quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Comentando sobre "Deu no New York Times"

Márcio Silveira, em seu blog Opinião&Notícia comenta sobre o livro Deu no New York Times do jornalista americano Larry Rohter.

Política internacional - Parte V

O autor começa esse capítulo dizendo que o Brasil, além de ser um dos maiores países do mundo em tamanho e população, sempre teve um corpo diplomático de alto nível, desde o tempo do barão do Rio Branco. Mas apesar disso ele sempre se coloca timidamente, de forma insegura, no plano internacional. Citando um embaixador americano, usando uma analogia de luta de boxe, ele diz que "... o Brasil é um país que sempre luta numa categoria abaixo da sua."

Mas com Lula a coisa piorou. Nossa política externa se afastou da "... diplomacia tradicionalmente prudente do Itamaraty".

O autor atribui isso diretamente ao assessor Marco Aurélio "top-top" Garcia, o antigo assessor internacional do PT e atual da presidência. Ele não estaria à altura do cargo e se veria como um Henry Kissinger quando na verdade
"... ele parece mais um Renato Aragão da diplomacia, um trapalhão cujo principal papel é bagunçar as coisas".

Sua visão distorcida da relação com nossos vizinhos tem nos levado a sucessivos erros nos assuntos ligados à Venezuela e à Bolívia, por exemplo.

Garcia compete por espaço com o ministro formal Celso Amorim o qual, para tentar compensar a intimidade de Garcia com Lula, que tem vinte anos, passou a ser "mais católico que o papa", adotando posições que não seriam necessariamente as suas.

Um exemplo da má condução da política externa foi o esforço dedicado a conseguir um assento no Conselho de Segurança da ONU, meta que os diplomatas experientes sabiam ser difícil de alcançar. Muitas vezes Garcia anunciou uma posição de governo para ser corrigido publicamente, poucos dias depois, por Amorim.

A situação é piorada pelo fato de o secretário-geral do ministério ser o altamente ideológico Samuel Pinheiro Guimarães que adotou um teste de convicções políticas como critério para nomeações e promoções. Nós já comentamos aqui esse lamentável estado de coisas e um leitor, em carta, se referiu a esse trio como "os três patetas".

Finalizando
No geral, e apesar das críticas que fiz na primeira parte (clique aqui) sobre a compreensão, por Rohter, de aspectos culturais, acho o livro ótimo. Vou mais além, o considero um livro importante. Esse olhar crítico e imparcial sobre nosso país proporciona "insights" fundamentais.

Leiam também:

Parte III - o caso Celso Daniel

Parte IV - Amazônia