domingo, 13 de dezembro de 2015

Um Cruzador chamado Bahia

Curiosidades em Guerra

XLVIII Um Cruzador chamado BAHIA


Cruzador é um tipo de navio de guerra que se encarregue de tarefas de exploração numa esquadra.



O Bahia como o Rio Grande do Sul eram os navios líderes da classe de cruzadores construídos para o Brasil pelo estaleiro Vickers Armstrong, na Inglaterra. Foi lançado ao mar em 1909, chegando ao Brasil em 1910 e denominado Bahia. Era considerado um orgulho para a Marinha do Brasil.


Seis meses após ter sido comissionado, em maio de 1910, seus tripulantes, juntamente com os do Minas Gerais e do São Paulo, entraram em motim, iniciando a Revolta da Chibata que veio a abolir o uso de açoitamento como forma de punição na Marinha.

 Cruzador Bahia nos anos 20


Durante a Primeira Guerra Mundial, o Bahia e seu navio-irmão, o Rio Grande do Sul, foram designados para a Divisão Naval em Operações de Guerra, principal contribuição da Marinha do Brasil naquele conflito. Sediada em Serra Leoa e no Senegal, a esquadra escoltou comboios por uma região fortemente patrulhada por U-Boots, esses dois cruzadores tinham a bordo hidro-aviões preparados para o combate aero-naval, bem como para as operações de minagem e torpedeamento, sendo caças - bombardeiros.

Em meados da década de 1920, o Bahia foi amplamente modernizado; recebeu três novas turbinas Brown–Curtis e seis novas caldeiras aquatubulares Thornycroft e, no processo, acabou sendo convertido de um navio a carvão para um movido a óleo. As alterações causaram uma significante mudança estética, passando a ter três chaminés no lugar de duas. O armamento também foi modificado; foram adicionadas três metralhadoras Madsen de 20,1 mm, uma metralhadora Hotchkiss de 7 mm, e quatro tubos de torpedo de 533 mm. Na década de 1930 serviu ao lado das forças do governo durante diversas revoltas.

Cruzador Bahia após reformas

Na Segunda Guerra Mundial o Bahia foi utilizado novamente como escolta de comboios na campanha do atlântico, navegando mais de 100.000 milhas náuticas no decorrer de quase um ano. O Bahia participou efetivamente liderando inúmeros comboios de navios mercantes aliados, sempre andava na frente fazendo movimentos de zigue zague, chegando a manter contato direto com U-Boats alemães.

Já no final da guerra apos um extenso período de patrulha, o Bahia recebera o que seria sua ultima missão na guerra antes de retornar para o Rio de Janeiro. O Cruzador partiu do porto de Recife para substituir o Contratorpedeiro Bauru na Estação 13, que ficava a 500 milhas do penedo de São Pedro e São Paulo.



Chegando na Estação apos pouco mais de 2 dias de navegação, os oficiais americanos a bordo começaram seu trabalho de controle de aeronaves. 

Era 4 de julho de 1945, durante os preparativos para um exercício com as metralhadoras antiaéreas Oerlikon de 20 mm, o cruzador Bahia parou momentaneamente para lançar ao mar um alvo flutuante para exercício de tiro, mas às 09:10h, foi atingido por uma violenta explosão provocada por um disparo acidental, que acertou as cargas de profundidade na popa.


Na catástrofe, perderam a vida o seu comandante, Capitão-de-Fragata Garcia D’Ávila Pires de Albuquerque e mais 339 dos 372 homens que estavam a bordo, inclusive 4 marinheiros norte americanos. Em 8 de julho, foram salvos apenas 36 tripulantes pelo navio mercante inglês S/S “Balfe“. 


A versão oficial narrando o motivo da explosão: uma metralhadora estava com sistema de retranca desarmada, que impede que seja disparado para dentro do navio em caso de combate contra aeronaves.

U-530


Outra versão, extraoficial, é que teria sofrido um ataque certeiro de um possível torpedo lançado do U-530 que mais tarde se rendeu na Argentina. Essa possibilidade pode ser verdadeira por conta do sistema de retranca da metralhadora não ser um equipamento fácil de ser destravado, necessitaria de no minimo três homens, e não teria nenhuma vantagem para o artilheiro.

Fontes