quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Traduzindo o Baianês! - XVIII / 1º ato.

Bem, agora chegou a hora da "onça comer beber água”. O último capitulo de nossa saga - O dialeto baianês na hora do "vamu ver", numa briga de rua!

E como a variedade de expressões em baianês para esta ocasião em particular  é expressiva, resolvi contar uma estória com personagens envolvidos num pega prá capar, utilizando as expressões e terminologias que falamos nestes 18 dias e algumas ainda inéditas.

Mas como o texto ficou um tiquinho (pouquinho) grande decidi dividir em quatro capítulos como se fõsse uma peça em quatro atos,   postados um ato a cada dia, de hoje até o dia 31.

E para personagens dessa "peça"  coloquei alguns dos freqüentadores da visgueira, barzinho onde bebo minha cervejinha sem álcool. É também uma maneira de homenageá-los pois são bons amigos!

Vixe Maria, já ia me esqueceno - nessas horas o Misturaê! não é aconselhável.

Especial Traduzindo o Baianês
capítulo XVIII
1º ato

Praia de Amaralina,
 onde a pesca esportiva é liberada e o baba corre solto.

O Baianês na briga de rua

Título

Briga de Baiano ou Fuzuê na Visgueira

Deus é mais! (Pode crer!)

Saiba logo que na minha maneira de pensar, na Bahia só tem uma religião - é tudo filho de Deus! Seja ele católico, crente, judeu, macumbeiro, ateu ou "filadaputa" no bom sentido, é claro.

Mesmo assim tem três assuntos que, no meu entender, devia ser proibido por lei de se discutir em boteco: religião, política e futebol.

E para reforçar o que eu tô dizendo, vou contar o que aconteceu hoje mesmo, nestantinho (há pouco tempo), aqui na visgueira (bar em que os clientes são sempre os mesmos)  que fica pertinho da praia de Amaralina, menos de 5 minutos na paleta (a pé). Só adianto que foi um fudistério da zorra! (confusão, putaria)!

Mas também nêguinho (pessoa - independente da cor da pele) vai falar de política ainda mais em ano de eleição, já viu, né? tá procurando sarna para se coçar! Mas vamos deixar de guéri-guéri (enrolação) e falar do que interessa:

Tava o Chico Careca no seu bem bom (na sua, tranquilojogando conversa fora (papeando) com seu primo carnal (primo de 1º grau) Luís,  falando da politica e das politicagens lá de seu interior, Antas - que fica lá no cu-do-mundo (muito longe) - quando apareceu Marley, um cara que é todo tirado a arrochado (metido a valente) que gosta de se cartar (se gabar) já achando que tavam falando mal do presiMente Lulla.

Ele é sempre assim, basta alguém falar na comidilha (roubalheira, corrupção) do pessoal do PT que ele  fica logo com dôr-de-corno (dor de cotovelo),  mas voltando 'a carne-seca (voltando ao assunto), no que ele foi se chegando  injuriado (nervoso, agressivo) que nem a porra,  foi logo tomando uma dura (cortada) de Nélio que tava na mesa também e aí o bate-boca esquentou, e ainda bem que chegou logo a turma do deixa disso senão já viu!

É como sempre digo, assim como são as pessoas são as criaturas!

Quando parecia que tava tudo muito bem, com o Paulo Lima que veio lá da casa do chapéu (lá de muito longe)  batucando o seu timbau, com Saulo e Camelão  cada qual com seu violão, os dois que todo mundo pensa que são irmãos mabaça (irmãos gêmeos)  mas não são, e  Jeanne, cremdeuspai! (Deus todo poderoso!) com aquele pandeiro (bunda) que mais parece feito 'a mão (perfeito, bem feito) "desfilano" entre as mesas, "trazeno" os acarajé cortadinho de tira-gosto, eis que chega o abusado (que gosta de perturbar) do André.

André, num lembra dele não? aquele que é cagado e cuspido (muito parecido, idêntico) o Paulo Silvino, o da tevê!

Pois então! Já "tava" tudo aquetado (acalmado) quando ele já chegou  bulindo (provocando) com o Luizinho da Bamor, torcedor doente do meu Bahêêêa, dizendo que agora o Bahia ia passar a se chamar Jahia, fazendo piadinha boba tipo: "Cê sabe porque o viagra é azul?" "Não" "é porque se fosse tricolor não subia" !  Aí já viu né! O bate-boca começou de novo!

(Fim do 1º ato - continua amanhã)

Isto é uma estorinha inventada,
qualquer parecença é mera cagada!

Isto é uma obra de ficção,
qualquer semelhança é mera coincidência!


Fontes:
Expressões e terminologias
- Entreouvidos nas ruas, becos, bares, botecos e cacetes-armados;
- Dicionário de Baianês, de Nivaldo Lariú

Texto de apoio
- de minha autoria (Ópaísso! - Olhe só para isso!)