terça-feira, 17 de novembro de 2015

Versos "proféticos" de Carlos Drummond de Andrade.



Arte de Paulo Barasky


Lira Itabirana
Carlos Drummond de Andrade
1984


I
O Rio? É doce.
A Vale? Amarga.
Ai, antes fosse
Mais leve a carga.


II
Entre estatais
E multinacionais,
Quantos ais!


III
A dívida interna.
A dívida externa
A dívida eterna.


IV
Quantas toneladas exportamos
De ferro?
Quantas lágrimas disfarçamos
Sem berro?