segunda-feira, 30 de março de 2015

E o Brasil fica para trás na economia global

Por Alvaro Fagundes.
Publicado na FOLHA SP em 28MAR2015

Com freada brusca da economia, país descola de emergentes
O resultado do PIB brasileiro no ano passado (avanço de 0,1%) foi um dos mais fracos entre as grandes economias globais e fez o país, no primeiro mandato de Dilma (2011-2014), "descolar" dos mercados emergentes –grupo que vem puxando o PIB mundial nos últimos anos.

Arte de AMARILDO


A freada de 2013 –quando houve expansão de 2,7%– para 2014 só não foi mais forte, percentualmente, que a registrada pela economia japonesa, que ficou estagnada no ano passado. Entre 58 países que já divulgaram seu PIB anual, o resultado brasileiro foi apenas o 52º melhor.

Uma das consequências dessa desaceleração é que o Brasil, na média sob Dilma 1, teve um resultado mais próximo ao dos países que estiveram no centro da crise global, e não ao dos emergentes.

Arte de J.MARCOS


A média de 2,1% do primeiro mandato é igual à dos EUA –a origem da crise e que só agora estuda elevar os juros, praticamente zerados há mais de seis anos– e só é melhor que a de países europeus e à do Japão.

O quadro preocupa ainda mais porque o Brasil vem na curva contrária de parte dos países ricos, que, ainda que titubeante, teve um resultado superior ao de 2013.

Arte de MYRRIA


Esse cenário fica claro quando os três primeiros anos de PIB sob Dilma são comparados aos dos demais países. Naquele momento, a média brasileira era 0,8 ponto percentual superior à dos EUA, que eram uma espécie de divisor entre os países que foram submergidos pela crise e os que não foram afetados tão fortemente pelo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva chamou de "marolinha".

Arte de REGI


O resultado atual também aponta uma situação diferente da apontada por Dilma em recente discurso na TV, em que atribuía o mau momento da economia brasileira à crise internacional. Os números do PIB divulgados nesta sexta (27), porém, indicam que o cenário global não é tão grave quanto o brasileiro.