terça-feira, 1 de outubro de 2013

Eu não troco meu oxente pelo ok de ninguém



Homenagem a Antonio Paraibano,
 lá do Vale do Piancó no sertão da Paraíba.


De autoria de Marcilio Siqueira

EU NÃO TROCO MEU "OXENTE" PELO "OK" DE NINGUEM 


Esse tal de rocambole/
Esfirra, nissin, miojo/
Quer-me ver cuspi com nojo/...
Ofereça-me um rizole/
Prefiro uma fruta mole/
Beliscada do vem-vem/
Feijão de corda xerem/
Canjica com leite quente/
Eu não troco meu oxente/
Pelo ok de ninguém/
 
  Tomar wiski importado/
Na taça pra ser bacana/
Sou mais um gole de cana/
Num caneco enferrujado/
Não sou muito refinado/
Nem tenho inveja também/
Druris conhaque almadem/
Prefiro minha aguardente/
Eu não troco meu oxente/
Pelo ok de ninguém/

Esses verbetes do inglês/
Que usam no dia a dia/
Não me trazem simpatia/
Estragam meu português/
Vou ser sincero a vocês/
Sou muito mais meu quinem/
Adonde, prumode, eim?/
Acho mais inteligente/
Eu não troco meu oxente/
Pelo ok de ninguém/

 
Eu não falo REDBUL/
Prefiro touro vermelho/
MIRROR pra mim é espelho/
BLUE BIRD pássaro azul/
Bonito e não BEAUTIFU/
Falo dez em vez de TEN/
BABY pra mim é neném/
E HOT pra mim é quente/
Eu não troco meu oxente/
Pelo ok de ninguém/
 

Não gosto de pancadão/
Nem de RAP improvisado/
HIP HOP pé quebrado/
Sem métrica e sem oração/
Sou muito mais gonzagão/
No forro do xem nhem, nhem/
Gosto de aboio e também/
De um baião de repente/
Eu não troco meu oxente/
Pelo ok de ninguém