Azul da Cor do Mar
O ano era 1969 e lá na rua Real Grandeza, em Botafogo, Sebastião Maia - mais conhecido como Tim -, estava hospedado no modesto apartamento de um antigo amigo seu, Juancito, que adotara o nome artístico de Fábio e dividia o apê com o seu empresário Glauco Timóteo.
O apartamento tinha apenas dois quartos, então Tim dormia no “dromedário” (um sofá com uma capacidade inata de desconsertar colunas). Mas com o seu excesso de gordur... ops... fofura aconchegante, o dromedário era um dos menores problemas de Tim no momento, que na verdade estava louco para gravar seu cd, ganhar dinheiro e “dar uma” - na verdade “dar várias”. O apartamento era um contínuo entra-e-sai de mulheres, desfrutadas exclusivamente por Fábio e Glauco. E o tesão do gordinho aumentava continuamente, sempre sentindo o cheiro e ouvindo os gemidos de felicidade das garotas, que estavam tão perto e ao mesmo tempo tão distantes do seu domínio.
O apartamento tinha apenas dois quartos, então Tim dormia no “dromedário” (um sofá com uma capacidade inata de desconsertar colunas). Mas com o seu excesso de gordur... ops... fofura aconchegante, o dromedário era um dos menores problemas de Tim no momento, que na verdade estava louco para gravar seu cd, ganhar dinheiro e “dar uma” - na verdade “dar várias”. O apartamento era um contínuo entra-e-sai de mulheres, desfrutadas exclusivamente por Fábio e Glauco. E o tesão do gordinho aumentava continuamente, sempre sentindo o cheiro e ouvindo os gemidos de felicidade das garotas, que estavam tão perto e ao mesmo tempo tão distantes do seu domínio.
Frustrado, sem cd, sem dinheiro, sem sucesso e sem mulher, Tim estava ficando desiludido. Em meio à esse cenário, Fábio e Glauco viajaram para shows em Salvador e Recife, deixando-o sozinho, com uma graninha básica para as despesas e o aviso de não tentar agarrar a empregada. Sua primeira medida foi sair do dromedário - e após testar a cama de Fábio -, optou pela de Glauco. Em frente à cama havia um pôster imenso de uma morena com curvas belíssimas, nua contra o mar azul do Taiti. Mais triste, sozinho e carente do que nunca, Tim pegou seu violão, ligou o gravador e começou sua produção.
Assim que Fábio voltou de viagem, Tim pegou o gravador e mostrou o que havia feito na sua ausência, inspirado no pôster da bela morena:
“Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir
tenho muito pra contar,
dizer que aprendi,
que na vida a gente tem que entender,
que um nasce pra sofrer,
enquanto o outro ri.
Mas quem sofre
Sempre tem que procurar
pelo menos vir achar
razão para viver...
Ver na vida algum motivo pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar...”