segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

Você sabe como o governo usa o seu dinheiro? - 1/5

Do Spotniks.


Crise? Listamos 5 formas bizarras de como o governo utiliza seu dinheiro.

Nesta semana a cada dia traremos uma das cinco...

Charges de GENILDO

01/05 - Segunda-feira
Financiando a dívida americana
Constantemente aplaudida como um sinal de solidez, as reservas internacionais brasileiras somam de fato uma quantia impressionante: são US$ 375 bilhões de dólares. Todo este valor, porém, não apareceu nos cofres do Banco Central por coincidência. Ao longo de mais de 100 anos, o Brasil enfrentou 9 calotes na dívida e uma série de dequilíbrios nas contas externas.

Manter-se seguro virou, portanto, uma obsessão para a maior parte dos economistas oficiais. A existência de um colchão reforçado de dólares garante ao país a capacidade de honrar compromissos junto a investidores estrangeiros, e nas suas transações comerciais.



Um fato sumariamente ignorado, entretanto, é a forma como essas reservas se formam e quanto elas custam de fato. Para obter os dólares, o Banco Central capta recursos no mercado por meio da venda de títulos públicos. Como se sabe, os títulos brasileiros são remunerados em boa parte pela taxa selic, que hoje se encontra em 14,25%. Mas então, o que o Banco Central faz com as reservas? Simples: ele compra ativos sólidos no exterior – e o maior deles é a dívida emitida pelo governo americano.

O segredo deste custo de manter reservas encontra-se na diferença entre a taxa paga pelo Banco Central brasileiro, e a taxa recebida nos títulos americanos, em torno de 0,6%. Dividindo-se uma pela outra, cada real de dívida para manter tais dólares custa em torno de 13,5%. Apenas no primeiro trimestre de 2015 o custo de manter as reservas foi de R$ 48,358 bilhões.



Mas, então, se as reservas são importantes, o gasto é justificado, correto? A controversia está exatamente na quantidade de reservas. Historicamente este valor é considerado seguro quando varia entre 6 e 8 meses de importações – o que no Brasil significaria algo entre US$ 120 e US$ 140 bilhões. Para termos uma melhor noção, no período da crise de 2008, enfrentamos turbulências no mercado com US$ 200 bilhões em caixa. A manutenção das reservas é tida como um último recurso para um governo que constantemente afrouxa suas metas e obrigações. O custo da insegurança política nos mantém atados a valores que em nada ou pouco contribuem ao país.