segunda-feira, 25 de abril de 2016

Na veia, por Ricardo Boechat

Por  Ricardo Boechat.


As decisões que Michel Temer tem tomado em relação ao futuro, caso Dilma Rousseff venha a ser impedida de concluir o mandato, incluem uma geral na Secretaria de Comunicação Social. Uma das medidas será murchar a inchada EBC (Empresa Brasil de Comunicações). O uso paralelo pelo Planalto das redes sociais como arma ideológica do PT acabará. A Secom enxuta e profissional terá critério técnico (e menos político) no rateio da gorda verba de propaganda oficial.

Arte de MIGUEL

Será?
Um grupo de deputados analisa a oportunidade de apresentar proposta de emenda constitucional ou projeto de lei, anistiando Eduardo Cunha por quebra do decoro parlamentar. O processo foi aberto quando ele disse não ter contas não declaradas no exterior – o que as investigações da Lava Jato provaram tratar-se de mentira. Segundo seus idealizadores, com a nova Lei da Repatriação o “perdão” se justifica, já que “qualquer um” pode trazer o que tem lá fora e não declarou ao fisco, pagando impostos. Se o plano avançar, o STF terá que se pronunciar, já que Cunha é investigado na operação.

Arte de 


Depois da alegria, a conta
Relator do processo de impeachment de Dilma Rousseff na Câmara Federal, deputado Jovair Arantes (PTB) foi condenado pelo TRE de Goiás a pagar multa de R$ 25 mil. Para o tribunal, ele de fato usou um empregado da Companhia Nacional de Abastecimento como cabo eleitoral, em 2014. Jovair diz que vai recorrer e que o servidor da estatal ia muito ao seu comitê porque namorava mulher que trabalhava na campanha.

O especialista
Número um na Anvisa, o epidemiologista Jarbas Barbosa foi eleito na semana passada, em Genebra, presidente do Grupo de Preparação para a Pandemia de Influenza. Vinculado à Organização Mundial da Saúde, o colegiado supervisionará a implantação de uma estratégia comum em todos os países para combate à doença. A indústria produtora de vacinas, medicamentos e kits de laboratório está sendo chamada a contribuir com US$ 28 milhões anuais para a luta ser vitoriosa.



Nos bastidores
Com o processo de impeachment em curso no Senado, um movimento começa a se intensificar no Governo federal. Petistas estão deixando cargos de confiança no primeiro escalão – sobretudo no Palácio do Planalto – e buscando abrigos em conselhos de empresas públicas e autarquias, onde ganham mandato de no mínimo dois anos. As edições do Diário Oficial da União atestam os deslocamentos.


Na veia
Um dos autores do pedido de impeachment aprovado pela Câmara dos Deputados, Miguel Reali Jr falou no Instituto dos Advogados de São Paulo, 48h antes da votação, em Brasília. O recado que deu ali serve para os senadores, a quem cabe agora decidir o futuro de Dilma Rousseff: “chegou à hora do Congresso decidir entre a honra e o bolso”.