domingo, 26 de junho de 2011



Por André Carvalho (*)
Em 15 de junho de 2011
btreina@yahoo.com.br



DA BELEZA DAS TROCAS
Que ficou mais bonito não resta a menor dúvida. Sai um barbudo troncho, beirando a obesidade e entra uma airosa musa loira. Nós, os brasileiros, necessitávamos de algo semelhante desde o sumiço da Marcela Temer que parece viver enclausurada, quem sabe, em estado meditativo do tipo o que fiz da minha vida. Marcela mora com Michel, num palácio chamado Jaburu, à beira do lago Paranoá e tem por vizinha mais próxima a presidente Dilma. Entendeu?

A política, convenhamos, está uma feiúra só. Empreenda um “tour” e observe bem o que encontrará pela frente. Marta, Ideli, a Presidente e aquela ministra do meio ambiente que falou dias atrás em rede nacional. Poucas escapam desse universo. Mesmo sendo um cidadão benevolente asseguro que o atual governo está um sufoco, em se tratando de senso estético. Concorda?

Para embelezar a capital federal, a saída talvez seja eleger o Aécio Neves e suas namoradas maravilhosas. Isso se os bafômetros, com os quais o político mineiro se relaciona mal, permitirem. Justiça seja feita ao Palocci que, indiretamente, agregava certo valor ao estético. De uma forma meio egoísta, é bem verdade, reservando os “filés” para a turma frequentadora da mansão onde trabalhava aquele caseiro abelhudo, indiscreto e linguarudo.

A irmã do Chico Buarque até que alivia um pouco a feiúra do cenário brasiliense. Ocorre que a Ministra da Cultura, a julgar pela quantidade de diárias de viagem depositadas em sua conta corrente, passa muito tempo longe do Planalto Central. Há quem goste dessa suas viagens. Gente do próprio ministério. Sei de casos em que o chefe escalava aquele servidor “mala” para viagens sucessivas, de forma a se ver livre da chatice do cara. Não deve ser o enredo da ministra desde quando ela é a chefa. Ou não, como diria Caetano e como pensa parte substantiva do Partido dos Trabalhadores.

Diferenças existem onde quer que se busque, inclusive na Casa Civil. Todos sabem que o barbudo gorducho é afabilíssimo e que a musa empossada é um trator, segundo afirmam e reafirmam a meia boca. Se atinarmos para os sobrenomes a fofoca tem fundamento. Sai um Palocci italiano do tipo Berlusconi, Battiste, Corleone e entra um Hoffmann germânico tal qual Merkel, Geisel, Rademaker. Pode parecer indiferente, mas não é. Fossem iguais e tudo o mais na antropologia é que seria diferente.

A musa foi chegando e abrindo as “asinhas”. No discurso de posse ou de adeus ao Senado – esqueci em o qual – declarou que terá a presidente Dilma como referencial, ela que ocupou o mesmo posto antes de ser candidata à presidência. Os analistas políticos mais espertos entenderam que a alemã lançou-se candidata à presidência da república, após é claro, os próximos oito anos do palestrante Luiz Inácio Lula da Silva.

Abundantes foram os elogios ao retorno de uma mulher a um cargo gerencial de tamanha envergadura. Uma bobagem sem tamanho! Aqui em casa o fenômeno ocorre há mais de vinte anos, sem nenhum alarde, é óbvio. A grande sacada que enxergo na escolha da Hoffmann é a possibilidade de se reduzir a superlotação nas reuniões ministeriais. Aquela mesa ovaloíde do Palácio do Planalto não suporta os tantos ministros nomeados pelos governos petistas. Como a nova ministra é casada com um antigo ministro, basta um dos dois comparecer aos encontros, e depois, em casa e ao pé da lareira, resenhar o ocorrido entre as quatro paredes palacianas. O servidor do café agradece! São menos dois, se contarmos a Ana de Hollanda.

Na esteira da crise caiu um outro ministro, pelo visto, xifópago do Palocci. Cuidava das relações institucionais, que, no país de todos, significa o que você quer em troca de... A rápida derrubada de “pinos” ministeriais traz a perspectiva de um governo boliche só não havendo um “strike” por não caberem todos, numa mesma pista.

Estou curioso com a bola da vez.

(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

O espírito da COISA!

Autoria desconhecida

Enviado por André Carvalho

Para quem gosta da Língua, curiosidade como esta é interessante. Acompanhe o texto e veja que "coisa estranha" para se pensar.




O substantivo "coisa" assumiu tantos valores que cabe em quase todas as situações cotidianas. A palavra "coisa" é um bombril do idioma. Tem mil e uma utilidades. É aquele tipo de termo-muleta ao qual a gente recorre sempre que nos faltam palavras para exprimir uma idéia. Coisas do português.

A natureza das coisas: gramaticalmente, "coisa" pode ser substantivo, adjetivo, advérbio. Também pode ser verbo: o Houaiss registra a forma "coisificar". E no Nordeste há "coisar": "Ô, seu coisinha, você já coisou aquela coisa que eu mandei você coisar?".


Logomarca do

Coisar, em Portugal, equivale ao ato sexual, lembra Josué Machado. Já as "coisas" nordestinas são sinônimas dos órgãos genitais, registra o Aurélio. "E deixava-se possuir pelo amante, que lhe beijava os pés, as coisas, os seios" (Riacho Doce, José Lins do Rego).

Na Paraíba e em Pernambuco, "coisa" também é cigarro de maconha. Em Olinda, o bloco carnavalesco Segura a Coisa tem um baseado como símbolo em seu estandarte. Alceu Valença canta: "Segura a coisa com muito cuidado / Que eu chego já." E, como em Olinda sempre há bloco mirim equivalente ao de gente grande, há também o Segura a Coisinha.



Na literatura, a "coisa" é coisa antiga. Antiga, mas modernista: Oswald de Andrade escreveu a crônica O Coisa em 1943. A Coisa é título de romance de Stephen King. Simone de Beauvoir escreveu A Força das Coisas, e Michel Foucault, As Palavras e as Coisas.

Em Minas Gerais, todas as coisas são chamadas de trem. Menos o trem, que lá é chamado de "a coisa". A mãe está com a filha na estação, o trem se aproxima e ela diz: "Minha filha, pega os trem que lá vem a coisa!".



Devido lugar "Olha que coisa mais linda, mais cheia de graça (...)". A garota de Ipanema era coisa de fechar o Rio de Janeiro. "Mas se ela voltar, se ela voltar / Que coisa linda / Que coisa louca." Coisas de Jobim e de Vinicius, que sabiam das coisas. Sampa também tem dessas coisas (coisa de louco!), seja quando canta "Alguma coisa acontece no meu coração", de Caetano Veloso, ou quando vê o Show de Calouros, do Silvio Santos (que é coisa nossa).



Coisa não tem sexo: pode ser masculino ou feminino. Coisa-ruim é o capeta. Nunca vi coisa assim! Coisa de cinema! A Coisa virou nome de filme de Hollywood, que tinha o seu Coisa no recente Quarteto Fantástico. Extraído dos quadrinhos, na TV o personagem ganhou também desenho animado, nos anos 70.

E no programa Casseta e Planeta, Urgente!, Marcelo Madureira faz o personagem "Coisinha de Jesus". Coisa também não tem tamanho. Na boca dos exagerados, "coisa nenhuma" vira "coisíssima".



Mas a "coisa" tem história na MPB. No II Festival da Música Popular Brasileira, em 1966, estava na letra das duas vencedoras: Disparada, de Geraldo Vandré ("Prepare seu coração / Pras coisas que eu vou contar"), e A Banda, de Chico Buarque ("Pra ver a banda passar / Cantando coisas de amor"), que acabou de ser relançada num dos CDs triplos do compositor, que a Som Livre remasterizou. Naquele ano do festival, no entanto, a coisa tava preta (ou melhor, verde-oliva). E a turma da Jovem Guarda não tava nem aí com as coisas: "Coisa linda / Coisa que eu adoro".


Cheio das coisas, As mesmas coisas, Coisa bonita, Coisas do coração, Coisas que não se esquece, Diga-me coisas bonitas, Tem coisas que a gente não tira do coração: todas essas coisas são títulos de canções interpretadas por Roberto Carlos, o "rei" das coisas.

Como ele, uma geração da MPB era preocupada com as coisas. Para Maria Bethânia, o diminutivo de coisa é uma questão de quantidade (afinal, "são tantas coisinhas miúdas"). Já para Beth Carvalho, é de carinho e intensidade ("ô coisinha tão bonitinha do pai").



Todas as Coisas e Eu é título de CD de Gal. "Esse papo já tá qualquer coisa... Já qualquer coisa doida dentro mexe." Essa coisa doida é uma citação da música Qualquer Coisa, de Caetano, que canta também: "Alguma coisa está fora da ordem."

Por essas e por outras, é preciso colocar cada coisa no devido lugar. Uma coisa de cada vez, é claro, pois uma coisa é uma coisa; outra coisa é outra coisa. E tal coisa, e coisa e tal. O cheio de coisas é o indivíduo chato, pleno de não-me-toques. O cheio das coisas, por sua vez, é o sujeito estribado. Gente fina é outra coisa. Para o pobre, a coisa está sempre feia: o salário-mínimo não dá pra coisa nenhuma.


charge de Gilmar

 A coisa pública não funciona no Brasil. Desde os tempos de Cabral. Político quando está na oposição é uma coisa, mas, quando assume o poder, a coisa muda de figura. Quando se elege, o eleitor pensa: "Agora a coisa vai." Coisa nenhuma! A coisa fica na mesma. Uma coisa é falar; outra é fazer. Coisa feia! O eleitor já está cheio dessas coisas! Coisa à toa! Se você aceita qualquer coisa, logo se torna um coisa qualquer, um coisa-à-toa. Numa crítica feroz a esse estado de coisas, no poema Eu, Etiqueta, Drummond radicaliza: "Meu nome novo é coisa. Eu sou a coisa, coisamente." E, no verso do poeta, "coisa" vira "cousa".


Se as pessoas foram feitas para ser amadas e as coisas, para ser usadas, por que então nós amamos tanto as coisas e usamos tanto as pessoas? Bote uma coisa na cabeça: as melhores coisas da vida não são coisas. Há coisas que o dinheiro não compra: paz, saúde, alegria e outras cositas más. Mas, "deixemos de coisa, cuidemos da vida, senão chega a morte ou coisa parecida", cantarola Fagner em Canteiros, baseado no poema Marcha, de Cecília Meireles, uma coisa linda. Por isso, faça a coisa certa e não esqueça o grande mandamento: "amarás a Deus sobre todas as coisas".




A Coisa - Escultura em aço - 1972
Cacipore Torres
Jardim das Esculturas - Parque Ibirapuera


 Entendeu o espírito da coisa?

terça-feira, 14 de junho de 2011

100 anos de Robert Johnson

Valiosa dica do mestre Wallace.

Sexta feira, 10 de junho, teve início o Chicago Blues Festival com um show em homenagem aos 100 anos do nascimento de Robert Johnson.




Keith Richards demorou a acreditar que apenas um guitarrista tocava na versão original do clássico do blues 'Sweet Home Chicago'. Eric Clapton fez um disco inteiro com suas músicas. Até entre estrelas da nova geração ele continua em alta: John Mayer foi indicado ao Grammy por sua versão de 'Crossroads' e o White Stripes gravou 'Stop Breaking Down' em seu disco de estreia.





Isso sem falar em Led Zeppelin, Bob Dylan, Red Hot Chilli Peppers, todos fãs assumidos de Robert Johnson.

Para saber mais sobre essa homenagem, cliquem aqui

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pilórdia superando 400.000 acessos!

Em menos de tres anos de apuração e sem nenhuma espécie de divulgação a não ser a troca de informações dos que por aqui navegam e ainda com o agravante desses ultimos meses funcionar num ritmo meia boca, mesmo assim, alcançamos  a excepcional marca de 400.000 visitas.

Nunca em meus pensamentos mais loucos  acreditei que alcançaria este patamar. 

E para comemorar, um almoço a dois!

Valeu, galera!


Valeu Otoniel Costa



Caso não consigam visualizar, cliquem no link abaixo

Versão baiana do Facebook!

quarta-feira, 8 de junho de 2011

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Turbulência no voo

Por Miriam Leitão, em O Globo 
Recebido por e-mail.

Fotomontagens de Johil Camdeab


Turbulência no voo
Na política os últimos dias têm sido desastrosos para o governo da presidente Dilma Rousseff. O enfraquecimento do seu ministro mais forte, a intervenção direta do ex-presidente Lula, a falta de clareza na comunicação de temas delicados que vão do aumento patrimonial do ministro Palocci à saúde da presidente, tudo está diminuindo a musculatura do governo.

Argumentos como o que a presidente Dilma usou, de culpar a oposição por estar querendo um suposto terceiro turno, não têm valor significativo. Convence apenas os convencidos, é um discurso para dentro. A opinião pública ainda aguarda que o ministro Antonio Palocci saia do seu estranho e prolongado mutismo a respeito das dúvidas levantadas. É difícil entender, por mais boa vontade que se tenha com o ministro, a coincidência de datas. Exatamente no momento em que ele teve mais demanda no seu trabalho de coordenação da campanha presidencial e da sua própria campanha, e na preparação do novo governo, Palocci teve mais faturamento na consultoria.



Ele está preparando argumentos para respostas institucionais ao Ministério Público. Isso é relevante, mas não suficiente. Através do Congresso ou da imprensa, Palocci tem de sair do seu casulo e esgotar as dúvidas. Não há outro caminho a não ser esse: explicação clara e convincente.

A entrada excessivamente desenvolta do ex-presidente Lula em cena foi um espanto. Todos se comportaram como se ele fosse ainda o chefe da presidente e o dono da bola e do mandato. Distribuiu ordens, mudou estratégias, deu broncas em ministros e foi ouvido e atendido. Em 24 horas de atuação extravagante - e de sinais de subserviência da chefe de governo - Lula conseguiu trazer de volta o maior temor levantado durante a campanha presidencial: que Dilma fosse ser apenas a segunda pessoa em seu próprio mandato. Tudo virou uma aberração institucional.



Na votação na Câmara do novo Código Florestal, ficou explícita a fraqueza do governo. O mandato começou há cinco meses com cálculos dos analistas políticos de que ela teria uma sólida maioria - até maior do que a do governo anterior - e teve na terça-feira uma derrota desmoralizante. Os grandes perdedores foram os que combateram as mudanças no Código, sejam ambientalistas, cientistas, técnicos, partidos menores de oposição; mas o processo de votação revelou um problema político também. Foi a demonstração de que a base se partiu, a grande maioria dos governistas votou contra a orientação e os sinais enviados pelo governo. Faltou coordenação e sobrou ambiguidade em relação ao tema.

arte de Mordillo

O assassinato dos ambientalistas, as notícias de aumento do desmatamento e os sinais dados pela Câmara montaram um quadro de assustador retrocesso na área ambiental, o pior possível para um país que se prepara para sediar uma reunião de cúpula mundial do clima no ano que vem.

Arte de Angeli

Houve uma sucessão enorme de problemas nas obras do PAC desde que o governo começou, mas no caso da Usina de Belo Monte está em curso um fenômeno estranho: o consórcio que ganhou a concorrência está se desfazendo aos poucos. Primeiro saiu a Bertin que, a propósito, tem um problema por semana com seus credores. "O Estado de S. Paulo" publicou semana passada que estão para sair do consórcio a Galvão Engenharia, Serveng, Cetenco, Contern, Mendes Junior e J.Malucelli. O consórcio montado no Planalto, por interferência direta do governo passado, está se desmontando como um castelo de cartas.

Essa debandada mostra que a entrada da Vale não foi por qualquer avaliação sólida da viabilidade econômico-financeira do empreendimento, mas a primeira demonstração de que a empresa segue ordens do Planalto. Mas a Vale não foi o suficiente. Agora, outros terão de entrar para salvar o consórcio.

O empreendimento tem problemas de engenharia, de viabilidade financeira, de custo fiscal, de conflitos diplomáticos, de segurança de produção de energia, ambiental, social e agora também é um problema empresarial. Só a teimosia explica por que não é postergado ou suspenso. Belo Monte é um mau negócio e um alto risco, qualquer que seja o aspecto pelo qual se analise a obra. E é um dos dois projetos que a presidente Dilma pessoalmente defende. O outro é o trem-bala, também uma incógnita do ponto de vista de custo para os cofres públicos.

Arte de Sponholz

Com projetos de infraestrutura duvidosos, uma base parlamentar rebelada, o ministro mais forte acuado, com dúvidas sobre sua saúde e com o ex-presidente dando demonstração de que quer tutelar sua sucessora, a presidente Dilma precisa urgentemente salvar seu próprio governo.

Arte de Luscar

Primeiro, ex-presidente é como o nome diz, um ex. Ela é a dona do mandato, da cadeira, da caneta. De alguma forma isso tem de ficar mais explícito. Uma semana mais dessa exibição de "quem manda aqui sou eu" do presidente e nada mais sobrará do governo Dilma. Segundo, o ministro Palocci tem de sair do esconderijo onde se escondeu e dar as explicações devidas. Terceiro, respostas sobre a saúde da presidente têm de ser dadas com clareza, porque um dos ônus de ter o cargo mais importante da República é o de perder a privacidade em alguns temas, como por exemplo, a saúde.

Em relação ao Código Florestal no Senado, o melhor a fazer é encontrar um relator que consiga trabalhar pela conciliação; não pode ser um senador que já comece dizendo que concorda inteiramente com o texto aprovado na Câmara. Isso deixará à presidente o ônus político do veto.

E ainda Folha / a charge 

terça-feira, 31 de maio de 2011

Genoíno & Ronaldinho, os homenageados!



Por André Carvalho (*)
Em 24 de maio de 2011
btreina@yahoo.com.br



GENOINO, O RONALDINHO DA DEFESA!
Mais uma vez, e elas foram muitas, o Jobim – ele mesmo, o ministro – embaralha meus três neurônios, dois deles morenos e o terceiro louro, herança de minha avó paterna, uma brasileira com descendência direta alemã. Por decisão pessoal, circunstância que fez questão de frisar, o senhor Nelson Jobim condecorou outro senhor, de prenome José e sobrenome Genoino, com a Medalha da Vitória, uma comenda concedida a militares e civis que contribuíram para difundir a atuação do país em defesa da liberdade e da paz mundial.

Para aqueles que não se lembram, Genoino (até caberia um agudo no “i” para amenizar a troca do “u” por “o”) foi presidente do Partido dos Trabalhadores, deputado federal por alguns mandatos, comentor do mensalão no primeiro governo Lula e guerrilheiro no Araguaia durante a ditadura militar. A biografia do José não se sustenta apenas de passado, posto que o indivíduo é, atualmente, assessor especial do Ministério da Defesa. Como veem, o insigne é “ficante” e “ocupante” de cargos, sejam eles de maior ou menor envergadura, não importa. O que importa mesmo é estar incluso dentre aqueles que mandam no país de todos nós, quando não, de todos os nós!!!

Penso que o Jobim, sempre que pode, faz questão de me sacanear com atitudes que jamais entendo. O Ministro tem a capacidade de burlar o bom senso e, por conseguinte, me tira do rumo. Exemplo: ao justificar a concessão da comenda ao Genô declarou “que estamos todos olhando para frente, ou seja, o que nós estamos querendo fazer e que o Brasil deseja fazer é um grande ajuste de contas com o seu futuro. O Brasil não quer retaliar seu passado”. Enquanto pagador de impostos, penso que ajuste de contas com o futuro é orçamento e não comenda. E tem mais: diz o protocolo, que a tal comenda deva ser concedida àqueles que contribuíram para difundir a paz, especialmente após a segunda guerra mundial. O agraciado, reconhecido guerrilheiro, nunca teve a paz em seu propósito de vida. Como mensaleiro também não. Portanto, a concessão não casa com a especificação, nem a comenda com o agraciado. O Ministro quer, realmente, atormentar, e não só a mim, a vocês também.

A cerimônia de condecoração foi comovente. Vocês precisavam ver a cara do Genô: quanta suavidade, que semblante pacificador; parecia um Gandhi dos trópicos. Faltava apenas um cajado para equilibrar, metaforicamente, sua insustentável leveza de ser, como diria Milan Kundera.

É certo que o Ministro da Defesa de uma potência como o Brasil, não se deixa influenciar. Entretanto, numa análise isenta, fico imaginando se toda essa incongruência não ocorreu por indução da Academia Brasileira de Letras que, um mês antes, em 12 de abril de 2011, ao comemorar o centésimo décimo aniversário de nascimento de José Lins do Rego, um grande escritor e flamenguista doente, concedeu a Medalha Machado de Assis, sua máxima honraria, ao senhor Ronaldo Moreira popularmente conhecido como Ronaldinho Gaúcho – esse mesmo, o do futebol e do pagode.

Como Ronaldinho fez pela literatura tanto quando Genoino fez pela paz, o Jobim acaba tendo alguma razão. Na verdade, o Genoino é o Ronaldinho da Defesa. Se continuarmos nesta linha de raciocínio perceberemos que a Academia Brasileira de Letras copiou a Universidade de Coimbra, a mais importante e antiga de Portugal, que concedeu o título de doutor honoris causa ao Inácio da Silva. Querem aprofundar? Esse desvario “condecorativo” começou, na verdade, em minha querida Bahia, na Ufba, sua universidade federal, que presenteou Inácio, logo que empossado, com um doutorado.

Em prol da coerência, informo que ano vindouro Jorge Amado completaria cem anos de nascido cabendo, portanto, homenagens e condecorações. Espero que a Academia, a exemplo do que fez com o Lins do Rego, o Flamengo e o pagodeiro, se lembre de condecorar as prostitutas de Ilhéus, mesmo que não frequentem mais o charmoso Bataclan.

P/S. Podia inserir no contexto o Itamaraty medalhando a Sra. Marisa Letícia. Seria uma maldade rememorar tal história, não é mesmo?

(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.

terça-feira, 24 de maio de 2011

Xou de Paul Mc Cartney: "Eu estava lá"

Texto de Fabio Seixas

Esquisitaços
... decidi que era hora de encontrar outro Beatle. E ontem fui ao Engenhão, no Rio.

Show sensacional, organização que nunca vi num evento assim no Brasil, energia bacana, um mito no palco.
Mas o público... Algumas coisas me deixaram encucado.

Uma gente esquisita passou o show inteiro, ou boa parte, com o celular ou a câmera na mão. Filmando. Não prestava atenção às músicas, às luzes, ao desempenho de Paul no palco. Não dançava. Não pulava. Não cantava. Não vivia aquele desfile de clássicos.

A prioridade era filmar.

foto de Fabio Seixas

Para quê? Alguém assiste a isso por mais de 30 segundos? Imagino o chato chegando ao escritório no dia seguinte e querendo exibir aos colegas seus sensacionais registros feitos a 200 m do palco e mostrando basicamente um monte de cabeças balançando e braços pro alto, com som inaudível. Imagino o rapaz ou a moça chegando em casa esbaforido para ser o primeiro a postar no Youtube e linkar no Twitter, no Orkut, no Facebook... Para ninguém ver.

Na minha frente, num certo momento, um rapaz tinha um celular na mão direita e uma câmera na mão esquerda. Filmando "Let it Be". O sujeito deixou de curtir "Let it Be"!

Para esta gente, acredito, mais importante do que ir ao show é mostrar que foi ao show. Mais importante do que curtir é dizer que curtiu.

O que leva a outra constatação: muita gente foi lá só para isso, para se gabar. Não tinha a menor ideia de quem estava no palco. Quando Paul começou a tocar "Something" e a dedicou a George, um cara ao lado revelou para o outro: "George era o guitarrista dos Beatles". O amigo lançou um "Ahhhhh".

Enfim, não tenho nada com isso. Não filmei nada, só tirei esta foto _constrangido_ para ilustrar o post. São apenas constatações de um cara que, há algum tempo, não ia a um show num estádio. E que se surpreendeu.

Talvez o porteiro do prédio da Folha esteja certo. Hoje, quando eu chegava para trabalhar, um motorista travava o trânsito com uma manobra irregular e tentava convencer todo mundo de que estava certo.

Quando, enfim, consegui entrar no prédio, o senhorzinho lançou: "O ser humano é esquisitaço, né?" Ô se é...

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Os filhos da tia

Terra.Notícias

Mulher se passa por irmã por 35 anos; nem filhos sabiam seu nome
A Polícia Civil de Jaraguá do Sul, a 185 km de Florianópolis, divulgou nesta sexta-feira o caso de uma mulher que se passava pela irmã havia 35 anos. De acordo com os policiais, nem os três filhos de Santalina Borges Meurer, 63 anos, sabiam o nome verdadeiro da mãe.


arte de Otavio Ocampo

Santalina passou a usar o nome de Neli de Souza, que já havia morrido, para se casar pela segunda vez em 1976. Cinco anos antes, a pedido de seu pai, ela se casou com outro homem, com quem não chegou a manter a união conjugal. A troca de nomes foi a maneira que ela encontrou para se casar novamente sem estar divorciada.

Desde então, as aquisições financeiras foram conseguidas com a identidade de Neli de Souza. No entanto, desde 1977, com o falecimento do primeiro marido, a acusada utilizaria seus documentos verdadeiros, como viúva, para receber o benefício do INSS.

O caso foi descoberto quando Santalina teve os documentos em nome de Neli de Souza roubados. Ao chegar ao Setor de Identificação de Jaraguá do Sul para providenciar novo documento, o Instituto Geral de Perícia (IGP) verificou que as digitais coletadas pertenciam a Santalina Borges Meurer.

Santalina foi indiciada por falsidade ideológica e falsa identidade.

Ou seja, só foi descoberta por causa da ganância. Cadeia nela. E os filhos poderão se defender dizendo que não são filhos da mãe e sim FILHOS DA TIA!

Conselho a bebum: se beber, não chute!


Quem manda o recado é André Carvalho

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Oh! Os asnos


Por André Carvalho (*)
Em 17 de maio de 2011
btreina@yahoo.com.br



OH! OS ASNOS
Com atraso razoável, como é característica das obras da Copa, do PAC e também um pouco meu costume, e não havendo nada mais interessante e atual que me venha à mente, comento o treze de janeiro de dois mil e onze, segunda quinta feira do referido mês e dia da lavagem das escadarias – e só das escadarias – da igreja do Senhor do Bonfim, na antes bendita cidade do Salvador. A lavagem se dá uma vez a cada ano, de sorte que podemos concluir, no mais raso dos raciocínios, que, ou sujamos pouco ou aquilo vive uma imundice. O Pároco e o Cardeal devem fazer outra análise, o que agora não vem ao caso.

Com clima ameno para o verão e sem a incidência de chuvas torrenciais, desde cedo, parte miúda dos habitantes e dos turistas – percentualmente falando – se deslocou para a cidade baixa em busca de proteção e diversão ou, em casos raros, para agradecer bênçãos alcançadas. Nem me passou pela “telha” agradecer a benção pelo fim do governo Lula, o que faço agora: Obrigado Senhor!

À festa acorreram, como em anos passados, além de turistas e soteropolitanos, hordas de políticos, partidariamente agrupados, fantasiados em cores e símbolos tais, como se estivessem em suas não menos festivas e imundas convenções. Cartazes, faixas, “banners” compuseram o cenário pecaminoso, se considerarmos os sete pecados capitais.

Vaidade, inveja, ira, preguiça, avareza, gula e luxúria lá estavam, com menor incidência do quarto pecado, pois que na Bahia ninguém tem preguiça de ir à festa. A avareza circundou por entre aqueles que comem e bebem, mas não querem rachar a conta. São muitos, estes...

Inúmeros lá estiveram, principalmente os funcionários públicos em cargos de comissão, apenas para inflar o derredor do chefe e para ser visto, numa tecnicidade empregatícia de quem arredonda ou abaúla o salário, via comissionamentos.

Alimentaram o embalo um sem número de ambulantes comercializando da mais pesada droga ao acarajé, embutido aí nesse cardápio a cerveja, quinto maior símbolo da festa, atrás apenas do santo, do governador, das baianas e do jegue. Não tenho registro da presença da Vigilância Sanitária, mas certamente trata-se de um lapso de informação visto que seus prepostos andam, diligentemente, dia e noite, por toda a cidade, principalmente nas praças de alimentação a céu aberto.

E por falar em jegue, durante os dias que antecederam o regozijo, não se disse outra coisa. Num pitoresco “to be or not to be; that's the question” a Bahia discutiu a conveniência da participação dos jegues na fanfarra. Podem ou não podem ir à festa, os jegues? Vão a trabalho ou a passeio?

A Sociedade Protetora dos Animais, a Justiça em algumas de suas instâncias e a Prefeitura, além é claro, dos donos dos burregos, se engalfinharam “de focinho a rabo” nessa disputa de poder, dinheiro e imbecilidade, trocando patadas de intensidades diversas.

Através dos estudos de Charles Darwin sabemos, há mais de um século, que jumentos, jegues e asnos são animais de tração e carga e mantêm sua compleição por conta desse trabalho, realizado, via de regra, sob as mais rigorosas condições. Foi um deles que carregou Maria, grávida do menino Jesus, de Nazaré a Belém, sob sol inclemente e território pouco auspicioso.

Ocorre que, atualmente, o jegue, pelo menos aqui em Salvador, não pode se dar a qualquer esforço maior, mormente os carnavalescos. Levando-se em consideração a comprovada lei do uso e desuso creio que se mantivermos os burregos longe dos carregamentos, atrofiaremos seus membros, exceto um deles, e os transformaremos, quem sabe, em mamutes sem tromba.

Que Deus vos proteja, oh asnos de toda natureza!

(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

No fundo so mar...

Enviado por Carlos Michelli, por e-mail.
(G1 / BBC)


Mergulhador fotografa divisão
entre placas tectônicas na Islândia


Foto: Alexander Mustard / Solent


 
O fotógrafo britânico Alexander Mustard registrou o mergulho que ele e outros colegas fizeram na fenda entre as placas tectônicas da América do Norte e da Eurásia.

A aventura para conhecer a "fronteira" entre as duas placas ocorreu no Parque Nacional Thingvellir, na Islândia. A paisagem submersa do parque é cheia de vales, falhas e fontes de lava, formados pelo afastamento gradual entre as duas placas, que se distanciam cerca de 2,5 centímetros uma da outra a cada ano.

Foto: Alexander Mustard / Solent

Os mergulhadores que participaram da expedição desceram cerca de 24 metros na fenda entre as placas, mas chegaram a até 60 metros de profundidade em cânions como o Silfra e o Nikulasargia.

Mustard, de 36 anos, diz que as imagens mostram 'o mundo submarino único da Islândia, que, assim como a ilha, é formado por paisagens vulcânicas'.

A lava e o vapor quente na interseção entre as placas criou também a chaminé hidrotermal Arnarnes Strytur, visitada pelos mergulhadores. A água é expulsa da chaminé 80°C e forma uma coluna turva ao entrar em contato com a água do mar, que está a 4°C.

Alexander Mustard é especializado em imagens submarinas. Um de seus trabalhos mais conhecidos é o registro fotográfico de destroços de navio no fundo do mar ao redor do mundo.

Foto: Alexander Mustard / Solent

A noção de placas tectônicas foi desenvolvida nos anos 1960 para explicar as localizações dos vulcões e outros eventos geológicos de grande escala.

De acordo com a teoria, a superfície da Terra é feita de uma "colcha de retalhos" de enormes placas rígidas, com espessura de 80 km, que flutuam devagar por cima do manto, uma região com magma nas profundezas da terra.

As placas mudam de tamanho e posição ao longo do tempo, movendo entre um e dez centímetros por ano - velocidade equivalente ao crescimento das unhas humanas.

O fundo do oceano está sendo constantemente modificado, com a criação de novas crostas feitas da lava expelida das profundezas da Terra e que se solidifica no contato com a água fria. Assim, as placas tectônicas se movem, gerando intensa atividade geológica em suas extremidades.


 
As atividades nestas zonas de divisa entre placas tectônicas são as mesmas que dão origem aos terremotos de grande magnitude.

XXXVI - Laurence Laveder

Magos da Fotografia

XXXVI - Laurence Laveder


Brincando com a lua, por Laurent Laveder

Fotógrafo profissional e jornalista científico, Laurent Laveder criou a série Moon Games, composta por diversas imagens que mostram pessoas interagindo com a Lua.




Capturando as cenas por um ângulo específico, o artista faz parecer que o satélite está realmente ao alcance das mãos dos homens e mulheres que, posando para as lentes do artista, brincam de jogá-lo para cima, ou pousá-lo na xícara de café.





 Especializado em fotos do céu, Laveder faz parte do coletivo The World At Night, que reúne 30 dos melhores astrofotógrafos do planeta.



 Obrigado Gilvan!


Por e-mail. Mas querendo ver mais desse Mago da Fotografia basta acessar o site

domingo, 15 de maio de 2011

Todo mundo tenta, mas só o Bahia é penta...e hexa... e hepta!

Na sexta feira afirmei que Wallace Coelho, nosso paparazzi e eterno torcedor sofredor do vitorinha da Bahia, conhecido com justeza pela engrandecedora alcunha de Vicetória iria apresentar mais um furo neste domingo.



E foi o que aconteceu, aliás minha (esse magrinho aí em cima sou eu) previsão foi um pouco aquém da realidade, pois foram dois os furos - ambos na rede de Viáfara, um em cada tempo!

Vicetória 1 X 2 Bahia de Feira





Parabéns Bahia de Feira!
Embora genérico, igualmente vencedor!!

charge retirada do BBMP