XXII - A Besta de Omaha
Como a história é contada pelo lado vencedor, o soldado alemão Hein Severloh, ficou conhecido na história da 2ª Guerra Mundial como a Besta de Omaha.
Sua "façanha" foi de - no que é considerado “O Mais longo dos dias” - atirar com uma metralhadora por cerca de nove horas, sem intervalo, em soldados americanos que desembarcavam na praia de Omaha, o setor americano do Dia D, em 06 de junho de 1944.
Nesse dia ele tinha apenas 20 anos e como soldado alemão estava lutando pelo seu país e, por que não, também por sua vida. Mas nos anos 50 quando sua história ficou conhecida do público passou-se a ser chamado pelos americanos de A BESTA DE OMAHA.
Segundo os historiadores, ele teria sido responsável por cerca de 3.000 mortes.
Sua história:
Severloh nasceu em 1923 em Metzingen. Décimo primeiro filho de um fazendeiro local, teve o aval do seu pai para entrar para o Exército com 19 anos. A Alemanha já estava em guerra havia 03 anos. Toda a produção, economia e a vida alemã estavam severamente abaladas pelos resultados na Frente Oriental, era o apocalipse da Alemanha se aproximando. Mas nada intimidou o jovem Heinrich Severloh e ele seguiu para se engajar na guerra.
O inverno russo era uma brutal intimidação e seus superiores cruéis. Severloh parecia estar com seu destino selado. Mas o destino reservava algo diferente para esse jovem cabo, um papel que entraria para a História da Segunda Guerra Mundial, envolvida em uma das mais sangrentas batalhas para libertação da Europa.
Severloh pertencia à frente russa com o que sobrou da 321ª Divisão de Infantaria, no final de outubro de 1943. Com a reestruturação e uma crise de amidalite, o Cabo Severloh foi transferido para a 352ª Divisão para defender a Normandia. Após a formação da divisão, ele passou a compor uma bateria estacionada em praia que ficou conhecida pelo codinome “Omaha”, um dos principais pontos da invasão para a Operação Overlord, era o Dia D.
“Foi um horizonte negro de navios”, disse Hein Severloh, “foi assustador, horrível … Eu me ajoelhei na minha posição e orei. Então, pouco antes das cinco da manhã começou a barragem terrível de artilharia naval. – 30 minutos … “
Ele se salvou das ondas de bombardeios aliados pelo mau tempo. Os pilotos americanos tinham medo de, soltando as bombas muito cedo, acertar seus próprios navios de desembarque, e assim a maior parte delas caiu além dos bunkers alemães.
Interior de bunker na praia de Omaha
Alertado pelas bombas, Severloh e outros 29 soldados em seu bunker correram para os ninhos de metralhadora e se prepararam para o massacre. Severloh, engasgou quando viu o oceano. Ele enxergava uma muralha de navios americanos. Ele disse: “Meu deus, como vou sair dessa?”.
Sob o fogo do pesado bombardeio naval 34.142 soldados norte-americanos se aproximava por terra na seção Omaha Beach com suas 16 defesas costeiras na manhã onde apenas 308 soldados alemães estavam nas posições…
O veterano exclamou: “O que eu podia fazer? Eu jamais escaparia. Estava lutando por minha vida. Era eles ou eu. Eu pensei tudo isso".
Às 6h30m chega às primeiras ondas de desembarque. Inicialmente estavam se aproximando do setor da WN 62, onde estava o cabo Severloh que começou a atirar …
À medida que os navios com as tropas inimigas se aproximavam, Severloh podia ouvir as ordens finais de seu comandante, Lieutenant (tenente) Berhard Frerking. O objetivo era parar os americanos enquanto eles ainda estivessem no mar e não pudessem se locomover com facilidade. Mas se disparasse tão cedo - com os inimigos ainda no mar - ele poderia errar.
Frerking explicou: “Você precisa abrir fogo quando o inimigo está com a água nos joelhos e ainda não tem condições de correr ”.
Com uma MG 42 de alta cadência, Severloh começou a atirar nos soldados quando eles deixavam a sua embarcação. Ele só usava seu fuzil quando os soldados se separavam, na tentativa de se proteger, escolhendo os alvos.
Com fuzis e metralhadoras, o Cabo Hein Severloh atirou por longas nove horas, em toda a área de desembarque de Omaha entre os setores Eyse Red e Fox Green.
Ele usou mais de 12.000 cartuchos de uma Mg 42. O mar estava manchado pelo vermelho do sangue dos corpos dos GIs (soldados americanos). Quando a munição para a metralhadora acabou, ele começou a atirar com seu rifle, gastando mais 400 cartuchos.
“Eu via a água espirrar para todo lado, onde minha metralhadora atingia, e via os soldados se atirarem no chão pelas redondezas. Logo eu vi os primeiros corpos balançando nas ondas da maré alta. Em pouco tempo, todos os americanos lá embaixo tinha sido atingidos”.
Hoje suas vítimas encontram-se enterradas no cemitério americano acima da praia de Omaha. Um quarto das 9.368 cruzes de pedra brancas que cobrem o gramado foram suas vitimas.
O seu bunker foi colocado fora de combate por uma granada que matou o seu oficial comandante. Foi feito prisioneiro pelos americanos e enviando aos Estados Unidos cinco dias mais tarde. Ficou três anos como um prisioneiro de guerra.
O seu bunker foi colocado fora de combate por uma granada que matou o seu oficial comandante. Foi feito prisioneiro pelos americanos e enviando aos Estados Unidos cinco dias mais tarde. Ficou três anos como um prisioneiro de guerra.
Hoje, um obelisco lembra os mortos americanos bem em cima do concreto remanescente do bunker WN 62. Mas não há nada para lembrar aos milhões dos visitantes no local dos alemães que foram mortos lá.
Hein Severloh
Em 2005, Franz Gockel que serviu com Hein Severloh no bunker WN 62 colocou uma cruz de madeira bem pequena no lado de fora de seu bunker em memória dos 18 homens de sua unidade que morreram na ação. Em menos de uma semana mais tarde, esta homenagem foi destruída.
Fontes A vida no front / chico miranda /