terça-feira, 30 de setembro de 2014

Dilma afirma que trocará Lula por Sarney



Dilma afirma que Lula não ficará num 2º mandato
Após afirmar que trocará os ministros, o penteado e a cor do esmalte caso seja reeleita, Dilma Rousseff anunciou mudanças no cargo de ex-presidente em exercício. 

"Ano novo, vida nova. Vou abdicar dos conselhos do Lula e vou dar mais ênfase aos palpites do Sarney, que estará aposentado, com os bigodes de molho. Assim oficializo a troca do falso comunismo pelo verdadeiro fisiologismo", antecipou.



Fontes ligadas ao Planalto especulam que Guido Mantega será substituído por Celso Kamura. "Se é para fazer maquiagem nas contas públicas, precisamos de um profissional", explicou. Em seguida, anunciou que pretende trocar o Galo pelo Cruzeiro, caso seja reeleita.

Boazinha, com o pescoço dos outros

Por Carlos Brickman
Fonte Pletz

Boazinha, com o pescoço dos outros
Dilma é mulher e sempre se disse defensora dos direitos humanos. Como a advogada Samira Saleh al-Naimi, de Mosul, Iraque.

Dilma propõe diálogo com o Estado Islâmico, que corta a cabeça de pessoas de outras religiões e trata as mulheres como inferiores. Samira foi assassinada agora pelo Estado Islâmico por defender os direitos humanos. Dilma condenou, em Nova York, quem luta contra o Estado Islâmico. E nem tocou no nome de Samira, vítima da barbárie.



Dilma defendeu os bárbaros, criticou quem luta contra eles e proclamou as excelsas virtudes que enxerga em seu Governo, ao viajar a Nova York para abrir a Assembléia Geral da ONU – tarefa que tradicionalmente cabe ao Brasil.

Lá havia 150 chefes de Estado. No entanto, relata o jornal americano Washington Post, a reunião de cúpula da organização beneficente Clinton Global Initiative, organizada pelo ex-presidente americano Bill Clinton, “ofuscou o encontro da ONU”.



Pergunta o jornal, um dos três mais importantes dos Estados Unidos: “A qual evento você preferiria ir: a um que começa com Leonardo Di Caprio, Eva Longoria e uma banda de rock, ou a um que começa com a presidente brasileira Dilma Rousseff?” Ainda bem que a repercussão foi pequena. Menos vergonhosa.

A má repercussão foi mais forte no Brasil. Tirando os bate-bumbos que acham lindo ser Tiradentes com o pescoço dos outros, Dilma foi muito criticada. Mas não há o que estranhar: a julgar por boa parte dos ministros e auxiliares que escolheu, a presidente não deve acreditar que cabeça seja muito importante.

Dilmices: Frases ditas por Dilma Rousseff - 3

Dilmices


“Primeiro, eu queria te dizer que 
eu tenho muito respeito pelo ET de Varginha. 
E eu sei que aqui, 
quem não viu conhece alguém que viu,
 ou tem alguém na família que viu, 
mas de qualquer jeito eu começo
 dizendo que esse respeito pelo 
ET de Varginha está garantido.”




 “Em Vidas Secas está retratado
 todo problema da miséria, da pobreza,
da saída das pessoas do Nordeste para o Brasil.”


“O meio ambiente é sem dúvida nenhuma
 uma ameaça ao desenvolvimento sustentável.”

Desabafo de um cidadão



O dia em que Dilma FUGIU da responsabilidade


Pequenos Partidos, grandes negócios


Enviado por Mestre Wallace

Pequenos Partidos, grandes negócios
Levy Fidelix estava no aeroporto de Brasília em junho deste ano. Ninguém na fila reconheceu o candidato à presidência da República pelo PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro), um homem que disputa eleições há três décadas, propagandeando seu "aerotrem". Ele só deixa o anonimato de dois em dois anos, quando se torna um dos símbolos da dor e da delícia da democracia brasileira: a proliferação de partidos inexpressivos. 



A ideia de multiplicar partidos surgiu no ocaso da ditadura. Durante o regime militar, o País teve apenas a Arena, governista, e o MDB, de oposição. Os anos do regime militar foram de ebulição ideológica. Havia uma grande pressão para abrir uma janela, permitindo que novas ideias se expressassem em novos partidos. O problema é que a janela nunca foi fechada. Hoje, o País tem 32 siglas, número que representa um dos maiores dilemas do nosso sistema político. Afinal, como cultivar a diversidade sem entulhar as eleições?

Criar um partido não é simples. A parte mais difícil é reunir 492 mil assinaturas, em no mínimo nove Estados, de apoio à sigla. Muitas são invalidadas, porque os cartórios eleitorais não conseguem comprovar que o nome, o número do título de eleitor e a assinatura estão ligados entre si ou vêm de uma pessoa com a situação em dia com a Justiça.



Para garantir uma gordurinha, já houve de tudo: empresários forçam funcionários, professores pedem aos alunos, prefeitos colhem assinaturas em hospitais. Nos últimos anos, houve suspeitas de que empresas especializadas entraram no jogo. Até agora, nada comprovado - embora, a princípio, a prática não seja proibida. Quando a barreira das assinaturas é rompida, a Justiça checa os documentos e concede o registro. Esse processo pode demorar de meses a anos.

Em suma, dá trabalho e requer bastante organização - tanto que mesmo Marina Silva, com décadas de militância e milhões de eleitores, não conseguiu juntar a tempo as assinaturas que precisava para validar seu partido, a Rede Sustentabilidade. Mesmo assim, só entre 2010 e 2014, cinco partidos foram criados. Até um ex-vereador de uma cidade-satélite de Brasília montou o seu. 



Tudo porque o esforço para abrir um partido compensa bastante por aqui. O Brasil nem é o país com mais agremiações políticas no mundo. Itália, França e EUA têm mais. Mas aqui há uma vantagem extra para os políticos: nossos partidos mal precisam de eleitores. O Estado garante dinheiro e exposição, não importando o que o partido representa, ou mesmo se ele representa alguma coisa. Só para dar uma ideia: Levy Fidelix foi processado em 2012 por uma série de filiados do PRTB. Eles reclamavam do fato de a sigla ser comandada por ele e por membros da sua família com base em reeleições infinitas e controle absoluto. O partido, então, mal representa seus próprios filiados. Mesmo assim, continua firme. 

E está longe de ser o único nessa situação. Poucos partidos resistem a um teste de representatividade. Eles não precisam ser fortes.



A legislação, afinal, assegura tempo mínimo de TV a todas as siglas. Ele aumenta de acordo com a representação na Câmara federal. Isso garante uma cota mínima para defender ideias em público, mas também cria situações esquisitas. Para ter tempo na TV, os candidatos com chances precisam de coligações gigantes. Dilma Rousseff, do PT, concorre com o apoio de nove partidos. Geraldo Alckmin, do PSDB, disputa a reeleição em São Paulo sob a união de 14 legendas. Os segundos a mais no horário eleitoral valem como moeda. É aí que um pequeno partido pode virar um grande negócio.

A troca pode ser entre tempo de TV, cedido pelo partido menor, e dinheiro vivo, por cortesia do partido maior. Cargos públicos também podem entrar no acordo, em caso de vitória da coligação.



Ou seja: o partido nanico acaba funcionando como uma empresa, uma companhia cujo produto principal são segundos de TV. E esses segundos não se materializam do nada. O Estado paga por eles, com dinheiro público. Não de forma direta, mas paga. O governo calcula o valor que as empresas receberiam em publicidade naqueles minutos em que o horário eleitoral é veiculado, e deixa as TVs abaterem esse dinheiro do imposto de renda. 

Só nas eleições deste ano, o governo vai deixar de arrecadar R$ 840 milhões por causa do horário eleitoral. Desse jeito, é como se uma fatia desses milhões fosse canalizada direto para os partidos-empresa. Nós, contribuintes, pagamos pelos minutos do horário eleitoral. Aí eles pegam e vendem para o próprio bem.



Outra fonte de dinheiro é o fundo partidário, também mantido pelo Estado, e que em 2013 foi de R$ 294 milhões. Hoje, 5% dessa reserva é dividida igualmente entre os 32 partidos. Os outros 95% são repartidos de acordo com a representação das siglas na Câmara. Em 2013, o PRTB, com dois deputados, recebeu R$ 1,3 milhão. Os que menos levaram foram os novatos Solidariedade e PROS, que ganharam R$ 115 mil cada um.

Também tem os debates. Imagine: você, candidato nanico, pode negociar com algum candidato de verdade para só fazer perguntas bacanas, levantando a bola para ele em troca de alguns milhões de reais. Não há indício de que algo parecido já tenha acontecido. Mas a possibilidade existe, infelizmente. 

Bom, nos últimos anos, uma série de medidas foi tomada para organizar essa geleia geral - sem sucesso. Até a fiscalização sobre o dinheiro usado pelos partidos é fraca. Há muitas explicações, mas a mais abrangente tem a ver com idade. A democracia é jovem no Brasil.



Estamos vivendo o maior período consecutivo de eleições livres da nossa história. Boa parte das garantias que os partidos têm foi gestada por pessoas que cresceram em um Brasil arbitrário e autoritário. Elas colocaram seus medos de perseguição em forma de lei. Só pena que a cautela de ontem tenha virado terreno fértil para gente esperta de hoje.

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Que a ONU não perca a oportunidade!

 Por Maria Helena RR de Sousa

Que a ONU não perca a oportunidade!
Dona Dilma para dialogar com eles!

A presidente da República Federativa do Brasil, presidenta Dilma Rousseff, mulher de fibra, de coragem e que deplora o sentimentalismo exagerado dos que se chocaram com a violência e a crueza do ISIS, abriu a 69ª Assembleia Geral da ONU com um discurso excelente que não foi compreendido pela imprensa tupiniquim.

Dona Dilma recordou a todos os que se achavam no plenário da ONU o que ela e Lula não se cansam de repetir: o Brasil acabou com a miséria, com a fome, com a desigualdade e com a mortalidade infantil e combateu a homofobia, além de seu governo lutar em favor da transparência e do combate à corrupção.



Ela acentuou que três em cada quatro brasileiros integram a classe média e os estratos superiores da sociedade. Como segundo o IBGE somos 201 milhões, façam as contas, senhores, e vejam o tamanho de nossas classes média e superiores! É estupendo!

Enfim ela fez um retrato desta potência, no que fez muito bem. Não era possível deixar que o resto do mundo só visse o Brasil como o país cujos cidadãos gastaram em oito meses US$ 17 milhões em compras e passeios no exterior!



Somos muito mais do que isso e temos uma chefa que não se curva diante de país algum. Por exemplo, querer que o Brasil assinasse a Declaração de Nova York sobre Florestas quando já reduzimos em 79% o desmatamento das florestas nos últimos dez anos! Onde já se viu tamanho desaforo?

Pois ela não assinou coisa nenhuma!

E por que cargas d’água ela se curvaria aos desejos de certos chefes de Estado no combate ao ISIS? O uso da força, nesses casos, seria uma prova de fraqueza intelectual e moral!



Mas dona Dilma, presidenta de um país que enfrentou galhardamente as decapitações no seu estado do Maranhão, sabe que não é pela força bruta que se resolvem esses problemas, mas pelo uso da força das palavras exatas, no tempo certo, i.e., pela diplomacia.

Será que a ONU vai perder a oportunidade de enviar dona Dilma como sua Embaixadora Plenipotenciária para dialogar com o ISIS?



Não creio que com sua vida atribulada desde mocinha ela tenha tido tempo de aprender muitas línguas, mas para isso ela tem a assessoria do brilhante Marco Aurélio Garcia, que seria um embaixador ex aequo et bono.

Da minha parte, além da confiança em sua atuação, tenho, sinceramente, muita pena dos membros do ISIS. Eles não sabem o quanto é cortante um meu querido dito em dilmês!

Que a ONU não perca a chance única que lhe foi dada por Deus e envie, o mais urgente que puder, dona Dilma ao encontro do ISIS.

São meus votos.

Irmã Dulce - o anjo bom da Bahia

Trailer do filme
"Irmã Dulce"



“Irmã Dulce” conta a emocionante história da mulher que, indicada ao Nobel, chamada em vida de “Anjo Bom da Bahia” e beatificada pela Igreja, nunca se importou com títulos.

 A história de uma mulher cujo único objetivo era confortar os necessitados, cuidar dos doentes, amparar os miseráveis – a qualquer custo, com a ajuda de quem fosse.

Dilma compactua com o desvio de recursos públicos

" Nosso país também precisa ter um compromisso 
com aqueles que desviam dinheiro público…”

Dilma Rousseff


Duvidam?
Assistam ao vídeo acima!

Abençoado por Deus e ...

Por Fernando Gabeira.
Publicado em O ESTADO DE SP


Abençoado por Deus e roubado com naturalidade

Tá lá o corpo estendido no chão. Acabou uma época imprensada entre a crise econômica e uma profunda desconfiança da política. Não quero dizer com isso que o atual governo federal, com sua gigantesca capacidade, milhões de reais e a máquina do Estado, perderá a eleição. Não o subestimo. Quando digo que acabou uma época quero dizer que algo dentro de nós se está rompendo mais decisivamente, com as denúncias sobre o assalto à Petrobrás.

Arte de Sponholz


De um ponto de vista externo, você continua respeitando as leis e as decisões majoritárias. Mas internamente sabe que vive uma cisão. A contrapartida do respeito à maioria é negada quando o bloco do governo se transforma num grupo de assaltantes dos cofres públicos.

Uma fantástica máquina publicitária vai jogar fumaça nos nossos olhos. Intelectuais amigos vão dizer que sempre houve corrupção. Não se trata de um esquema de dominação. Ele tem seus métodos para confundir e argumentar.

Arte de Newton Silva


O elenco escolhido pelo diretor da Petrobrás para encenar o grande assalto na política não chega a surpreender-me. O presidente do Senado, Renan Calheiros, e o presidente da Câmara, Henrique Alves, são atores experimentados. A diferença agora é que decidiram racionalizar. Renan e Alves viveram inúmeros escândalos separadamente. Agora estão juntos na mesma peça. Quem escreve sobre escândalos deve ser grato a eles. Com a presença num mesmo caso, Renan e Alves nos economizam um parágrafo. Partimos daí: os presidentes do Senado e da Câmara brasileira são acusados de assaltar a Petrobrás.

Deixamos para trás um Congresso em ruínas e vamos analisar o governo. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, foi acusado, o tesoureiro do PT também foi denunciado. As declarações deixam claro que Lula levou o diretor para o posto e elogiava seu trabalho na Petrobrás.

Arte de Luscar


Em termos íntimos, não há governo nem Congresso para respeitar. Ambos já mudaram de qualidade. Os que se defendem afirmando que sempre houve corrupção não percebem a fragilidade do argumento. É como se estivessem diante do incêndio do Rio e alguém sussurrasse: "O Nero, lembra-se? O Nero também incendiou Roma".

Grande parte dos analistas se interessa pela repercussão do escândalo na corrida presidencial. Meu foco é outro: a repercussão na sensação de ser brasileiro. Quem talvez conheça melhor essa sensação são as pessoas que vivem em favelas, dominadas pelo tráfico ou pela milícia.

Arte de Ivan Cabral


Existem diferenças entre as favelas e o Brasil que as envolve. Diante de escândalos políticos somos livres para protestar, o que não é possível nos becos e vielas. E contamos com a Justiça. No caso do mensalão, o processo foi conduzido por um juiz obstinado e com dor nas costas, pouco tolerante a artifícios jurídicos. 

Neste caso da Petrobrás há indícios de que o juiz Sérgio Moro, competente em analisar crimes de lavagem de dinheiro, pretende avançar nas investigações. E avançar por um território que não é virgem, mas extremamente inexplorado: o universo das empreiteiras que subornam os políticos.



Lembro-me, no Parlamento, dos esforços do velho Pedro Simon para que se investigassem também as empreiteiras nos escândalos de suborno. Falar disso no Congresso é falar de corda em casa de enforcado. Ele não conseguiu. Mas Simon queria mostrar também que os políticos não se corrompem sozinhos. Desgastados, polarizam tanto a rejeição que poucos se interessam por quem deu dinheiro e com que objetivo.

Leio nos jornais que as empreiteiras fizeram um pool de excelentes advogados e, pela primeira vez na história, vão se defender de forma coordenada. Vão passar por um momento crucial. Ainda no Congresso, apresentei projeto regulando suas atividades no exterior. A presunção era de que mesmo no exterior o suborno era ilegal para uma empresa brasileira. Alguns países já adotam essa política.

Arte de Duke


Sinceramente, não sei se o caso das empreiteiras é apenas de bons advogados. Em muitos lugares do mundo, algumas empresas assumem seus erros e se comprometem com um novo tipo de relação com as leis. Isso no Brasil seria uma decisão audaciosa. Sem o suborno, devem pensar, não há chance de ter contratos com o governo.

Se, como no mensalão, a justiça for aplicada com severidade, também as empreiteiras serão punidas. Mais uma razão para pensar numa mudança de comportamento para a qual o País já está maduro. Todo esse processo de corrupção pode ser combatido, parcialmente, a partir de nova cultura empresarial. Os outros caminhos são transparência, Polícia Federal, Justiça, liberdade de imprensa e internet.

Arte de Amarildo


Quando afirmo que uma época acabou, repito, não excluo a vitória eleitoral das forças que assaltam a Petrobrás. Mas, neste caso, o governo sobreviverá como um fósforo frio. Maduro, na Venezuela, vê Chávez transfigurado em passarinho. Esse truque não vale aqui, pois Lula está vivo. E no meio da confusão.

Não creio que o Congresso será melhor nem que a oposição, que não soube combinar a crítica econômica com a rejeição moral, possa realizar algo radicalmente novo. O próprio Supremo não é mais o mesmo. Modestamente, podemos esperar apenas alguma melhoras e elas vão depender de como o povo interpretará o saque à Petrobrás. Na minha idade já não me posso enganar: Senado, Câmara, governo, tudo continua sendo formalmente o que é; no juízo pessoal, são um sistema que nos assalta.



O PT, via Gilberto Carvalho, acha que a corrupção é incontrolável e propõe financiamento público de campanha. Bela manobra, como se o dinheiro da Petrobrás não fosse público. Os adversários têm tudo para desconfiar da tese. Ficariam proibidos de arrecadar com empresas, enquanto dinheiro a rodo é canalizado das estatais para o PT, que se enrola na Bandeira Nacional e grita: "O petróleo é nosso!".

Na medida em que tudo fique mais claro, talvez possamos até economizar palavras, como Renan e Alves nos economizaram um parágrafo participando do mesmo escândalo. Poderíamos usar a frase do mendigo em Esperando Godot, ao ser questionado sobre quem o espancou: os mesmos de sempre.

Porta Aberta ao Juízo - XIX



O bem e o mal são o acaso. Quando o melhor aparece, a gente abaixa a cabeça em louvor aos céus; quando surge o pior, a gente corre doido, zangado com o diabo.

[Gilberto Quadros]
{extraído do livro Porta Aberta ao Juízo}

domingo, 28 de setembro de 2014

Flagrantes da história

Einstein manejando Einstein

Charles Chaplin em 1918

Nicholas Tesla em seu laboratório

Whisky ilegal derramado para fugir ao flagrante,
 devido à Lei Seca

Desfile de moda em 1926
- roupas de banho - 






Cigarros na F1: o início de tudo

Postado originalmente em 25SET2008

No início da temporada européia de 1968, a Lotus surpreende a todos ao romper com as estritas regras de pintura dos carros de acordo com o país dos pilotos ou fabricantes, para estampar a marca de cigarros Gold Leaf.
Foi a primeira vez, na Fórmula 1 que firmou-se um acordo publicitário com uma empresa fora do ramo automobilístico. Contando-se a história desta forma, Colin Chapman parece ter sido um visionário, um homem à frente de seu tempo e talvez até seja.
Sem dúvida, ele demonstrou ser um ótimo empresário ao ser o primeiro a desbravar esta fonte de receita – que se alastrou no automobilismo como fogo. Aí entra-se na parte interdita da história. Quando se imagina que o automobilismo encerra-se em si mesmo, fica difícil perceber, por exemplo, o quanto Chapman foi menos criador e mais um grande observador de seu tempo.
Além disso, tudo leva a crer que a Fórmula 1 descobriu a publicidade muito tardiamente. Ao mesmo tempo em que crescia a publicidade, as propagandas de cigarros começavam a sofrer, tímidas, as suas primeiras restrições.
No automobilismo, elas encontraram o nicho perfeito para estamparem suas marcas, pois era uma maneira de fugir destas. Afinal, se uma revista estampar a foto de uma Lotus com o logotipo da Gold Leaf ou da John Player Special, isto não vai ser considerado publicidade, certo? Certo.
Entretanto, hoje em dia, as revistas francesas são obrigadas a apagar digitalmente todas as referências ao tabaco das fotos que publica, mesmo as antigas. A Fórmula 1 fechou seu ciclo do cigarro, e, ao que parece, saiu dele incólume.
Direto do Cadernos do Automobilismo

A Semana


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sábado, 27 de setembro de 2014

O barato sai caro


By Facebook

PT: a aventura encaminha-se para o fim


João Ubaldo Ribeiro comentando o vestibular


O Verbo For
Por João Ubaldo Ribeiro

Vestibular de verdade era no meu tempo. Já estou chegando, ou já cheguei, à altura da vida em que tudo de bom era no meu tempo; meu e dos outros coroas. O vestibular, é claro, jamais voltará ao que era outrora e talvez até desapareça, mas julgo necessário falar do antigo às novas gerações e lembrá-lo às minhas coevas (ao dicionário outra vez; domingo, dia de exercício).

O vestibular de Direito a que me submeti, na velha Faculdade de Direito da Bahia, tinha só quatro matérias: português, latim, francês ou inglês e sociologia, sendo que esta não constava dos currículos do curso secundário e a gente tinha que se virar por fora. Nada de cruzinhas, múltipla escolha ou matérias que não interessassem diretamente à carreira. Tudo escrito tão ruybarbosianamente quanto possível, com citações decoradas, preferivelmente. Os textos em latim eram As Catilinárias ou a Eneida, dos quais até hoje sei o comecinho.

Havia provas escritas e orais. A escrita já dava nervosismo, da oral muitos nunca se recuperaram inteiramente, pela vida afora. Tirava-se o ponto (sorteava-se o assunto) e partia-se para o martírio, insuperável por qualquer esporte radical desta juventude de hoje. A oral de latim era particularmente espetacular, porque se juntava uma multidão, para assistir à performance do saudoso mestre de Direito Romano Evandro Baltazar de Silveira. Franzino, sempre de colete e olhar vulpino (dicionário, dicionário), o mestre não perdoava.

— Traduza aí quousque tandem, Catilina, patientia nostra — dizia ele ao entanguido vestibulando.

— "Catilina, quanta paciência tens?" — retrucava o infeliz.

Era o bastante para o mestre se levantar, pôr as mãos sobre o estômago, olhar para a platéia como quem pede solidariedade e dar uma carreirinha em direção à porta da sala.

— Ai, minha barriga! — exclamava ele. — Deus, oh Deus, que fiz eu para ouvir tamanha asnice? Que pecados cometi, que ofensas Vos dirigi? Salvai essa alma de alimária. Senhor meu Pai!

Pode-se imaginar o resto do exame. Um amigo meu, que por sinal passou, chegou a enfiar, sem sentir, as unhas nas palmas das mãos, quando o mestre sentiu duas dores de barriga seguidas, na sua prova oral. Comigo, a coisa foi um pouco melhor, eu falava um latinzinho e ele me deu seis, nota do mais alto coturno em seu elenco.

O maior público das provas orais era o que já tinha ouvido falar alguma coisa do candidato e vinha vê-lo "dar um show". Eu dei show de português e inglês. O de português até que foi moleza, em certo sentido. O professor José Lima, de pé e tomando um cafezinho, me dirigiu as seguintes palavras aladas:

— Dou-lhe dez, se o senhor me disser qual é o sujeito da primeira oração do Hino Nacional!

— As margens plácidas — respondi instantaneamente e o mestre quase deixa cair a xícara.

— Por que não é indeterminado, "ouviram, etc."?

— Porque o "as" de "as margens plácidas" não é craseado. Quem ouviu foram as margens plácidas. É uma anástrofe, entre as muitas que existem no hino. "Nem teme quem te adora a própria morte": sujeito: "quem te adora." Se pusermos na ordem direta...

— Chega! — berrou ele. — Dez! Vá para a glória! A Bahia será sempre a Bahia!

Quis o irônico destino, uns anos mais tarde, que eu fosse professor da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia e me designassem para a banca de português, com prova oral e tudo. 

Eu tinha fama de professor carrasco, que até hoje considero injustíssima, e ficava muito incomodado com aqueles rapazes e moças pálidos e trêmulos diante de mim. 

Uma bela vez, chegou um sem o menor sinal de nervosismo, muito elegante, paletó, gravata e abotoaduras vistosas. A prova oral era bestíssima. Mandava-se o candidato ler umas dez linhas em voz alta (sim, porque alguns não sabiam ler) e depois se perguntava o que queria dizer uma palavra trivial ou outra, qual era o plural de outra e assim por diante. Esse mal sabia ler, mas não perdia a pose. Não acertou a responder nada. Então, eu, carrasco fictício, peguei no texto uma frase em que a palavra "for" tanto podia ser do verbo "ser" quanto do verbo "ir". Pronto, pensei. Se ele distinguir qual é o verbo, considero-o um gênio, dou quatro, ele passa e seja o que Deus quiser.

— Esse "for" aí, que verbo é esse?

Ele considerou a frase longamente, como se eu estivesse pedindo que resolvesse a quadratura do círculo, depois ajeitou as abotoaduras e me encarou sorridente.

— Verbo for.

— Verbo o quê?

— Verbo for.

— Conjugue aí o presente do indicativo desse verbo.

— Eu fonho, tu fões, ele fõe - recitou ele, impávido. — Nós fomos, vós fondes, eles fõem.

Não, dessa vez ele não passou. Mas, se perseverou, deve ter acabado passando e hoje há de estar num posto qualquer do Ministério da Administração ou na equipe econômica, ou ainda aposentado como marajá, ou as três coisas. Vestibular, no meu tempo, era muito mais divertido do que hoje e, nos dias que correm, devidamente diplomado, ele deve estar fondo para quebrar. Fões tu? Com quase toda a certeza, não. Eu tampouco fonho. Mas ele fõe!

Frase sobre a corrupção


sexta-feira, 26 de setembro de 2014

12 milhões de imagens com livre acesso

A BBC informa:

Um acadêmico americano está criando um banco de dados com 12 milhões de imagens históricas livres de direitos autorais.


Kalev Leetaru já enviou 2,6 milhões de fotos para o Flickr.



As fotos e desenhos são provenientes de mais de 600 milhões de páginas de livros digitalizados em bibliotecas pela organização Internet Archive

"A maior parte das imagens que estão nos livros não se encontram em nenhuma das galerias de arte do mundo - os originais há muito se perdeu."

Para mais informações clique aqui