domingo, 28 de fevereiro de 2010

O Cristo Redentor!

Coleção Cartão Postal


Não existe imagem que simbolize de maneira mais acabada o Rio de Janeiro (e o Brasil) no exterior que o Cristo Redentor. A última demonstração dessa associação foi uma capa recente da revista inglesa The Economist, que, ao fazer uma metáfora visual do sucesso da economia brasileira, transformou a estátua em um foguete.


Então conheçamos um pouco da história do Cristo Redentor:

Corcovado , onde o Cristo Redentor foi construído, originalmente foi denominado de “Pináculo da Tentação” pelo cartógrafo florentino Américo Vespúcio ainda na viagem de reconhecimento em 1502. A prova é a existência de um mapa desta época com a menção do pico.

Pináculo da Tentação é uma alegoria do Novo Testamento. Teria sido onde onde o Demônio conduziu Cristo, tentando-o com os pecados do mundo. O nome não pegou, sendo o morro depois rebatizado pelos portugueses como Corcovado, devido à corcova posterior que possui.

Na metade do século XIX o padre francês salesiano Pierre Marie Bos, em viagem ao Brasil, sugeriu em seu diário que o Corcovado seria o pedestal perfeito para a estátua do Filho de Deus.


Em 1894, pensou-se primeiro em homenagear Cristóvão Colombo com um monumento no Pão de Açúcar. Em 1918, repensaram a idéia idealizando a construção de uma imagem à Cristo, para as comemorações do Centenário da Independência do Brasil. Em 1920, o pico do Corcovado passou a controle da Arquidiocese com o governo comprometendo-se a colaborar com a obra melhorando os acessos e fornecendo uma série de subsídios.

Já a idéia da construção do Cristo Redentor só foi retomada em 1921 no bojo dos projetos que marcariam os festejos do centenário da Independência em 1922. O projeto original é do engenheiro Heitor da Silva Costa, através de concurso.

A primeira idéia foi a de realização de um Cristo carregando uma cruz numa mão e um globo na outra,



mas a idéia acabou preterida por outra, sugerida pelo artista Carlos Oswald, do Cristo com os braços abertos.



A idéia original era fundi-lo em bronze no que foram logo dissuadidos temerosos de que acontecesse no Brasil o mesmo que ocorrera na Rússia, quando o governo soviético após a Revolução Bolchevique mandou fundir todas as estátuas metálicas de santos para reaproveitar os metais.

Uma delegação foi enviada a Paris procurar um escultor para a execução da obra. A intenção era contratar Auguste Rodin, mas por algum motivo, o projeto acabou sendo confiado ao artista polonês radicado na França, Maximilien Paul Landowski, que se destacava por sua ligação com o movimento art déco, então em voga.


 Ele executou em terracota as mãos e a cabeça de Cristo, enviando as peças para serem construídas no Brasil. Na realização das mãos, valeu-se da ajuda de sua amiga brasileira, a poetisa e declamadora Margarida Lopes de Almeida que ofereceu suas próprias mãos para a modelagem das do Cristo Redentor.


A cabeça esculpida por Landowski foi deixada por muitos anos num casarão em Santa Teresa e, em 2003, resgatada por um marchand carioca que, em leilão, a vendeu para a Prefeitura do Rio de Janeiro, pelo preço de R$ 84 mil.

Decidiu-se então que a imagem, com 30m de altura, seria feita em concreto armado.  O Cristo teria doze pavimentos internos e estrutura suficientemente resistente para suportar um tufão de 250km/h. Os cálculos estruturais da obra foram feitos por Heitor da Silva Costa e contou com o auxílio permanente dos engenheiros Pedro Vianna da Silva e Heitor Levy.


O dinheiro para toda a obra foi obtido integralmente no Brasil através de doações voluntárias coletadas em todo o território nacional, em enorme campanha promovida pela Arquidiocese do Rio de Janeiro. Cada brasileiro podia contribuir com mil réis, quantia propositalmente baixa para que todos, ricos e pobres, pudessem participar dessa obra. A coleta durou dez anos e conseguiu-se dinheiro mais que suficiente para todos os trabalhos.

Enormes formas em gesso e concreto foram levadas à Niterói, onde foram feitas as partes em concreto armado, que deveriam subir aos poucos ao Corcovado, aproveitando-se ao máximo o trem existente.



Heitor Levy, um dos engenheiros responsáveis pela obra cedeu sua chácara para os trabalhos de moldagem. Levy, que era judeu, ficou tão envolvido com a obra que converteu-se ao cristianismo e colocou os nomes -  seu e de sua família, num vidrinho que misturou com a massa de concreto do coração da imagem.

A montagem durou de 1926 a fins de 1931, não ocorrendo acidente algum durante as obras.

Primeiro montou-se a estrutura de concreto armado, colocando-se sobre ela as partes artísticas com a forma da imagem. Foi montada da cabeça para os pés. Só a cabeça foi formada com cinqüenta pedaços distintos.

Sobre esta forma, colocou-se uma malha metálica onde posteriormente se cobriu com pedaços triangulares de 3 cm de lado nas quais foram inscritos nomes, bênçãos, pedidos e pequenas orações , em pedra esteatita verde (pedra sabão) numa homenagem às obras de Aleijadinho feitas com este material em Congonhas do Campo.

A Revolução de 1930 atrasou a inauguração da obra, finalmente ocorrida com grandes festas a 12 de outubro de 1931, dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora da Conceição Aparecida.  Na mesma noite foi inaugurada a iluminação.



 Foi montado no Corcovado equipamento de rádio para tal, pois o inventor Guglielmo Marconi ofereceu-se para ligar as luzes da estátua acionando uma chave de poderoso equipamento de rádio situado em Gênova, na Itália, onde se encontrava.

 Na hora acertada, o equipamento falhou e a estátua foi acionada por um suboficial do Exército, o futuro escritor católico Gustavo Corção.



Algumas das dimensões da estátua ficaram conhecidas e muitos ainda hoje as sabem de cor e salteado. De altura, o Cristo possui 30 metros e três centímetros. Com a base, que mede 08 metros e abriga a capela de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, fica a imagem com 38m e três centímetros.

De envergadura, possui o Cristo 29,60m, sendo que o braço esquerdo é imperceptivelmente menor 40cm, para dar maior estabilidade à imagem. A cabeça de Cristo está inclinada 33cm para a frente e sua coroa servia como pára-raios.



Em 1942, remodelaram os acessos à imagem, surgindo uma estrada de cimento que permitiu o acesso  por automóvel ao alto do Corcovado. Demoliu-se na ocasião o mirante Chapéu de Sol (veja aqui), por estar já todo enferrujado e refez-se a escadaria de acesso, que passou a ter 220 degraus, do trem à imagem.

Em 1965, o Papa Paulo VI inaugurou a nova iluminação, desta vez realmente acionada por uma onda de rádio oriunda de um equipamento na Itália.




Por cinqüenta anos a estátua nunca foi lavada integralmente, o que lhe conferiu uma tonalidade cinzenta, até que uma restauração em 1980 corrigiu danos provocados ao longo dos anos por raios e do desgaste natural do material, sendo repostas muitas pastilhas de revestimento que se haviam desprendido e reforçadas as estruturas, foram relocados os pára-raios e antenas, sendo melhorada a iluminação e devolvendo-lhe a cor primitiva.

O papa João Paulo II visitou o Cristo em junho de 1980, tendo lá de cima abençoado a cidade. Dez anos depois, passou a estátua por nova restauração, haja vista que a estrutura de sua cabeça estava se desprendendo!



Em 2000 com a inauguração da nova iluminação  a cor esverdeada das peças em pedra-sabão utilizadas no revestimento da estátua voltou 'a cena.

Mais recentemente, durante a obra que restaurou elevadores e instalou escadas rolantes de acesso ao monumento em 2003, verificou-se que cerca de 15 por cento desse revestimento estava prejudicado e as placas foram substituídas por outras que, originárias de outro veio de pedra sabão, não guardam a mesma cor verde das demais.



Em 07 de julho de 2007, O Cristo Redentor foi escolhido em concurso - informal e popular - internacional promovido pela New Open World Foundation, entre as Novas Sete Maravilhas do Mundo  com o lançamento da campanha New 7 wonders, que contou com mais de cem milhões de votos através de telefones celulares e da internet, enviados de todas as partes do mundo numa cerimônia em Lisboa, Portugal. O concurso não contou com o apoio da UNESCO.


Depois de ser destruído e receber visitas de ETs em trailers de filmes e seriados, o Cristo Redentor, está passando por uma nova reforma que deve durar até junho.


A obra  será parte financiada pela Vale e outra parte pela Igreja Católica, em especial com o que consegue através da campanha eu sou de cristo onde o católico doa R$ 7,00 e ganha um broche da campanha.


Foto de Antonio Lacerda / Agência Estado

O monumento não será fechado para a visitação, entretanto será coberto com uma lona transparente para garantir a segurança dos visitantes durante a reforma.

charge de Pelicano

Fontes reinaldo leal  artemusiva veja-rio diario do rio

As demais fotos não conseguí identificar os autores. Caso alguém saiba, terei a satisfação em  creditar-lhes a autoria.