Por Marcelo Nino, para a FOLHA SP em 25AGO
Operação Lava-Jato: um sucesso notável
Aos brasileiros que não veem nada de positivo na realidade atual do país, o economista americano Robert Klitgaard dá um alento: há motivo de sobra para se orgulhar.
Considerado um dos maiores especialistas no estudo da corrupção, ele diz que a operação Lava Jato aplicou o tratamento de choque necessário para enfrentar o problema, ao fisgar "peixes graúdos" da política e do empresariado. "É um sucesso notável", elogia.
Agora, afirma, é preciso aproveitar o momento para reformar o sistema. Conhecido por criar uma fórmula que descreve a corrupção como resultado de monopólio econômico e decisório aliado a déficit de transparência, ele diz que ela se aplica à perfeição ao escândalo na Petrobras.
C=M+D-T,
que descreve a corrupção como resultado de monopólio econômico e decisório aliado a pouca transparência.
Folha - Qual a raiz da corrupção?
Robert Klitgaard - Costumo dizer a meus alunos que a ganância é como a gravidade. Pode-se direcioná-la, não mudá-la. Mas é possível mudar sistemas, como o de licitações que funcionou tão mal no caso da Petrobras, para assegurar que as metas de competitividade e preços sejam atingidas. Corrupção não é crime passional, é um crime econômico. O fator moral importa, mas se os riscos são muito baixos há mais tentação de praticá-la.
Não cabe ao governo dar lição de moral, mas estabelecer estruturas para que os incentivos, as recompensas e as punições estejam alinhados de forma que o resultado seja satisfatório. As pessoas gostam de achar que o problema são pessoas terríveis, malignas e amorais. Ou então generalizam e dizem coisas como "o Brasil inteiro é corrupto". Em vez de pensar em pessoas, prefiro focar nas estruturas e nos incentivos que levam à corrupção.
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