domingo, 19 de abril de 2015

Morcegos, uma arma na 2a Guerra

Curiosidades em Guerra



XIV - Bombas-Morcegos


Os mamíferos voadores tornaram-se parte de um experimento durante a Segunda Guerra Mundial. O cirurgião-dentista americano Lytle S. Adams propôs anexar minúsculas bombas incendiárias a morcegos que seriam utilizados contra o Japão.





O projeto - BAT-BOMB ou Bombas-Morcegos - foi apresentado à Casa Branca no início de 1942 sendo aprovado posteriormente pelo presidente Roosevelt.

Estas bombas consistiam em uma caixa (no formato de uma bomba) com vários compartimentos em seu interior. Cada compartimento abrigava um morcego mexicano de cauda livre que apesar do nome são encontrados em abundância no estado americano do Texas. 



Cada morcego tinha um pequeno dispositivo incendiário ligado a ele. As caixas foram refrigeradas a fim de baixar a temperatura do corpo do morcego e forçá-los à hibernação até que fossem lançados de um avião pouco antes do amanhecer. Um pára-quedas iria desacelerar a descida e, eventualmente, a cobertura da caixa seria acionada para abrir e liberar os morcegos.

Com a luz do sol, os morcegos iriam procurar abrigos em locais escuros como sótãos ou telhados das casas quando fossem liberados. A esperança era que, com as bombas incendiárias programadas para explodir ao mesmo tempo, isso iria dificultar o combate a incêndios em lugares que eram de difícil acesso. 



E como no Japão os edifícios eram feitos em grande parte de madeira e papel, esperava-se que os estragos provocados por centenas de milhares desses morcegos incendiários nas principais cidades japonesas resultariam em perdas muito menores de vida destruindo a infra-estrutura e minimizando as baixas civis.


4 pontos levaram os EUA a decidir-se pelo projeto:
  • morcegos estão disponíveis em grande número (apenas quatro cavernas no Novo México eram o lar de milhões de morcegos);
  • morcegos podem transportar mais do que o seu próprio peso em vôo (até três vezes o seu peso); 
  • morcegos podem hibernar por longos períodos sem a necessidade de comida ou água;
  • morcegos voam no escuro para encontrar lugares isolados para se esconder ao nascer do sol.
Foram testados cerca de 6.000 morcegos com esses dispositivos incendiários, alguns simplesmente caíram ao chão como pedras, outros escaparam para lugares não previstos resultando em perda de uma grande parte da base de que eles estavam sendo testados, de certa forma comprovando a eficácia de seu uso. 



Apesar disso os resultados dos testes controlados também foram promissores e parecia que realmente funcionariam bem. De fato, estima-se que, enquanto bombas incendiárias padrão, provavelmente, começariam cerca de 167-400 incêndios por carga de bombas em uma grande cidade japonesa, com base em testes, as bombas morcego provavelmente produzir cerca de 3.625-4.748 incêndios por carga. 

Além disso, apenas dez bombardeiros B-24 poderiam transportar até 1.040.000 morcegos amarrados com os dispositivos incendiários pesando em média, 17-28 gramas cada.



No entanto, o programa foi cancelado pois estimou-se que os morcegos não estariam prontos para a implantação até meados de 1945. Apesar dos resultados promissores em testes, o programa foi considerado lento em sua evolução, e, com uma estimativa de 2.000 mil dólares investidos nele (cerca de 25,7 milhões dólares hoje), muito caro. 

Em vez disso, decidiu-se pela implantação do Projeto Manhattan - que levaria à bomba nuclear - que foi considerado um meio mais provável para pôr fim da guerra.



Fontes