quinta-feira, 29 de maio de 2014

O medo no dia-a-dia

 Por Hardy Guedes.
Transcrito do ótimo Besta Fubana
Pânico generalizado
O recente episódio ocorrido numa delegacia de polícia em S. Paulo, quando um médico, que ali e encontrava para registrar um boletim de ocorrência por conta de um acidente de trânsito, foi morto, demonstra inequivocamente o grau de pânico generalizado em que o país está mergulhado.




Segundo o delegado encarregado do caso, os policiais cometeram um erro de interpretação. Na hora em que o médico ali se encontrava, um policial militar que tentava escapar de um ataque de bandidos, procurou abrigo na delegacia. A chegada repentina desse policiai fez com que as pessoas que registravam queixas corressem para o interior da delegacia para se proteger. Um agente policial pensando que eram bandidos invadindo a delegacia, sacou da arma e atirou contra os cidadãos, provocando o caos, já que o investigador também atirou no agente.

Obviamente, que a primeira coisa que nos passa pela cabeça é o despreparo desses policiais que sacaram das armas e atiraram a esmo. Mas não deixa, ao mesmo tempo, de ser um reflexo dos tempos sem lei e sem ordem em que vivemos. Foi-se o tempo em que os marginais temiam a polícia. Hoje, em lugar de temê-la, eles a enfrentam. Não têm sido raros os ataques a delegacias, UPPs e outros.



E as armas dos bandidos têm, via de regra, mais poder de fogo que as dos policiais sequer podem andar fardados. Uma vez descoberta a sua profissão, eles e suas próprias famílias passam a ser alvo de ataques de criminosos.

Como diz o ditado: “quem tem cu, tem medo”, esse pânico generalizado há muito tempo domina a nossa sociedade, incluindo-se os que têm a incumbência de nos defender.

Ganhar um salário baixo, correndo risco constante de vida, para defender uma sociedade descontrolada, mal governada e com uma justiça ineficiente que deixa à solta marginais de alta periculosidade e passa a mão na cabeça de menores infratores, não deve ser nada estimulante.


É uma profissão para poucos que talvez já não a procurem por vocação, mas por necessidade de ter alguma renda para garantir a sua sobrevivência e a dos seus.

Enquanto isso e por conta disso, o cidadão comum evita sair às ruas para não ser assaltado, o que pode ocorrer a qualquer hora do dia.

Essa é a situação caótica na qual se encontra a Nação e expõe a fragilidade dos números com os quais o governo federal tenta iludir a nação e o mundo, sobre distribuição de renda e desemprego.

Nas nações onde a Justiça é ágil e onde a situação econômica da população é, realmente, boa e os cidadãos têm educação compatível, os índices de criminalidade só decrescem.


Aqui, os números divulgados não correspondem à realidade e são apresentados de forma distorcida numa tentativa de se mostrar uma mágica que não convence. A mais recente pesquisa do IBGE aponta para 92 milhões de empregados, corresponde a 57% das pessoas em idade de trabalhar.
O governo, no entanto, tenta nos dizer que somente 4% estão desempregados, já que representam o número dos que, efetivamente, estão procurando emprego, ou 6 milhões de pessoas. Os que não trabalham e não estão procurando emprego são somente 62 milhões de pessoas.




Estão todos coçando o saco, recebendo bolsa-família ou desanimados? Estão todos ricos, a ponto de não precisarem mais de emprego, ou estão caindo na marginalidade, no subemprego… ?

Pode uma Nação que precisa crescer prescindir de tamanha força de trabalho? Quanta riqueza deixamos de produzir?

Há muito de podre no reino da Dilmamarca!