Por Maria Ines Dolci, em seu blog defesa do consumidor
Obsolescência programada
Você já avaliou quanta coisa deixou de enviar para a assistência técnica porque saia mais barato comprar um aparelho novo?
Pois é, a atualização tecnológica da indústria estimula a substituição dos equipamentos eletrônicos e, quando desejamos consertar o que temos, o conserto fica caro e demora. Isto nos leva a adquirir um produto novo.
O resultado é que fazemos o jogo da indústria cuja estratégia é garantir o consumo constante. A obsolescência é programada para que os produtos deixem de funcionar após um período de tempo, tendo de ser substituídos por mais modernos.
E o meio ambiente paga o custo com as sucatas descartadas e nem sempre recicladas. Só nas assistências técnicas há cerca de 2 milhões de equipamentos parados nas oficinas, esperando destinação correta.
Até 2015, um terço dos equipamentos vendidos no País serão sucateados. Será inviável consertá-los por uma questão de custo. A entidade que congrega as assistências técnicas diz que os impostos encarecem o preço final das peças de reposição.
Os produtos fabricados na Zona Franca de Manaus recebem isenção de impostos como IPI, ICMS e Imposto de Importação, mas as peças de reposição são tributadas integralmente. O aparelho desmontado custa de quatro a oito vezes o valor do produto montado. É uma falha na legislação que traz como consequência o agravamento do problema do lixo eletrônico.

