Arte de GENILDO

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Charlie Hebdo de volta nesta quarta

Depois de hiato de seis semanas, a revista satírica Charlie Hebdo voltará às bancas da França nessa quarta-feira (25/02) com as caricaturas de alguns dos alvos favoritos da publicação, como o ex-presidente Nicolas Sarkozy, um jihadista, o papa Francisco e a líder da extrema-direita francesa, Marine le Pen.



O número 1179 da revista terá tiragem inicial de 2,5 milhões de exemplares e é o segundo a ser lançado depois dos ataques à sede da redação que deixaram 12 mortos no dia 7 de janeiro de 2015.

A nova capa, ilustrada pelo chargista Luz - um dos sobreviventes do massacre -, mostra um cachorro correndo com a Charlie Hebdo entre os dentes enquanto foge de um grupo raivoso liderado por Sarkozy em forma de poodle e Le Pen encarnada em um pit bull.

Além deles, um jihadista com cara de cachorro, o papa Francisco e um microfone do canal de notícias francês BFMTV, entre outros, tentam capturar o cão com a revista.

O preço a pagar


"A corrupção na Petrobras, apurada na operação Lava Jato, traz um diagnóstico infeliz da maior estatal do país, abalada por um câncer devastador e profundo, que, apoderado de uma metástase, espalhou-se e gerou sangria inestancável aos cofres da companhia. A hemorragia ocorreu em benefício de interesses escusos."

Com essa declaração, a força tarefa do MPF, responsável pelas ações decorrentes da operação Lava Jato, defendeu a necessidade de reparação dos danos morais coletivos provocados pelos atos ímprobos, supostamente praticados por seis empreiteiras acusadas de envolvimento em esquema de desvios de recursos públicos da Petrobras.


Para o Ministério Público, atos ímprobos apurados no âmbito da Lava Jato "acarretaram lesão de grande magnitude ao patrimônio público, com forte impacto negativo na coletividade".
No caso da Petrobras, acredita que as sequelas são gravíssimas, visto que, entre 2007 e 2010, a Petrobras foi responsável por 68,47% do que a administração pública Federal, direta e indireta, investiu no país e, para os próximos anos, o percentual poderia superar os 80% em razão dos investimentos no Pré-Sal.
"Corrupção de valores estratosféricos como a que é objeto desta ação constitui uma profunda violação dos direitos fundamentais individuais e sociais mais básicos que o Estado de Direito deve tutelar. Trata-se de um verdadeiro atentado contra os direitos humanos."
Fonte Migalhas