terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Traduzindo o Baianês! - XVI

Chegou a hora do baianês no futebol. Na moral, nessa hora o Misturaê! tem que ser com muito axé! (paz, energia) porque a disputa entre as duas torcidas é 'a vera (a sério, prá valer), e quando o jogo começa, não tem errada (é certo, com certeza), vai bater uma gastura doida (vai dar um nervoso danado).

Os nomes das jogadas voce já viu no cap. VII (aqui), agora voce vai saber sobre a paixão do baiano, o que provoca a rivalidade das torcidas!


Especial Traduzindo o Baianês
capítulo XVI





O Baianês e o futebol baiano

Na Bahia, tem dois times de futebol  - o Bahêêêa - duas vezes campeão brasileiro que atravessa uma fase difícil - está na 2ª divisão, e o vitória (conhecido também como vitorinha ou vicetória), que apesar do nome e estando na primeira divisão, nunca ganhou nada de valor (que valesse a pena) a não ser um tal de Torneio da Uva e outro de Torneio da Morte que eles se orgulham tanto, nem sei o porquê, já que é tudo cheiro mole, uma fuleragem só (besteira, não vale nada)!

O Vitória aliás vicetória que esse nome é conhecido por meia-Bahia (por todo mundo) quem sabe por força (por causa) do histórico vice-campeonato conquistado numa final contra o Palmeiras onde deu caroara (tremeu nas bases, medrou) e perdeu as duas partidas da decisão, ou será porquê é o maior recordista em vice-campeonatos estaduais do país? Quem sabe que diga!

Tem uma torcida chinfrim, meia boca, de arraia miúda (gente pequena que não vale nada) que fica tudo se achando, se tirando a porreta (achando que são o máximo) porque o vicetória tem algo que o meu Bahia não tem - um estádio - o Barradão.

O Barradão, na opinião porreta (legal) do torcedor do Bahia, - foi feito a facão, na mão grande (de qualquer jeito, mal feito) -  é conhecido também como Barra-lixo porque foi construído no aterro sanitário de Canabrava, onde só tinha badameiro (catador de lixo), muriçoca (pernilongo) e mutuca (mosquito). Imaginem o bodum (fedor) que não é lá!

Tá perguntando se eu conheço? eu mesmo não (eu não) que nunca fui e nem vou lá!

Nosso campo? A gente antes jogava na Fonte Nova, que era do governo mas era nosso. A gente podia tá na pindaíba (sem dinheiro, duro) que ia lá mesmo assim. Aí assistia o jogo, pelo radinho de pilha lá no quatro rodas (kombi que vende cerveja e tiragosto) e depois entrava no xaréu (os portões abriam perto de acabar o jogo). Êita! (poxa!) Era bom demais da conta (muito bom)!

Hoje, a gente joga no Pituaçu, que também é do governo e a gente tá "quereno" que seja nosso mas tem uns malestroso (mau elemento, marginal) do outro time que quer botar gosto ruim (melar, atrapalhar o negócio).

É gente tudo cheio de moral de jegue (falsa moral), cheio de ranço (implicância) que em vez de tomar tenência na vida (tomar jeito, seguir seu rumo) fica  com dor de corno (dor de cotovelo) e fica astuciando (inventando história), querendo melar (atrapalhar) o negócio.

Mas tô pouco me lixando (não quero nem saber)! Só digo isso:  deix´star jacaré, que seu dia vai chegar.

Fontes:
Expressões e terminologias
- Entreouvidos nas ruas, becos, bares, botecos e cacetes-armados;
- Dicionário de Baianês, de Nivaldo Lariú

Texto de apoio
- de minha autoria (É pouco ou quer mais?)