domingo, 28 de setembro de 2014

Cigarros na F1: o início de tudo

Postado originalmente em 25SET2008

No início da temporada européia de 1968, a Lotus surpreende a todos ao romper com as estritas regras de pintura dos carros de acordo com o país dos pilotos ou fabricantes, para estampar a marca de cigarros Gold Leaf.
Foi a primeira vez, na Fórmula 1 que firmou-se um acordo publicitário com uma empresa fora do ramo automobilístico. Contando-se a história desta forma, Colin Chapman parece ter sido um visionário, um homem à frente de seu tempo e talvez até seja.
Sem dúvida, ele demonstrou ser um ótimo empresário ao ser o primeiro a desbravar esta fonte de receita – que se alastrou no automobilismo como fogo. Aí entra-se na parte interdita da história. Quando se imagina que o automobilismo encerra-se em si mesmo, fica difícil perceber, por exemplo, o quanto Chapman foi menos criador e mais um grande observador de seu tempo.
Além disso, tudo leva a crer que a Fórmula 1 descobriu a publicidade muito tardiamente. Ao mesmo tempo em que crescia a publicidade, as propagandas de cigarros começavam a sofrer, tímidas, as suas primeiras restrições.
No automobilismo, elas encontraram o nicho perfeito para estamparem suas marcas, pois era uma maneira de fugir destas. Afinal, se uma revista estampar a foto de uma Lotus com o logotipo da Gold Leaf ou da John Player Special, isto não vai ser considerado publicidade, certo? Certo.
Entretanto, hoje em dia, as revistas francesas são obrigadas a apagar digitalmente todas as referências ao tabaco das fotos que publica, mesmo as antigas. A Fórmula 1 fechou seu ciclo do cigarro, e, ao que parece, saiu dele incólume.
Direto do Cadernos do Automobilismo