domingo, 6 de novembro de 2011

Que viagem ...

 

Por André Carvalho (*)
em 17 de ouubro de 2011 - 
QUE VIAGEM ...
O mais razoável, nesta semana, seria comentar sobre o esporte nada olímpico do senhor Orlando Silva, a bola da vez ministerial, caso sejam observadas as regras do “jogo” da moralidade pública. Entretanto, necessito considerar um episódio recente envolvendo o Pedrinho, um maranhense longevo e arretado, que desembarcou no posto de Ministro do Turismo do terceiro governo petista, sem saber como, muito menos, para quê. Depois de breve estada pegou sua passagem de volta para o grande albergue da política brasileira, a Câmara dos Deputados, onde a tolerância é absoluta. 

Tratar o agora ex-ministro Pedro Novais por Pedrinho não é uma questão de intimidade e sim de estatura. Possuidor de escassos metro e cinquenta, ele é o terror dos fotógrafos que cobrem os “subterrâneos” da capital federal. Por ser pequenininho é difícil fotografá-lo se houver alguém à sua volta. Ou cortam a cabeça e o peito do acompanhante ou Pedrinho vira um 3X4, por vezes, parecendo até um chaveiro.

Penso que o provecto foi retirado do cargo por não honrar a classe a que pertence. Um político que se preza, principalmente se for da base aliada ao governo, não pode surrupiar o Estado de forma tão medíocre, inocente até. Ninguém viu o dito cujo recebendo a mesada gorda dos “mensaleiros” no primeiro mandato de Lula. Também não se viu o maranhense recebendo grana viva, como receberam Maurício Marinho – aquele dos Correios – Arruda e Jaqueline Roriz. Menos ainda soube-se dele levando uma bolada na garagem do ministério. 

O corró – assim se diz aqui no nordeste – jamais foi flagrado viajando em jatinho particular como o foi, Sergio Cabral, governador do Rio de Janeiro; o ainda ministro das comunicações; aquele outro ministro, se não me engano, o dos transportes, e por aí vai. Certamente não se tem notícia de que o senhor Pedro Novais voe no helicóptero da polícia maranhense, em busca de sua ilha dos sonhos, tal e qual o senador José Sarney. 

Nada disso!!! Pedrinho é fazedor de desvios chinfrins, coisa de pouco ou nenhum valor para um mundo político tão vasto e caro. Atitudes que não dignificam a classe. O pêmêdêbê não pode manter em cargos representativos correligionários dessa espécie. Um gatinho num rol de gatunos. Desculpe, gatões! 

Vejam as principais migalhas do Pedrinho:

Sua mulher servia-se de um motorista pago com dinheiro público e contratado pelo gabinete de um parlamentar do mesmo partido e estado. Até que se configura formação de quadrilha, mas, convenhamos, o que representa um desviozinho de dois mil, três mil reais mês, dos cofres públicos?

Sua residência, nos últimos sete anos, foi governada por Doralice, uma funcionária paga com verba de representação do seu gabinete. A lei não permite, mas, sem governo, não há casa que se mantenha de pé. Novamente, o que representa um rombo de dois mil, três mil reais, mês?

Ah! Tem aquela história da festa na suíte de um motel da capital maranhense, que o Pedroca (falou em motel, vira intimidade) patrocinou com o dinheiro público. Para ser preciso, rasteiros dois mil, cento e sessenta e cinco reais. Não sei se no motel estavam o motorista e a governanta, o que não faz tanta diferença, porque lá, a quadrilha tinha outros contornos, outros interesses. 

Se Pedroca tem bom gosto musical deve estar cantarolando João Gilberto:
“Doralice, eu bem que te disse
Olha essa embrulhada em que vou me meter,
Agora amor, Doralice meu bem,
Como é que nós vamos fazer...”

A presidente Dilma, de bate pronto, escolheu um novo ministro para o turismo, como haverá de escolher para o esporte. Sua origem, o partido e o nome são uma brincadeira de mau gosto com os brasileiros que pagam a conta: Gastão, do pêmêdêbê de Sarney do Maranhão.

Sabe o nome do motorista que servia à mulher do Pedroca? Adão. Isso mesmo, Adão! Um autêntico paraíso.

(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.