terça-feira, 25 de janeiro de 2011

FGC DO PROER E ENEM DO INEP

Por André Carvalho (*)
em 15 de janeiro de 2011



FGC DO PROER E ENEM DO INEP
Entre o final do governo “nunca antes” e o início do governo “campainha” fiz uma rápida reflexão sobre dois fatos que exemplificam as diferenças de competência e seriedade nos últimos quinze anos, aqui no Brasil.

Você, leitor, deve estar curioso em saber o que é governo “campainha”! Uma pausa na reflexão e explico tudo, direitinho. Encerradas as apurações, a presidente eleita confessou, do alto de sua renomada competência: (sic) “vou bater muito na porta do Lula”. Acostumado a decodificar os ditos do Inácio sinto-me preparado para decodificar as falas de Rousseff.

Vamos lá. Começa que Lula não tem porta. Quem tem porta é casa, armário, carro, banheiro, boteco, etc. Ta bom, vou ser condescendente! Digamos que dona Dilma vá bater na porta da casa do ex-presidente, lá em São Bernardo do Campo. Problemas à vista, caso o mordomo (sempre ele) tenha ordens para não abrir portas aos aliados de outrora. Não sabemos, apesar de todas as especulações, como reagirá o criador ao ver sua criação adquirindo asas, ele que imaginou uma criatura réptil, muito perigosa, mas sempre rasteira.

Portas são, em geral, objetos duros, rígidos, prontos a resistir à onda de ladrões que por ai vagueiam. Bater na porta, como quer Rousseff, a deixará com dedos, mãos e punhos esfarrapados. Não será surpresa se acabar “batendo” na emergência daquele hospital paulistano, para onde se “pirulitam” os políticos brasileiros acometidos de qualquer mal, exceto os de caráter.

Na verdade, Dilma quis dizer que baterá à porta do Lula, o que é politicamente imperioso e foneticamente indizível, para tal cidadã. Pois bem, bater à porta se faz tocando a campainha. Como dona Dilma garante que baterá muitas vezes teremos um governo alcunhado de CAMPAINHA.

Você deve estar se perguntando sobre a reflexão que prometi no começo. Tem razão: chamo atenção para dois fatos, ocorridos há poucos meses, mas que representam a perda que tivemos em competência e seriedade.

Os fatos são os imbróglios do ENEM – Exame Nacional do Ensino Médio – e a quebra do Banco Panamericano, uma sociedade comandada pelo empresário Silvio Santos e sua sócia, a Caixa Econômica Federal, que detém 49% do capital votante, desde dezembro de 2009.

Pelo segundo ano consecutivo o exame patrocinado pelo Ministério da Educação e Cultura e dirigido pelo Instituto Nacional de Educação e Pesquisa – INEP (um “TO” final cairia bem) apresentou problemas, invalidando parte dos resultados. Como de costume, a tropa de choque governamental culpou terceiros o que sempre acontece quando algo, por lá, dá errado. E como dá errado, hein! O que vimos, na verdade, foi mais uma absoluta incompetência do governo atual.

Em contrapartida, na quebra do banco “semi-oficial”, a liquidez e o prejuízo dos investidores foram cobertos, inicialmente, pela injeção de recursos privados, oriundos do próprio sistema financeiro e alocados no Fundo Garantidor de Crédito – FGC – instrumento criado no governo Fernando Henrique Cardoso, no bojo do PROER, estupidamente massacrado por muitos, ao longo dos oito anos de domínio petista.

Poucos perceberam a “correlação inversa” dos fatos, posto que tudo se resume a uma questão de marketing político, insensível ao caráter das coisas, mas, capaz de induzir o cidadão comum a enxergar benefícios e vantagens onde imperam a incompetência e safadeza. A exemplo de Hitler, o governo Inácio repetiu mentiras até transformá-las em verdades. Suas verdades, que fique bem claro!

A história, se bem contada, colocará Lula, para seu desespero, aos pés de seu antecessor.
 
(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.