quarta-feira, 22 de abril de 2015

O morto falando do vivo

Por Luiz Berto, no JBF

O morto falando do vivo
Hoje eu li duas notícias sobre dois sujeitos. Embora diferentes um do outro, são ambos frutos do mesmo pinico pulitical banânico. Nos dias de hoje, um deles já não é mais vivo. E o outro, é vivo demais. Vivíssimo.

A primeira notícia, que fala sobre um deles, é esta:

1) Não são poucos os que alegam que Marice Correa de Lima, cunhada (presa) de João Vaccari Neto não é exatamente parente do ex-tesoureiro do PT. Apoiam-se num antigo slogan usado na política brasileira: Cunhado não é parente. A autoria é de Leonel Brizola que não pode se candidatar a presidente porque era cunhado de João Goulart. Aí, os correligionários de Brizola batiam na mesma tecla: Cunhado não é parente, Brizola para presidente.
Arte de SANTO

A segunda notícia, que fala sobre o outro, é esta:

2) O ex-presidente Lula tem confessado aos mais chegados, nas conversas do instituto em São Paulo, que nunca imaginara que pudesse ser alvo de redes sociais e de partidos, em tão pouco tempo. Seus assessores também admitem que aquela história de que “nada pega nele” e que “ele possui uma blindagem de teflon”, já dá efetivos sinais de que vem enfraquecendo – e até medidos por pesquisas internas do partido.

Arte de CÍCERO


Brizola e Lula. Um já morto e outro cheio de vivacidade e de sabedoria. Aquele tipo de sabedoria que, quando é muita, vira bicho e come o dono.

Um enterrado no seu túmulo, e o outro enterrado no seu instituto, mudo, cagado, calado, apavorado. Fugindo dos repórteres, dos palanques e das ruas que nem o diabo foge da cruz.

Aí eu me lembrei que, em passado recente, o morto disse que o vivo faria qualquer coisa pra ser prisidente da república. Até mesmo “pisar no pescoço da própria mãe”. O futuro comprovaria que o morto estava certo, certíssimo, e coberto de razão. Pisou até no pescoço do próprio partido.

Os dois se conheciam muito bem. E como se conheciam…

No vídeo abaixo, tá uma prova de como se conheciam mutuamente.

Vejam que o morto, profético e adivinhatório, faz um painel do futuro e se refere ao vivíssimo como “este cidadão”: