quarta-feira, 17 de março de 2010

Uma câmera numa pistola!

DORYU 2-16: uma câmera numa pistola




A Doriu Kamera K.K. foi uma empresa japonesa que se dedicou ao fabrico de câmeras de filmar em forma de pistola em meados do século passado (1949). Este tipo de artefato era destinado ao uso das forças policiais ou de segurança, principalmente para registar atos criminosos em filme e poder servir de prova em tribunal.

Depois de algumas experiências com película de 9,5 e 16 mm, decidiu-se pela 2ª opção - o  DORYU 2-16.



O novo modelo, terminado apenas em 1954, possuía uma lente de 30 mm de f 2.7 ou, em alternativa, um conjunto mais sofisticado de lentes Nikkor de 25 mm de f 1.4 (se algum entendido em fotografias quiser comentar...).

 O suporte era uma réplica muito realista do corpo de uma pistola. Na parte da frente, onde seria o cano da arma, era colocada a câmara propriamente dita, com as lentes e as mini-bobinas com o filme, acionada pelo gatilho, obviamente.



Um pormenor interessante situava-se ao nível do punho do aparelho que recebia um carregador não de munições mas de... cartuchos de magnésio!

Estes cartuchos, acionados pelo gatilho como numa arma comum, lançavam o pó de magnésio para o ar e atuavam como um flash potente que iluminava até 20 metros. Depois de usados eram ejetados como uma vulgar munição. Todo o processo era um pouco perigoso para o cameramen, que podia queimar-se.

A DORYU 2-16 nunca chegou a ser adotada pela polícia, que preferiu um produto idêntico da Mamiya. De fato, há alguns relatos de testes ao aparelho nada favoráveis, referindo a má qualidade das lentes e a pouca funcionalidade dos sistemas mecânicos, o que talvez tenha sido o motivo da sua rejeição.



 Mesmo assim a concepção da câmera revelava grande engenho e originalidade. Com algumas modificações, que a tornaram mais simples e robusta, foi posta à venda ao público. Muito poucos a adquiriram, como o senhor Ryu Koakimoto, hoje o feliz proprietário de um objeto tão raro como fantástico.


 obvious