quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Bahia, um novo ano

imagem - link acima

Artigo do jornalista Antonio Luis Almada, especialmente para o Pilórdia.

Salvador, Bahia, 2009 d.C
Enquanto palestinos e israelenses começaram 2009 contando seus mortos numa guerra declarada, em Salvador o IML (Instituto Médico Legal) faturou, em apenas cinco dias, 50 cadáveres, numa guerra silenciosa que os bandidos vêm vencendo desde que o atual governo assumiu o Estado da Bahia.
Se a proporção do crescimento da violência mantiver seu ritmo (2.189 homicídios em 2008, contra 1.665 em 2007), o governo baiano vai continuar permitindo uma marca funesta nunca antes alcançada na Grande Salvador.
Seria parcial e tendencioso afirmar que o Estado parou nos últimos dois anos, mas será correto afirmar que pouco, muito pouco se fez por seu crescimento nas principais áreas do desenvolvimento, principalmente a da infraestrutura.
O que está aí, na indústria e na agricultura, vem funcionando bem em razão da solidificação alcançada antes do atual governo, mas a falta de ações concretas do Estado não permitiram o crescimento necessário.
Em Salvador, o turismo e a cultura, dois itens emblemáticos e inerentes ao desenvolvimento da cidade, estancaram de maneira crucial. O Centro Histórico, nosso maior patrimônio cultural e turístico, jaz à míngua; o turismo náutico, que seria uma importante fonte de atração, não deu um passo, enquanto em regiões como a Chapada Damantina, importante fonte do turismo ecológico, nada se realizou que atraisse turistas de todas as partes do mundo, como já aconteceu.
O governador Jaques Wagner já disse que este seria um ano de gestão, ou interpretando aqui, que estava decidido a começar a trabalhar. Se ele conseguir atrair para a Bahia, em obras e investimentos, metade do que Pernambuco, por exemplo, atraiu nos últimos dois anos, em estradas, indústrias, área portuária - para citar essas três - já será de bom tamanho, comparando-se com o que está aí. Porque este é um governo sem marca e sem graça, como urubu magro desossado por sedento predador.

Não era admirador nem partidário dos governos do então PFL, partido pelo qual jamais depositaria um centavo de crédito. Mas as coisas funcionavam "por fora", mesmo que, "por dentro", as maiores fatias fossem repartidas com a famosa "panelinha" à qual os petistas sempre se referiram.
E agora, pela segunda vez, a esquerda está perdendo a chance de mostrar que também sabe governar. E o que é pior: a "panelinha" sindical petista não fede nem cheira.