quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

André Carvalho encerrando o ano com louvor

Por André Carvalho (*)
Em 17 de dezembro de 2010




A best aeroplane
Se dissesse, das duas uma, teria sucesso. Ocorre que, em se tratando dele, as variáveis são inúmeras. Complicou não é mesmo? Pois bem! Inácio, ainda ele, insiste que o governo – entenda governo como Estado – compre um novo avião para a primeira “presidenta” do Brasil. Um avião com maior tancagem e, portanto, autonomia.

Começando por das duas uma: ou o governo Lula comprou, em dois mil e alguma coisa, o avião errado, ou a terra cresceu de diâmetro sem que os cientistas, você e eu soubéssemos. É possível que um iraniano amigo do “marmudinho”, tenha descoberto o fenômeno diametral e avisado ao nosso “cara” por conta dos acordos de cooperação estabelecidos entre eles.

Se você é lulista, petista ou assemelhado deve estar me mandando para o “raio que o parta”. Raio é um negócio poderoso e com múltiplos significados, inclusive, metade do tal diâmetro. Em resposta, faço uso de uma das últimas composições de Dorival Caymmi: “diga a Maricotinha que eu mandei dizer que eu não vou, não vou, não vou, não vou, nem estou”.

Partindo para uma terceira variável, como aventei no início da prosa, devemos compreender que o “aerolula” precisa de muitas escalas o que, na ótica do Inácio será uma tremenda humilhação para nossa futura líder, como foi, para ele. Imagino que o FHC viajou pouco por conta do vexame provocado, a cada escala feita por seu aeroplano, o conhecido “sucatão”.

E tem mais: mantida nossa atual política externa, o que tudo indica acontecer com a escolha do Patriota para Ministro das Relações Exteriores, a Europa pode, por exemplo, negar pouso ao “aerolula” numa viagem Brasília/Teerã ou Brasília/Pyongyang, a charmosa capital da República Democrática Popular da Coréia. Então, o que fazer? Elementar: compra-se um avião maior!

Impossível negar que nosso ululante mandatário (perdoem o trocadilho safado) é um estrategista de primeira grandeza.

Ainda enxergo uma última hipótese que ganha corpo à medida que se finda o atual mandato. Dia desses, se não me engano pelas bandas da Argentina durante a 20ª Cúpula Ibero-Americana, Inácio declarou: “eu sou um político latino-americano, não vou deixar a política. Vou ter mais tempo para viajar, quero discutir política. Então, esperem, continuarei andando pela América Latina”.

Entendeu a compra estratégica de outro aparelho? O “cara” não vai cruzar os Andes e a Amazônia de “busu”, nem de avião de carreira, desses que atrasam e, por vezes, nem decolam. Muito menos pedirá carona à sua criatura, o que, convenhamos, seria outra humilhação. Simultaneamente, não faz sentido a mandatária de um país de primeiro mundo voar no “aerolula”, uma “máquina” de pouco fôlego. Compreendeu?

Então fica assim: A presidente voa no “aerodilma”, um novo e portentoso aparelho (aparelho tem tudo a ver com sua história de guerrilheira) e o Lula fica emborcado – desculpe, desculpe – embarcado no seu “aerolula”, por enquanto taxiado em “sampa”, até que um novo aeroporto seja construído no “histórico” município de São Bernardo do Campo. De lá, Inácio subirá aos céus, espaço que muitos acreditam ser sua maternidade e, após doses e mais doses de uísque, pousará sem transtornos em Caracas, Lima, La Paz e adjacências. Nada mais justo para um ex-presidente que refundou o Brasil em bases nunca antes vista, e que pensa, desde agora, em ser nosso futuro presidente.

Lula é um danado, pensa em tudo. O que quer que seja...

(*) André Carvalho não é jornalista, é "apenas" um cidadão que observa as coisas do dia-a-dia. Um free lancer. Ou segundo sua própria definição: um escrevinhador. Seus sempre saborosos textos circulam pela web via e-mails.