domingo, 8 de maio de 2016

O tempo do obscurantismo

Por Aninha Franco.
Charges de SPONHOLZ
Trilhas: o tempo do obscurantismo
Nos últimos dias têm sido publicados textos interessantíssimos sobre esse tempo de 13 anos, quatro meses e 7 dias, que arrasou o pensamento brasileiro. Como pensar serve pra tudo, pra fazer política, pra criar arte, pra humanizar a sociedade, pra crescer, pra gerar emprego, pra votar, pra conter a violência, a carência de Pensamento naufragou o País. Nesta semana, a USP perdeu 40 posições no ranking das melhores universidades do mundo, a presidiária Suzane Richthofen, que matou a mãe por motivo torpe, saiu da prisão para festejar o Dia das Mães, a presidenta Dilma Rousseff declarou, publicamente, que os índios brasileiros morreram por falta de assistência técnica e alguns senadores da República afirmaram, repetidamente, que o impeachment conduzido pelo STF é um golpe. Por mais que essas coisas sejam consideradas normais, elas não são.



Como é possível ignorar que aqueles deputados que votaram pró e contra impeachment são o legislativo brasileiro que recebe bilhões em emendas parlamentares para fazer o Brasil? Como é possível esquecer que nos últimos treze anos, quatro meses e sete dias, o líder petista Lula da Silva, “pensador” do País atual, promoveu, repetidas vezes, a ideia de que não é preciso estudar para chegar ao poder? Por mais que essas coisas sejam consideradas normais, elas não são num país que respeite o Pensamento, princípio da sanidade pessoal e social.



Num Brasil que pense, se um de nós dissesse um terço do que a presidenta Dilma Rousseff disse, publicamente, nos últimos anos, estaria internado num manicômio. Num Brasil que pense, se um de nós recebesse a quantidade de dinheiro que Lula da Silva recebeu para fazer palestras, a Polícia e o Ministério da Fazenda já teriam nos prendido. Num País que pense, o desmonte da Petrobras, o desemprego de 11 milhões de brasileiros, o fomento da venda de milhares de carros a pessoas que não têm renda para consumir gasolina são indefensáveis. Num País que pense, um governo que usou dinheiro público para reformar a obra irretocável de Machado de Assis, tornando-a acessível à qualidade inferior de sua educação, não usaria o marketing de Pátria Educadora. Num País que pense, não se assistiria, sem reação, uma obra sob Domínio Público ser desvirtuada pelo governo incumbido de defendê-la.



Num País que pense, um governo não disseminaria a ideia de que um de seus mais importantes pensadores - Monteiro Lobato - é racista, nem proporia o aumento da ignorância espetacular da Região, uma das maiores do Planeta, excluindo a história da Grécia e de Roma dos seus currículos escolares. 

Num País que pense, um governo não investiria bilhões em estádios de futebol em áreas que nem times no esporte têm, condenando ao apodrecimento por falta de manutenção sua mais importante Biblioteca. 



Suportamos tudo isso porque somos um País que não pensa, um País que foi induzido a não pensar nos últimos 13 anos, 4 meses e 7 dias, mas eu espero que a partir de quinta-feira, volte-se a fomentar o Pensamento porque Pensar serve pra tudo, inclusive para resistir ao ataque mortal do obscurantismo.