sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

A presidenta e o marasmo

Por Natuza Nery.
Publicado na FOLHA SP em 30JAN2015

Permita-me rir
Apesar dos tempos difíceis, Dilma Rousseff mantém o hábito de não ouvir ninguém. Vez ou outra, até faz alguma concessão a um seleto grupo. 

E olha que são pouquíssimos os aliados dispostos a "dar a real" à presidente. A maioria abre mão da sinceridade ou por medo ou por fadiga mesmo.Se tivesse de escolher um, o ex-presidente Lula se enquadraria mais no segundo grupo. Há meses ele sugeriu a saída de Graça Foster da Petrobras (ainda que os desvios descobertos agora tenham se dado sobretudo durante seus dois mandatos).

Arte de MARCO AURELIO


Depois, propôs um gabinete de crise nos moldes do montado na época do escândalo do mensalão.

Graça já foi vista se queixando de passar dias sem conseguir falar com a chefe. Há mais de dois meses, ela perambula sozinha no noticiário tomando pedrada de todos os lados. Virou Geni.

A presidente, até agora, se recusou a aceitar sua demissão. Talvez para proteger a biografia da amiga, talvez para preservar a imagem dela própria. Até porque, se Graça Foster cai, quem vira Geni é Dilma. E ela sabe disso.

Arte de JARBAS


O plano original era esperar a poeira baixar para trocar a diretoria. Mas a nuvem de pó não para de subir. Na terça-feira (27), enquanto a primeira reunião ministerial rodava sob promessas de ajuste fiscal e manutenção dos ganhos sociais, Dilma levantou-se de sua cadeira e deixou a audiência para resolver "uma emergência".

A ausência tomou de curiosidade os presentes. Duas versões circularam na ocasião. A primeira era a de que se tratava de assinatura de decretos; a segunda dizia que um governador desesperado por dinheiro esperava ao telefone para resolver seu problema de caixa.

Arte de FRED


Nem uma coisa, nem outra. Quem tirava a presidente da agenda mais importante do dia era Graça Foster.

A conversa foi tensa. Dilma foi vista gesticulando muito ao lado do ministro Joaquim Levy (Fazenda). Naquele momento, acabava de ser informada sobre a decisão do conselho de administração da estatal de divulgar ao mercado uma perda de R$ 88,6 bilhões nos ativos da empresa, fruto não só da corrupção, mas também da ineficiência de projetos e oscilações do dólar e do preço do petróleo.

Arte de NANI


O governo foi contra. Considerou a soma "irreal, superestimada e de metodologia obscura". O mercado também não gostou, mas por razão diferente. Queria ver a cifra incluída no balanço. Resultado: as ações da petroleira afundaram. No final das contas, ninguém ficou feliz. Ao seu modo, Dilma voltou à reunião ministerial dando sinais de como o caso Petrobras já consumiu muito da sua rara paciência. Dirigindo-se a Levy, soltou um irônico "permita-me rir".

O Templo Branco

Cartão Posta




XLII - O Templo Branco




Wat Rong Khun, conhecido como Templo Branco, é um templo budista localizado na província de Chiang Rai, na Tailândia.






Sua arquitetura rica em detalhes foi projetada por um só homem: Chalermchai Kositpipat, um artista local da província. 


Fora seus 9 prédios, quem visitar Wat Rong Khun irá se deparar com construções inusitadas, como a assustadora ponte do Ciclo de Renascimento, que passa sobre um lago de mãos estendidas que simbolizam a tentação, a ganância e o desejo;


e o Portão do Paraíso, guardado por duas criaturas que representam a Morte e Rahu que numa tradução livre significa a escuridão provocada pelo eclipse do sol.



Fonte Zupi

5 Peças de publicidade que deram errado em 2014

I - RED BULL

o famoso slogan "Red Bull te dá asas!", custou caro à empresa. Ela foi condenada a pagar 13 milhões de dólares em uma ação coletiva nos EUA que alegou que o slogan era propaganda enganosa.


Consumidores reclamaram que a bebida não aumentava o desempenho físico e mental e, muito menos, dava asas.

Adeus a linguagem figurada ou é coisa de americano? A empresa topou dar 10 dólares de reembolso a cada pessoa que comprou um Red Bull na última década. 


II - FRIBOI
O anúncio com o cantor Roberto Carlos como garoto-propaganda da Friboi caiu como uma bomba. No comercial, o rei não chega a comer o bife que está no prato mas diz que voltou a comer carne depois de anos sendo vegetariano. Só diz.



A empresa simplesmente não recuperou o investimento nessa aposta ousada. Marca e cantor romperam um contrato de 45 milhões de reais e acabaram na justiça para resolver pendências.

 III - Adidas
A empresa passou por maus momentos com o lançamento de uma coleção sobre o Brasil, acusada de incentivar o turismo sexual.



As camisas vinham estampas com "Looking’ to score", que pode ser traduzida por "em busca dos gols", mas também é uma gíria que significa "pegar garotas". As vendas foram suspensas.


IV - Victoria's Secret
A campanha "The Perfect Body" foi duramente criticada por muitas mulheres. Suas modelos - todas muito magras - divulgavam a nova linha de sutiãs "Body". Mas todos entenderam que a marca estava dizendo que aquelas mulheres tinham corpos perfeitos.



Teve campanha com hashtag nas redes sociais, petição online e até a contra-campanha "The Real Perfect Body", com mulheres de diversos tipos físicos.


V - ANUNCIE AQUI
Em outubro, um caminhão causou grandes problemas no trânsito de Moscou. É que ele levava um anúncio com uma foto imensa de seios. A imagem distraiu os motoristas.




O anúncio era, justamente, de uma empresa especializada em anunciar em veículos. Que queria mostrar a efetividade visual de uma ação. Causou precisamente 517 acidentes.


Quer ver mais? clique aqui

Cartuns da Sexta







quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A evolução do ensino na Pátria Educadora

Gaudêncio Torquato nos brinda com essa estorinha sobre a evolução do ensino na Pátria Educadora!

Evolução da educação
Recebo de um leitor a seguinte radiografia sobre os "avanços" da educação em nosso país. Antigamente o ensino comportava o estúdio da tabuada, caligrafia, redação, datilografia... E cobrava-se rigidamente o conhecimento dessas matérias. Havia aulas de Educação Física, Moral e Cívica, Práticas Agrícolas, Práticas Industriais; cantava-se o hino nacional, com hasteamento da bandeira nacional, antes do início das aulas. 

Eis o relato de uma professora : Semana passada, comprei um produto que custou R$ 15,80. Dei à balconista R$ 20,00 e peguei na minha bolsa 80 centavos, para evitar receber mais moedas. A balconista pegou o dinheiro e ficou olhando para a máquina registradora, sem saber o que fazer. Tentei explicar que ela tinha de me dar R$ 5,00 de troco, mas ela não se convenceu e chamou o gerente para ajudá-la. Ficou com lágrimas nos olhos enquanto o gerente tentava explicar e ela aparentemente continuava sem entender. Por que estou contando isso ? Porque me dei conta da evolução do ensino de matemática desde 1950, que foi assim :




1. Ensino de matemática em 1950 : um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda. Qual é o lucro ?

2. Ensino de matemática em 1970 : um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é igual a 4/5 do preço de venda ou R$ 80,00. Qual é o lucro ?

3. Ensino de matemática em 1980 : um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Qual é o lucro ?

4. Ensino de matemática em 1990 : um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Escolha a resposta certa, que indica o lucro : ( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

5. Ensino de matemática em 2000 : um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. O lucro é de R$ 20,00. Está certo ? ( )SIM ( ) NÃO

6. Ensino de matemática em 2009 : um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00. ( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00

7. Em 2010 ... : um lenhador vende um carro de lenha por R$ 100,00. O custo de produção é R$ 80,00. Se você souber ler, coloque um X no R$ 20,00. (Se você é afro-descendente, especial, indígena ou de qualquer outra minoria social, não precisa responder pois não podemos reprová-los). ( )R$ 20,00 ( )R$ 40,00 ( )R$ 60,00 ( )R$ 80,00 ( )R$ 100,00



E se um moleque resolver pichar a sala de aula e a professora fizer com que ele pinte a sala novamente, os pais ficarão enfurecidos pois a professora provocou traumas na criança. 

Também jamais levante a voz para um aluno, pois isso representa voltar ao passado repressor (Pior : O aprendiz de meliante pode estar armado).

P S - Pergunta vencedora em um congresso sobre vida sustentável :

 "Todo mundo está 'pensando' em deixar um planeta melhor para nossos filhos. Quando é que se 'pensará' em deixar filhos melhores para o nosso planeta ?"

As mulheres de Brian Viveros

PinturArte



XXXVI - Brian Viveros


Nascido e criado na Califórnia, o artista Brian Viveros começou a desenhar bem cedo, reproduzindo cenas de histórias em quadrinhos e do cinema.

Em 1997, Brian participou da exposição “Deep Inside the Art of Porn” em Lausanne, na Suíça. Com esta aparição, ele foi apresentado ao público internacional  e continua sendo destaque em exposições nos Estados Unidos e também na Europa.






Seus trabalhos são conhecidos pelo uso excessivo do fetiche e da sensualidade. Estas pinturas tentam reproduzir o mundo interior do artista e o que ele enxerga da sociedade. 

Na maioria de suas pinturas e ilustrações, ele retrata mulheres com olhares marcantes e fortes, elementos variados, como cigarros e charutos, e marcas corporais, como tatuagem, cicatrizes e sangue.





Sua inspiração vem principalmente de sua coleção de caveiras. Neste ambiente de criação, Brian “dá vida” às obras em uma mistura de materiais como tinta acrílica, óleo, nanquim e aerógrafo.







Fontes consultadas  Brian Viveros  / Zupi  /TatooTatuagens

Porta Aberta ao Juízo - LIV

arte de Victor Zoellick

A troca de coquetéis muda, e muito, o rumo das opiniões.  E há alguma coisa mais vulnerável que a razão?

[Gilberto Quadros]
{extraído do livro Porta Aberta ao Juízo}

A indústria da multa vai muito bem, obrigado...

Por Joel Pinheiro. 
Postado no SPOTNIKS  em 22JAN2015

(*) Com suas particularidades, o Pilórdia acredita que este artigo deve ser extensivo a todas as prefeituras da grandes cidades brasileiras.

A indústria da multa vai muito bem, obrigado...
É costume brasileiro acusar o governo e empresas estatais de serem complacentes, ineficientes na geração de riqueza, de não inovarem, de ficarem sempre esperando o dinheiro cair das mãos do Estado. Pois saibam que esse definitivamente não é o caso da Companhia de Engenharia de Tráfego de São Paulo, a CET. Trata-se de uma empresa cujo acionista majoritário é a Prefeitura (o restante acionistas privados) e que, mesmo assim, não para de inovar.

A CET, como qualquer empresa, precisa de dinheiro. Uma pequena parte dele (14%) entra por meio de serviços vários como venda de zona azul. Os 86% restantes vêm do Fundo Municipal para Desenvolvimento do Trânsito (FMDT), cujo dinheiro, por sua vez, vem das multas coletadas na cidade pela própria CET. Desse fundo, 67,5% volta para ela (como pagamento por serviços de engenharia) e o restante fica com a Prefeitura.

Arte de FAUSTO


A CET, portanto, não é daquelas empresas que ficam esperando dinheiro da Prefeitura. Ela dá dinheiro à Prefeitura. E o dinheiro dela não cai do céu; vem do trabalho duro e incansável de encontrar, autuar, multar e cobrar seus clientes, os motoristas e motociclistas da cidade. E não pense que é fácil! Ela tem que se desdobrar em criatividade e, principalmente, muito trabalho duro. A empresa não tem medo de inovar para cumprir cada vez melhor sua real missão: a coleta de multas.

A Prefeitura é parceira nessa história, posto que ela também compõe parte do seu orçamento com projeções (ou seriam projetos?) de multas. A meta de 2014 era R$ 1,2 bilhões; ainda não se sabe quanto é a de 2015, mas o certo é que ela nunca é revista para baixo.

Arte de ORLANDELLI


A pior coisa que pode acontecer para a CET é que os motoristas paulistanos se tornem rígidos conhecedores e seguidores das regras de trânsito. No dia em que isso ocorrer, a fonte seca. Por isso é sempre preciso mudar, inovar, surpreender os clientes com novidades inesperadas e que, se possível, dificultem seu movimento, aumentando a chance de novas infrações.


A criatividade começa na elaboração e na aplicação das regras de trânsito. Um sistema simples e liberal, com limites que se aproximem das velocidades naturais das vias e que permitam o fluxo contínuo de pessoas, não seria muito útil à arrecadação. É preciso aumentar as oportunidades de receita: semáforos (sinaleiras) por todo o lado, proibições de estacionar e parar, limites de velocidade bem abaixo do natural; e, talvez até mais importante, a constante mudanças dessas regras todas. 

Um dia é 70, outro 60, no outro 50 km/h. Se bem orquestrada, a mudança de velocidade de uma via importante pode gerar uma receita extra. Outra manobra sagaz, na mesma linha, foi mudar a tolerância dos radares sem comunicar à população; antes era de 10 km/h, depois passou para 7 km/h, sem aviso. As multas quase dobraram.

Arte de (?)


A sinalização também pode ajudar nesse sentido: quanto mais ambígua a extensão na qual uma placa vale, melhor. Às vezes pode fazer sentido deixar de fiscalizar uma área, acostumar as pessoas a descumprir a lei, e depois chegar de surpresa, colhendo as multas fáceis. É o que fazem com alguma frequência, por exemplo, na escola do meu filho. Na hora da saída, a maioria dos pais precisa parar, por um ou dois minutos, na frente da guia (meio fio) rebaixada de alguma das lojas de roupa da rua; os lojistas, ademais, não se importam, pois realmente não há outra opção. Para a CET, isso não importa; continua sendo infração. Por isso, volta e meia aparece um fiscal para colher a receita que é, por direito, da Companhia.



Um exemplo arrojado de experimentalismo foi visto há poucas semanas na região da Av. Paulista. Uma placa proibia o estacionamento de segunda a sábado apenas em determinados horários. A CET quis estender a proibição a todos os horários; e para marcar a mudança usou uma gambiarra: cobriu os antigos horários com um plástico preto.

Os motoristas, sem saber que aquele pedaço de saco de lixo colado em cima da placa consistia uma real mudança da regra, continuaram a parar nos horários em que antes eram permitidos. Indagado, um agente solícito explicou que, mesmo se a chuva derrubar alguns dos plásticos, continuam valendo as placas com a gambiarra em ordem.














A mudança no extintor de incêndio exigido nos carros, obra do governo federal, veio em boa hora. Todos sairão ganhando: os fabricantes do extintor, as redes de postos de gasolina que o vendem tiveram aumento de demanda, e – claro – a CET, que terá um robusto aumento nas receitas quando a data-limite chegar e nem todos tiverem comprado esse importante objeto da segurança veicular.

Mas nem só de vitórias é a trajetória da CET. Como toda empresa que vive e navega na selva do mercado, há investimentos que fracassam. Grandes ganhos trazem consigo grandes riscos. Foi o que infelizmente aconteceu no ano passado com o uso dos radares móveis.

Arte de (?)


Para tornar o trânsito de São Paulo mais lento, decidiu-se reduzir o limite de velocidade da Av. Paulista de 60 para 50 km/h. A avenida símbolo da cidade, ademais, não tem radares de velocidade. Pensando nessa carência, ao invés de instalar radares fixos, que precisam ser bem visíveis, a CET resolveu investir em radares portáteis, radares-pistola que os agentes carregam de forma mais discreta. Com a redução do limite (pouco sinalizada), a quantidade de carros em excesso de velocidade iria às alturas. Parecia lógico, assim, colocar fiscais na rua para emboscar motoristas e motociclistas.

Infelizmente, o plano não deu certo. As muitas antenas da avenida interferiram no funcionamento dos radares-pistola, e a receita deles caiu brutalmente. O número de multas advindas deles em 2014 foi 96% menor do que em 2013. São os percalços da vida; lições do capitalismo.

Arte de ORLANDELLI


Em todo o caso, o futuro da empresa é promissor. Só em 2014 o número total de multas subiu 4,5%. E ainda há muito o que crescer, como a instalação maciça de novos radares – inclusive escondidos em pontes e viadutos – vem mostrando. 

Isso para não falar em horizontes de ação totalmente novos, que exigirão a cooperação do governo em todas as suas instâncias. Chip em automóveis, chapa para as bicicletas; quem sabe até ressuscitar a velha multa para pedestre. O céu é o limite. 

Arte de AMARILDO


Com muita criatividade, fé e trabalho duro, a CET – e outros tantos braços da indústria da multa pelo país afora – segue sendo mestra na arte de extorquir a população de forma eficiente e total.