quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

Confusão com Santa Maria, Pinta e a outra

Por André Carvalho (*)
em 01 de outubro de 2013




Texto originalmente postado em 03OUT2013
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CONFUSÃO COM SANTA MARIA, PINTA E A OUTRA
No artigo anterior, “Estou plasmo”, de 29 de agosto (para ler clique aqui), cometi um erro imperdoável, circunstância, aliás, que já havia ocorrido em outro texto onde tasquei um “depedrado”, ao invés de depredado, a grafia correta. O erro imperdoável a que me refiro é ter afirmado que Pedro Álvares Cabral, ao descobrir o Brasil, comandava uma frota composta por três caravelas: Santa Maria, Pinta e Nina. Cabral, na verdade, jamais passou por perto dessas embarcações nem há registro de que tenha trocado palavras com seu comandante, o genovês Cristovão Colombo, descobridor das Américas.

Os erros foram descobertos por dois amigos que os apontaram com uma pitada de humor. Ainda bem! É de se pensar que outros possíveis leitores também os identificaram porém mantiveram silêncio. Peço desculpas, sem contudo prometer que novos erros jamais ocorrerão, ao contrário, pois me falta paciência para a pesquisa e para a revisão. Interessante é que a troca das caravelas, antes de ir à rua, foi lida por três pessoas próximas e intelectualmente ativas, sem que percebessem o engano. A propósito, ouvi certa vez que Monteiro Lobato dizia, fazendo graça, que somente o leitor identifica o erro de revisão. Pura verdade! 

Alongando a prosa, se eu fosse político não estaria aqui fazendo um “mea culpa” mas entabulando um punhado de justificativas esfarrapadas para encobrir minha ignorância. É assim que eles fazem a cada asnice que cometem, chegando, na maioria das vezes, ao ridículo! Jogar a culpa em outrem é a praxe e a história da herança maldita, inventada pelo Lula para justificar o desempenho pífio de seu governo, é um caso emblemático. 

Vamos nos divertir um pouco elaborando justificativas descaradas para o meu erro. Poderia dizer que me atrapalhei com os descobrimentos, descobridores, naus e caravelas depois que a Presidente Dilma afirmou que o Brasil foi inaugurado no Ceará. Rousseff confundiu minha cuca, e milhões de outras, mundo afora, exceção feita aos espiões americanos. 

Poderia também garantir que faltei às aulas em que os descobrimentos da América e do Brasil foram estudados, lá no curso ginasial, ou ainda, que faz tanto tempo que não lembro mais da matéria. Desculpa cretina, todavia plausível, por sabermos que o ensino, neste país, sempre teve por metodologia a decoreba que não resiste ao passar dos anos. 

E por falar em decoreba vocês sabem quantas embarcações compunham a frota de nosso honorável descobridor, o Cabral? Sabem quantas eram as caravelas e quantas as naus? Não vale acessar o google, combinado? Sabem o nome de cada uma? Uma pista:eram quatorze e a nau Capitânia liderava a frota. 

A questão é por demais embaraçosa e, quinhentos e treze anos depois, ainda circulam boatos dando conta que as calmarias mudaram o rumo da epopeia e que uma das embarcações naufragou durante uma tempestade. Sabem qual dos barcos afundou? Não se acanhem pois também não faço a menor ideia. Alías, em se tratando de descobrimento do Brasil o melhor é curtir o humorista Ari Toledo que, ao narrá-lo, conta que uma caravela encalhou e Cabral mandou descer para empurrar. Resultado: desceram quatrocentos marinheiros que morreram afogados por não saber nadar. Hilário! 

Para quem se atreve a colocar no papel o que lhe vem à cabeça e enviar o resultado aos amigos ou mesmo publicá-lo, onde quer que seja, um erro da magnitude dos que cometi é vergonhoso. Assim estou; envergonhado! Em contrapartida, ao disparar tamanhas pedradas coloco-me como potencial candidato à presidência da República Federativa do Brasil, de preferência por um partido interestelar cabalístico, pois, a exemplo de Dona Dilma, respeito muito o ET de Varginha.

(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.