sábado, 27 de novembro de 2010

Bahia, minha vida!

Por Marcos Carneiro
Transcrito do BBMP

Texto dedicado aos 7 tricolores que, há 3 anos,
literalmente deram a vida por sua paixão

Bahia, minha vida!
É fato, títulos chamam torcida. O contrário então deveria ser óbvio, a falta de títulos faria a torcida minguar, certo? Certo. Certíssimo! Exceto quando a agremiação chama-se Esporte Clube Bahia. O tricolor caiu pra série B, depois pra C, não ganha um título desde 2002, não ganha um baiano desde 2001, não fatura um torneio internacional desde 1997 e um nacional desde 1989. Mas se tem uma coisa que o Bahia ganhou bastante nesse tempo todo foi torcedor. Aos montes.

A torcida do Bahia é tipo um vírus. Ela contagia. Mas é um vírus amoroso, que une os glóbulos vermelhos e brancos do sangue azul que pulsa nas veias de seus torcedores típicos. É um sangue tricolor. Qualquer guri que ainda não tenha time e for a um jogo do Bahia imediatamente será contaminado. Assim nasceu a expressão Bahia doente.


O vírus tem seus efeitos colaterais. Algumas vezes você vai suar frio, os batimentos vão acelerar, você terá ataques de ansiedade, insônia, vai lacrimejar mesmo estando alegre, terá arrepios, vai perder o fôlego, vai ficar rouco e louco. Muito louco. Insano.


Você vai se arrepiar quando ouvir os primeiros acordes do hino mais lindo que alguém um dia compôs. Um cântico que, diferente de tantos outros, não exalta o clube e sim você, torcedor. E, por ser da turma tricolor, você terá milhões de irmãos. E, como todos os irmãos, vocês vão brigar e discutir entre si, para logo depois se abraçarem emocionados, independente de serem irmãos há 28 anos ou há 2 minutos. Está no sangue. Simples assim.

E esse vírus passa de mãe pra filho, de pai pra filha. Isso explica, em parte, a multiplicação desta nação. Independente do período sombrio que exista. E é por isso que certas pessoas falam, sem medo de errar, que nasceram Bahia. E é por causa delas que o Bahia nunca acaba. É eterno. Em 2231, por exemplo, ele fará 300 anos de glórias e a camisa terá mais estrelas do que eu tenho de idade.




Algumas pessoas até podem achar que torcem pra outro clube, mas na verdade elas ainda não puderam experimentar o que é ser Bahia. Todo mundo é Baêa! Ser Bahia é ser feliz, mesmo estando triste. Ser Baêa é um privilégio. Só que é um privilégio tão especial que não é de poucos. É um privilégio de muitos apaixonados, que amam de verdade este clube grandioso. E até dariam a vida por ele, pois sem o Esquadrão a vida não teria mais tanto sentido.