domingo, 12 de abril de 2015

A Batalha das Toninhas


Curiosidades em Guerra


XIII - A Batalha das Toninhas



O Brasil na 1ª Guerra Mundial

Pouca gente sabe nesse brasilzão de meu deus que o Brasil tomou parte na 1ª Grande Guerra. Apesar de ser uma república extremamente jovem - menos de 30 anos, fomos o único país da América do Sul que se fez presente.

Entramos no conflito de forma oficial, é verdade, ao final dele - fins de 1918 - mas deixamos nossa marca em duas emblemáticas missões.

NOTA - de forma oficial pois estivemos presentes no conflito pela bravura de voluntários em vários lados da guerra mas isso é assunto para outro post.

1) a Missão Médica Militar quando com um Corpo de 161 brasileiros, sua maioria médicos voluntários  comandados por um coronel do Exército, fundaram um hospital com mais de 500 leitos para tratar feridos em batalhas e infectados pela gripe espanhola, epidemia que veio a dizimar milhões de pessoas - civis europeus em sua imensa maioria.

A missão foi estendida para o interior da França, atuando meses após o término da guerra e só retornando ao Brasil em fevereiro de 1919. 



(Foto: Biblioteca Nacional/acervo do historiador Luiz Caminha)


Os membros participantes receberam uma comenda por serviços prestados - a Reconaissance Française. Hoje, 96 anos após o fim desse conflito o reconhecimento ainda é presente, pois quem subir as encostas da rue Vaugirard em Paris, há de ler, no bronze, em grande fachada, o nome Hôpital Brésilien. Atestado vivo, do esforço de alguns brasileiros, respondendo pelo País.

2) a Marinha Brasileira enviou oito navios brasileiros, entre eles torpedeiros e cruzadores, que foram incumbidos de patrulhar a costa africana e proteger o Atlântico de possíveis ataques de submarinos alemães, em especial um triângulo entre Dacar, São Vicente, o Arquipélago de Cabo Verde e Gibraltar, na costa espanhola.



 


Batalha das Toninhas, evento que intitula este postocorreu com a Marinha do Brasil ao largo de Gibraltar, em novembro de 1918, ao final da Primeira Guerra Mundial. 

Em determinado dia receberam ordens para irem a Gibraltar e patrulhar a região e esta foi acompanhada do alerta de que um encouraçado britânico - o HMS Britannia -  anteriormente designado para acompanhar a flotilha brasileira havia sido afundado por um submarino alemão na mesma região. Assim, o almirante brasileiro Pedro Max Fernando Frontin ficou em alerta com a possibilidade de haver mais submarinos na área.

Ao chegar no Estreito de Gibraltar, o Cruzador Bahia, comandado pelo mesmo almirante Pedro Frontin, notou uma estranha movimentação no mar e avistou algo que, segundo ele, seria o periscópio de um submarino alemão. Diante de tal situação, o almirante ordenou um poderoso ataque. No entanto, o que acreditava ser um submarino alemão era, na verdade, um bando de toninhas

A toninha é um cetáceo de águas frias do hemisfério norte e tem uma aparência muito próxima da dos golfinhos. 

O ataque, contudo, foi pesado e rigoroso. Somente ao término dos disparos e já com muito sangue na água que os marinheiros brasileiros averiguaram que o que atacaram não eram alemães e tampouco oferecia algum perigo.

Assista a aula do já famoso Prof. Carlão 

A Batalha das Toninhas aconteceu no início de novembro de 1918. Alguns dias depois, a guerra chegou ao fim.




 O fato é que o incidente com a marinha brasileira foi retirado dos livros e raramente é citado por ter se tornado um fato cômico. 

Entretanto, a reação dos marinheiros não deve ser completamente criticada, tendo em vista o cenário de alerta de submarinos que lhes foi apresentado antes de chegar ao estreito de Gibraltar e por casos de naufrágio nos quais navios brasileiros foram efetivamente torpedeados por submarinos alemães.


Mas é fato que a imaginação popular - como só o brasileiro é capaz -  fluiu de vento em popa (sem trocadilho) e entre muitas piadas foram criados relatos de um comandante alemão que, vendo o que teria acontecido, disse: "Se eles fizeram isso com um grupo de golfinhos, imagina o que farão conosco!" e trataram logo de se render e acabar com a guerra.

Fontes consultadas História do Brasil /Opinião Estática/ Grandes Guerras /Wikipedia  

Republicado a pedidos.