sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016

Você sabe como o governo usa o seu dinheiro? - 5/5

Do Spotniks.


Crise? Listamos 5 formas bizarras de como o governo utiliza seu dinheiro.

 Charges de JARBAS

05/05 - Sexta-feira
Mantendo o Judiciário mais caro e ineficiente do ocidente
Possivelmente nenhuma questão seja tão clara de privilégio causado pelo governo como o fato de todos os juízes e procuradores brasileiros se encontrarem dentre os 0,5% mais ricos da população. Os salários elevados, entretanto, contrastam com a morosidade e a ineficiência da justiça brasileira: são mais de 100 milhões de processos acumulados esperando julgamento. Na Justiça do Trabalho, por exemplo, são 2 milhões de processos anuais, contra 70 mil nos Estados Unidos e 2,5 mil no Japão.



Em relação a outros países, o judiciário brasileiro chega a custar 4 vezes mais em % do PIB. São 1,3% gastos no Brasil contra 0,3% na Alemanha, 0,2% no Chile e 0,1% nos Estados Unidos. São 205 servidores da justiça a cada 100 mil habitantes, o maior volume em todo o Ocidente. Dentre as causas, cada juiz brasileiro recebe em média 1,7 mil processos por ano, um volume 4 vezes maior que um juiz em Portugal e 2 vezes maior que na Itália. A Alemanha, por exemplo possui uma média de 3 vezes mais juízes por 100 mil habitantes, são 24,7 contra 8,2 do Brasil.



Dentre as causas, a remuneração média de R$ 9,9 mil mensais pagos aos mais de 450 mil servidores – incluindo estagiários, juízes e servidores requisitados – é um dos grandes desafios. Cada servidor do judiciário brasileiro recebe em média 5 vezes o PIB per capita do país. O Ministério Público brasileiro, por exemplo, chega a custar 16 vezes mais que o espanhol em relação ao PIB.

Apesar da aparente bagunça e dos custos dispersos, o Brasil apresenta relativa transparência em dados do governo, graças ao trabalho de órgãos como o Tribunal de Contas da União. O serviço de avaliar as contas públicas, apesar de caro, apresenta resultados positivos. Inúmeras vezes já citamos aqui dados do tribunal – como a descoberta de que a União Nacional dos Estudantes utilizava dinheiro público para adquirir cachaça, ou quando falamos dos contratos do BNDES em Cuba.



Avaliar o governo, porém, não é uma função que se possa terceirizar a um burocrata – é ou deveria ser, em boa parte, função da mídia, que raras vezes se aventura além do mais básico economiquês para dar a falsa sensação de que você está sendo de fato informado.

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