sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Traduzindo o Baianês! - XVIII / 2º ato.

(Para ler ou reler o 1º ato, clique aqui  )

Especial Traduzindo o Baianês
capítulo XVIII
2º ato.

roda de capoeira

O Baianês na briga de rua
(cont.)

Nessas horas só me lembro de Cuiúba, morador lá da ilha de Itaparica e personagem do João Ubaldo Ribeiro ou é só personagem, não sei bem, só perguntando a ele, a João Ubaldo mas quem sou eu, não tenho moral para isso não.

Só sei o que ele dizia lá no livro dele: "Pior seria se pior fôsse"! Quer coisa mais verdadeira que essa?

Pois então, é por causa de gente assim que nem André, arreliento (pirracento) e arengueiro que ele só (que procura confusão) que a porra do couro come (começa a briga) e voce esquece até as fubuia (birita) que tava tomando aliás bebendo que sou torcedor do Bahia, pois quem toma e voce sabe aonde é torcedor do viria, ou melhor, vicetória, ô timezinho fuleiro (de poucos recursos, que não vale nada)!

Aliás fique voce sabendo que o que eu falei até agora foi só as causa do fudistério. Agora é que vou contar as consequência, o acontecido do jeito que aconteceu::

Então no que acontecia o bate-boca, chega um rubro-negro virado no móe-de-coentro (nervoso, irritado), o Eraldo, que vira para um tricolor, o Fred, que é do mesmo tope (tamanho) dele, um toco de amarrar jegue (baixinho assim) - que Eraldo não é besta(bobo, otário) de procurar um maior que ele e diz:
-   procurando frete (confusão, tirando onda), mermãose abra que lhe tóro na porrada! (lhe quebro no pau!)

E Fred, que é baixinho mas não é frouxo:
Colé oreba! (qual é, otário!) eu é que vou lhe picá a porra! (bater)

Nisso Maialli - um paulista, palmeirense de nascimento,  que abaianou de vez - ele até simpatiza com meu Bahia, o que mostra que é um cara distinto, de caráter -  tava só de platéia (assistindo)  rindo da desgraceira (confusão) alheia...

Aí, Eraldo que não é de comer môsca (vacilar, perder tempo) diz:
- Colé Maialli! tá "botano" pilha? (estimulando a briga?)

E Maialli - um varapau  da gota (muito magro e alto):
 - Se olhe, Eraldo! (procure seu lugar) me respeite! Colé de mermo? (qual é a sua?)  vai dar testa? (vai encarar?)

E Eraldo:
- Você é grande mas não é dois! Vem cá que lhe mostro o que é bom prá tosse!

Farol da Barra

Aí entra na roda de cara arreganhada (de cara aberta) o vacilão (otário) do Elenilson, outro sofredor do vicetória mas que era amigo de Maialli e no que chegou foi logo "tomano" um cachação (tapa no pescoço, na cabeça) de Marcelo Badejo e saiu "catano" ficha e já arrependido de ter se metido onde não foi chamado ...

Bem nessa  hora do puta-que-pariu (da discussão) chega Mocódebrecht - um que o pessoal chama de aqui tá fundo aqui tá raso (deficiente de uma perna) dando um (golpe de capoeira) no meio da roda, nisso outro veio, acho que foi o Mansueto, não tenho certeza, e rumou-lhe a desgraça (meteu-lhe a porra)...

Nesse arerê todo (agito) dava pena era ver o João Brocha - ex-João Tesão, todo atarantado (atrapalhado) no meio do rebucetê (confusão) pois não sabia o que fazer. É que ele é uma moça de pessoa (pessoa muito educada), daqueles "minino" criado com vó, uma pessoa muito dáda (prestativa, agradável) ...

E não esquecendo do Bolívar que no balcão estava e no balcão ficou, ele e o Ivan garçon que o Seu Menino chama de "em vão" porque voce chama ele e ele não vem.

Então, ele, o "em vão" que até tava todo feliz porque tava de farda nova (uniforme novo), um avental limpo por cima das calça, só ficava "repetino": "vir pá cá pá fóra pá quê" - prá se "arriscá" a "recebê" uma galinha "pulano" (uma porrada sem saber de onde vem)? lá ele! (outra pessoa!)
 Acho até que os dois tavam apostando quem ia se dar de bem ou quem ia se dar de mal.

(Fim do 2º ato - amanhã continua a bagaceira)

Isto é uma estorinha inventada,
qualquer parecença é mera cagada!

Isto é uma obra de ficção,
qualquer semelhança é mera coincidência!

Fontes:
Expressões e terminologias
- Entreouvidos nas ruas, becos, bares, botecos e cacetes-armados;
- Dicionário de Baianês, de Nivaldo Lariú
Texto de apoio
- de minha autoria (Oxente! - Vê se pode!)